Exposição de convidado durante a 188ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de Debates Temáticos destinada a discutir o conflito entre Israel e o Hamas.

Autor
DANIEL ZOHAR ZONSHINE
Casa
Senado Federal
Tipo
Exposição de convidado
Resumo por assunto
Assuntos Internacionais:
  • Sessão de Debates Temáticos destinada a discutir o conflito entre Israel e o Hamas.
Publicação
Publicação no DSF de 12/12/2023 - Página 9
Assunto
Outros > Assuntos Internacionais
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DISCUSSÃO, CONFLITO, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL, HAMAS.
  • ANALISE, CONFLITO, FAIXA DE GAZA, ATAQUE, HAMAS, INFLUENCIA, IRÃ, ATIVIDADE, TERRORISMO, PAIS ESTRANGEIRO, ISRAEL.

    O SR. DANIEL ZOHAR ZONSHINE (Para exposição de convidado.) – Muito obrigado ao Senador Jorge Seif.

    Senador Sergio Moro, Claudio Lottenberg, Mary, Hen e todas pessoas presentes aqui, para iniciarmos a sessão temática acho que a realidade e a verdade também têm valor aqui nesta discussão. Então, vou falar um pouco sobre os fatos desta guerra que temos.

    A Faixa de Gaza tem fronteira com o Estado de Israel (cerca de 60km), com o Egito (cerca de 12km) e com a Costa Mediterrânica (cerca de 45km).

    Em 2005, Israel retirou-se completamente do território de Gaza.

    Em 2006, a Hamas ganhou as eleições na Faixa de Gaza. Em 2007, 16 anos atrás, assumiu o controle do território. Não houve eleições desde então.

    Cerca de 2 milhões de pessoas vivem na faixa de Gaza sob o domínio do Hamas. Uma grande parte dos serviços básicos são prestados por organizações internacionais para refugiados, como a UNRWA (The United Nations Relief and Works Agency), principalmente nos setores de educação e saúde.

    Antes do ataque de outubro, cerca de 20 mil habitantes, pessoas da Faixa de Gaza trabalhavam em Israel todos os dias, sendo uma importante fonte de renda para as famílias palestinos. Fato é que o grupo ativista Hamas construiu um sistema de túneis com centenas de quilômetros de extensão nos quais investiu muito recursos financeiros em detrimento de coisas básicas como fortalecimento da economia e ampliação da infraestrutura local.

    A Carta do Hamas, que é um documento religioso e político de 1988, fala claramente qual é o seu maior objetivo: destruição do Estado de Israel e extermínio dos israelenses.

    Já houve no passado uma série de operações de combates pontuais entre Israel e o Hamas em 2008, 2012, 2014 e outras como já disse.

    No dia 7 de outubro, Israel sofreu ataque e o rompimento da cerca entre Israel e Gaza em 20 lugares e vários kibutzim, assentamentos e cidades israelenses sofreram invasões terroristas. Ao mesmo tempo, ocorreram vários lançamentos de foguetes, milhares de lançamentos de foguetes e ataques massivos contra assentamentos civis israelenses. Em números, mais de 1.200 foram mortos e cerca de 240 israelenses foram sequestrados e levados para a Faixa de Gaza. Familiares de alguns desses sequestrados estão aqui conosco hoje.

    Foram cometidas diversas atrocidades, tal como estupros de massa, decapitação de crianças e adultos, assassinados de famílias inteiras a tiros, queimadas vivas em suas casas. Crianças, mulheres, homens, adultos ou idosos todos foram alvos dessas atrocidades que figuram como crimes de guerra em larga escala, entre ações legais, desrespeito ao direito humano internacional e diversos crimes.

    O Hamas opera a partir do meio da população civil. Ele construiu, como disse, um sistema de túneis dentro do território controlado, uma verdadeira cidade subterrânea, que desemboca em hospitais, mesquitas, em instituições educacionais e creches de crianças. Seus foguetes são disparados de áreas residenciais densamente povoadas e próximas de hospitais, mesquitas e escolas. Israel estará reagindo contra o Hamas e não contra a população palestina, que, infelizmente, encontra-se envolvida nesse conflito.

    O Estado de Israel tenta evitar prejudicar a população civil, mas, tendo em vista o método de operação do Hamas, se faz difícil distinguir população civil e integrantes do grupo terrorista.

    Israel opera do alicerce de direito internacional. Os relatórios sobre o número de vítimas divulgados pelo Hamas não são precisos, fato que o Hamas inflaciona os números para prejudicar a imagem do Estado de Israel para o mundo. Um exemplo disso foi o ocorrido do Hospital Al-Ahli, no dia 17 de outubro, que foi atingido por um lançamento de foguete fracassado, foguete que foi para Israel, que acabou por cair no estacionamento do hospital. Foi relatada a morte de 500 pessoas. Contudo, na prática, aparentemente este número foi muito exagerado.

    A fonte de força do Hamas está diretamente vinculada aos interesses do Irã. Esse país dá treinamento, equipamentos, financiamento e suporte para grupos terroristas no Oriente Médio, tais como Hezbollah e Houthis do Iêmen. O Catar também financia o grupo terrorista Hamas.

    O Hamas declara que continuará tentando destruir Israel. Nenhum país pode suportar tal situação de hostilidade, que é isto, portanto, juntamente com a libertação dos raptados, o objetivo de Israel é que o Hamas não continue a controlar a Faixa de Gaza, principalmente para não pôr Israel e os israelenses em perigo.

    Israel irá construir as áreas que foram destruídas e a população afetada será reabilitada, física e psicologicamente. Esta é uma dívida da sociedade israelense para as pessoas.

    Enfrentamos esses vários desafios até normalizar a situação em Israel, visto que estamos em guerra por mais de dois meses contra um inimigo cruel e sem escrúpulos.

    Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/12/2023 - Página 9