Pronunciamento de Cleitinho em 18/12/2024
Discurso durante a 186ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Críticas à política econômica do Governo Lula, à possibilidade de políticos condenados judicialmente serem candidatos a cargos públicos e aos gastos supostamente excessivos dos três Poderes. Manifestação contrária à possibilidade de cortes no benefício de prestação continuada (BPC).
- Autor
- Cleitinho (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/MG)
- Nome completo: Cleiton Gontijo de Azevedo
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Assistência Social,
Economia e Desenvolvimento,
Governo Federal:
- Críticas à política econômica do Governo Lula, à possibilidade de políticos condenados judicialmente serem candidatos a cargos públicos e aos gastos supostamente excessivos dos três Poderes. Manifestação contrária à possibilidade de cortes no benefício de prestação continuada (BPC).
- Aparteantes
- Damares Alves.
- Publicação
- Publicação no DSF de 19/12/2024 - Página 34
- Assuntos
- Política Social > Proteção Social > Assistência Social
- Economia e Desenvolvimento
- Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
- Indexação
-
- CRITICA, POLITICA, ECONOMIA, GOVERNO FEDERAL, AUMENTO, INFLAÇÃO, DOLAR, CORTE, INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (INSS), BOLSA FAMILIA, OMISSÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), FERNANDO HADDAD, DEFESA, BENEFICIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA (BPC), COMENTARIO, COMPROMISSO, AJUSTE FISCAL, PODERES CONSTITUCIONAIS, REGISTRO, INDIGNAÇÃO, POSSIBILIDADE, CANDIDATURA, POLITICO, CONDENAÇÃO JUDICIAL, JOSE DIRCEU, SERGIO CABRAL, EDUARDO CUNHA.
O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG. Para discursar.) – Obrigado, Sr. Presidente.
É, pessoal... O Ciro Gomes previu o futuro. Olhem isso aqui.
(Procede-se reprodução de áudio.)
O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Esse é o Ciro, gente. Previu o futuro mesmo. Eu quero mostrar para vocês aqui. Olhem isto aqui: "Nem picanha, nem carne, nem frango, nem cervejinha, nem ovos, nem café. Inflação dispara em todo o Brasil e isola a promessa de Lula". Está aqui. O Ciro Gomes previu todo o futuro. E agora? Fora que o dólar chegou a R$6,20 e mais um monte de patifaria que acontece todos os dias aqui no Governo do Lula. Então, eu só queria dar este recado aqui para vocês: o Ciro Gomes, alguns meses atrás, alguns anos atrás – não sei quando foi esse vídeo que ele fez aqui –, previu o futuro.
Mas eu queria falar sobre o presente aqui agora também, gente, e começar a fazer campanha contra, porque eu tenho certeza...
Ah, tem isto aqui também, olhem: "Urgente! Lula corta R$7 bilhões do INSS, R$2 bilhões do Bolsa Família agora em 2025". Tem mais essa também ainda.
Mas eu queria falar sobre isto aqui, porque eu não tenho medo de falar, eu vou falar aqui é na cara: "Após o STF anular condenações, José Dirceu já pode disputar as eleições [...]". O José Dirceu já pode disputar a eleição, gente. E 2026 está aí. Então, eu já estou fazendo campanha contra o José Dirceu. Tem o outro também que está querendo, o Eduardo Cunha, que inclusive, está querendo vir pelo meu Estado de Minas Gerais. Se precisar, eu vou rodar os 853 municípios, falando sobre quem é o Eduardo Cunha, sem medo nenhum. Desse aqui nem preciso falar, gente, do José Dirceu. Está querendo vir também. Sérgio Cabral, ex-Governador do Rio de Janeiro. Se fosse para ele pagar a pena que ele tem de 400 anos, eu canso de falar aqui, ele tinha que ressuscitar, no mínimo, umas cinco vezes; se ele fosse bom de saúde., tinha que viver quase cem anos. E vai ser candidato também, está falando que vai vir como candidato a Deputado Federal pelo Rio de Janeiro. Então, este é o nosso país e esta é a nossa Justiça – isso enquanto alguns presos do dia 8 continuam pegando 17 anos de cadeia. Esses são os culpados de o Brasil estar um lixo. Está aí. Teve a Lava Jato, que mostrou o que foi este país aqui. Um cara igual ao José Dirceu... Sérgio Cabral, que é réu confesso... Ele é réu confesso! Esses caras estão soltos e estão querendo vir como candidatos.
Aí você está achando que eu vou ficar calado aqui? Eu espero que... Essa voz minha aqui, essa boca minha feia aqui podia rodar o Brasil inteiro para falar para vocês que José Dirceu vai vir candidato em 2026, que estava na cadeia, Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, que gastou não sei quanto em Dubai com dinheiro público, rindo da cara do povo... E vão continuar rindo. Esses caras devem estar tomando uísque agora e rindo da cara do povo. Devem estar lá, rodeados na rodinha de puxa-sacos, falando: "Eu saio candidato e ainda ganho a eleição". Devem estar fazendo aposta com os outros ainda, pois eu sei que, em Minas Gerais, esse tal de Eduardo Cunha está querendo vir candidato por Minas Gerais.
Eu queria tanto ver você e olhar na sua cara, Eduardo Cunha... O problema é que aqui tem Comissão de Ética – aqui qualquer coisa que a gente faz vai para a Comissão de Ética –, porque a vontade que eu tinha era te dar um murro na cara.
Um cara desse vir falar que vai ser candidato aqui no Brasil ainda, isso é rir da cara do povo. Vocês gostam de dar tapa na cara do povo, não é?
Eu tinha essa vontade, mas eu não posso, porque, se fizer qualquer coisa aqui, eu ainda viro o culpado. Capaz de eu ser preso – capaz de eu ser preso! –, mas um cara desse roda o Brasil inteiro, ainda roda de cabeça... para falar ainda que vai ser candidato.
Se a mãe do Eduardo Cunha e as mães desses caras, como o Sérgio Cabral, tivessem consciência, nem as mães deles votavam. Porque, se fosse a minha mãe, ela fazia isto comigo, me botava de castigo e falava: "Acabou para você, meu filho, você não tem moral nenhuma mais não".
Então, a verdade é esta: para a gente ter um país limpo, aqui, honesto, com credibilidade, pessoas como essas aqui... Como ser humano, como cristão, aqui está tudo perdoado. Agora, entrar na política de novo? Quem roubou dinheiro público, quem desviou dinheiro público tem moral para entrar aqui? Eu queria, se eu estivesse errado, que alguém se contrapusesse aqui. Pode ficar à vontade para falar que eu estou errado.
Se quiser falar, defender esses caras... Eu queria ver quem vai defender publicamente, quem sai em defesa de um cara igual ao Sérgio Cabral, quem sai em defesa de um cara igual ao José Dirceu e quem sai em defesa de um cara igual ao Eduardo Cunha. Eu queria ver o programa eleitoral desses caras daqui a dois anos. Eu queria ver quem vai levantar a bandeira para esses caras, quem vai fazer vídeo apoiando esses caras. Eu queria muito ver quem tem coragem de fazer isso aqui, queria muito ver isso.
Mas eu vou tocar o dedo na ferida. Eu não tenho medo de vocês. Passem a minha vida de cabeça para baixo, façam isso. Mandem me investigar de cabeça para baixo. É porque eu falei das emendas aqui também: fica um monte de lobista aqui, rodando corredor para cima e para baixo, enchendo o saco aqui, atrás de emenda, barrando o orçamento, barrando o Governo. Aí, gente, quando era o Bolsonaro, a gente se revoltava quando faziam isso. Agora, que é o Governo Lula, é a mesma coisa, estão fazendo isto: barrando orçamento aqui para poder ter mais emenda, para poder torrar dinheiro. Fica parecendo que emenda é de político, gente; emenda é do povo. Fica essa chatice, esse aborrecimento danado.
Então, eu quero e vou tocar o dedo na ferida aqui, porque eu não tenho medo. Eu nunca peguei uma emenda na minha vida, fiz dificuldade para vender facilidade. Pode rodar Minas Gerais inteira, quando eu era Deputado Estadual, para ver se eu fiz algo de errado com a situação de emenda. E nem agora, como Senador. Para mim, dinheiro público é sagrado. Eu me contento com o salário que eu ganho de Senador. Eu nunca ganhei isso na minha vida! Eu trabalhava de verdureiro, eu nunca tive isso. Só tenho que ajoelhar e agradecer a Deus pelo que eu ganho – fora as mordomias, fora os privilégios... Falam tanto de cortar o orçamento aqui, igual a essa polêmica da questão do BPC... Eu quero ver qual Deputado ou político vai tacar o dedo para votar contra o BPC. Eu quero ver quem tem coragem de fazer isso, porque tem tanta coisa para cortar aqui e quer cortar sempre no lombo do povo.
Aqui, não se fala nada de cortar aqui dos três Poderes. Os caras têm moral, têm direito de fazer a licitação de lagosta de R$1 milhão no STF. Disso aqui ninguém fala. Aqui dentro do Senado, no Congresso Nacional, há direito a auxílio-moradia, auxílio não sei de quê, auxílio-alimentação, e aqui não pode cortar! Eu ouvi um desembargador falando que é inconstitucional falar sobre os supersalários. Olha a afronta! Com todo o respeito a V. Exa., desembargador, mas todos nós temos que pagar a conta – todos nós! Não são só vocês, não; nós também, aqui, os três Poderes.
O pagador de imposto que acorda cedo, é CLT, faz 6x1, tem que ganhar R$1,5 mil no máximo de salário, paga imposto para poder manter a mordomia nossa aqui. Não são eles que administram o país, não! Quem pega ônibus às 6h da manhã e chega em casa, às vezes, às 8h ou 10h da noite não administra o país, não; quem administra o país são os três Poderes. A incompetência de o país estar dessa forma é nossa! Somos nós que temos que pagar a conta, não é o povo que tem que pagar a conta, não! Não é o empreendedor, não é o trabalhador que tem que pagar essa conta, não; não é o familiar que tem o BPC.
Eu acho que a pessoa que fala uma coisa dessas e vai votar... E eu quero ver quem vai ter coragem de votar contra o BPC, de ficar a favor desse projeto. Só se não tiver empatia. Vão ficar numa família dessas, conviver 24 horas com uma mãe e com um pai, para vocês verem o que é, para terem coragem de votar uma situação dessas do BPC.
Então, eu estou falando, antecipando aqui, porque já tiraram de pauta, e estão querendo voltar com esse projeto, novamente. Eu quero ver qual Senador e Deputado vai ter coragem de votar contra quem tem o benefício, o BPC; quero muito ver! Isso é uma covardia! É o que eu estou falando: se tem que cortar aqui, tem que cortar é da gente, tem que cortar é dos três Poderes, é do Executivo, que está querendo comprar um avião de quase 500 bi... Um avião só para viajar e não resolver nada.
A verdade é esta: o que não falta aqui é dinheiro, gente; o que mais tem é dinheiro! Deixe-me falar uma coisa: 50% de tudo que vocês consomem é imposto – 50%! –, então falar que este país está quebrado é conversa fiada.
(Soa a campainha.)
O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Este país está é sendo roubado, desviado o tempo inteiro.
Numa cidade lá em Minas Gerais, a cidade de Gouveia – uma cidade de quase, eu acho, 11 mil habitantes –, tiveram coragem de fazer um negócio de Natal de R$8 milhões, gente. Foram R$8 milhões! Em Guarapari, também, a mesma coisa: o orçamento da saúde, eu acho, é de oito... e estão gastando não sei quantos – eu vou até pesquisar aqui – para fazer negócio de Natal. Pelo amor de Deus! Qual é a prioridade do país aqui?
Queria chamar a atenção de todo o povo brasileiro...
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Pode falar. Quer um aparte?
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Tá.
Então, eu queria só chamar a atenção para os cortes de gastos. Novamente, eu vou falar a mesma coisa que eu estou falando aqui tem quase um mês...
Fique à vontade, Damares.
A Sra. Damares Alves (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Para apartear.) – Senador Cleitinho, dê-me um aparte.
Eu vi a sua preocupação com relação ao BPC e eu também estou muito preocupada. Ninguém vai mexer no BPC, nem no Fundo do Distrito Federal, mas eu tenho uma outra preocupação: o texto final da...
(Interrupção do som.)
A Sra. Damares Alves (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Fora do microfone.) – ... regulamentação da reforma aprovado...
(Soa a campainha.)
A Sra. Damares Alves (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) – ... na Câmara ontem restringiu isenção para carro de pessoas com deficiência.
Tinha sido feito um acordo aqui, no Plenário do Senado. O texto foi para lá com o acordo, para que as pessoas com deficiência não tivessem nenhum prejuízo em adquirir o seu carro – pois lá passou com o maior prejuízo. Eu estou perplexa! Que presente de Natal nós estamos dando para as pessoas com deficiência... Mas ninguém falou realmente em acabar com a lagosta, as bebidas, as reformas, as viagens, as diárias milionárias internacionais. Quero fazer coro ao senhor.
Para o que passou ontem lá, só tem uma solução agora: a gente fazer um apelo ao Presidente Lula. Eu acredito que o Presidente Lula não está sabendo do que está acontecendo. Cleitinho, olhe, eu tenho todas as minhas reservas quanto ao Presidente Lula, mas um homem que pensa em...
(Interrupção do som.)
A Sra. Damares Alves (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF. Fora do microfone.) – ... pobre, que fala em pobre...
(Soa a campainha.)
A Sra. Damares Alves (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - DF) – Estou concluindo.
... eu tenho a impressão de que ele não sabe o que está acontecendo, que restringiram o acesso a carro para pessoa com deficiência e que querem mexer no BPC.
Atenção, PT: uma equipe econômica já derrubou Dilma! Essa sanha da atual equipe econômica por arrecadação pode derrubar o Lula. E eu estou muito preocupada com o caos que eles vão instaurar no Brasil, porque as pessoas com deficiência, os idosos estão dizendo que vão vir para a rua.
Faço coro a você neste instante.
O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Senadora, sobre a equipe econômica, eu não sei se isso é verdade, porque tudo agora é fake news, mas eu vi até uma matéria falando que o Ministro da Fazenda está de férias. Uma crise dessa, o dólar quase a R$6,20, e ele tirou férias. Então, esse é o comprometimento que ele tem com o Brasil. Todo mundo tem direito a tirar férias? Tem; mas a gente está falando agora que vai votar um orçamento aqui, a gente está falando aqui de uma reforma tributária que foi votada, de corte de gastos. Isso vem da iniciativa do ministério dele. Tire férias depois, em janeiro, o que for. Aí, na época crucial do país aqui...
(Soa a campainha.)
O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – ... o Ministro da Fazenda tirou férias. É este o país; este é o nosso país.
Muito obrigado, Presidente.