Fala da Presidência durante a 16ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Abertura da Sessão de Debates Temáticos destinada a debater o uso de tratamento profilático no combate à Covid-19.

Autor
Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Abertura da Sessão de Debates Temáticos destinada a debater o uso de tratamento profilático no combate à Covid-19.
Publicação
Publicação no DSF de 16/03/2021 - Página 8
Assunto
Outros > SAUDE
Matérias referenciadas
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DESTINAÇÃO, DISCUSSÃO, UTILIZAÇÃO, TRATAMENTO, PREVENÇÃO, COMBATE, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).

    O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - CE. Fala da Presidência.) – Paz e bem a todos!

    Declaro aberta a sessão.

    Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.

    Aqui, diretamente do Prodasen, aqui em Brasília, com a participação de convidados, especialistas, médicos, sobre esse tema tão importante que é a questão do tratamento preventivo, precoce, profilático da Covid-19.

    Eu vou pedir licença para tirar aqui a máscara. (Pausa.)

    Agradeço a participação dos Senadores que já estão aqui, de prontidão, também, Senador Oriovisto Guimarães, Senador Marcelo Castro, Senador Marcos do Val, ao Doutor Paulo Porto de Melo, que vai ser um dos palestrantes, e à Doutora Ellen Guimarães.

    A presente sessão de debates temáticos, remota, foi convocada nos termos do Ato da Comissão Diretora nº 7, de 2020, que regulamenta o funcionamento remoto do Senado Federal, e em atendimento ao Requerimento nº 841, de 2021, do Senador Eduardo Girão, que lhes fala, e outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.

    É importante dizer que nós estamos ao vivo pela TV Senado para todo o Brasil, e também nas redes sociais para o mundo inteiro, e quero dizer que daqui a pouco será interrompida esta sessão. Nós vamos continuar aqui sem a transmissão da TV Senado, porque a TV Senado vai fazer a cobertura da esperada promulgação da PEC do Auxílio Emergencial, que traz equilíbrio fiscal ao nosso País. Mas nós vamos continuar nas redes sociais da TV Senado. Então, quem estiver acompanhando basta ir ao YouTube e procurar que nós vamos continuar esta sessão, que tem uma previsão de três horas, mais ou menos, para nós concluirmos.

    A sessão é destinada a receber os seguintes convidados, a fim de debater o uso de tratamento profilático no combate a Covid-19: Sra. Ellen Guimarães, que é médica cardiologista, especialista em arritmias cardíacas e eletrofisiologia invasiva; Sr. Donizetti Dimer Filho, 1ª Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina; Sr. Deputado Luiz Ovando, que é Deputado Federal pelo Estado de Mato Grosso do Sul; Sr. Clóvis Arns da Cunha, Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia; Sra. Nise Yagamushi, médica oncológica e imunologista; Sr. André Siqueira, médico infectologista e pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia; Sr. Paulo Porto de Melo, médico neurocirurgião cerebral e da coluna; e também o Sr. Flávio Cadegiani, médico endocrinologista.

    A Presidência informa ao Plenário que serão adotados os seguintes procedimentos para o andamento da sessão, nos termos do art. 398 do Regimento Interno do Senado Federal, combinado com o Ato da Comissão Diretora nº 7, de 2020: será inicialmente dada a palavra aos convidados por dez minutos; após, será aberta a fase de interpelação pelos Senadores inscritos, organizados em blocos, dispondo cada Senador de cinco minutos para suas perguntas; os convidados disporão de cinco minutos para responder a totalidade das questões do bloco; os Senadores terão dois minutos para a réplica.

    As inscrições dos Senadores presentes remotamente serão feitas através do sistema remoto.

    As mãos serão abaixadas no sistema remoto, e, neste momento, estão abertas as inscrições.

    Então, mais uma vez, agradeço a presença de todos vocês aqui nessa sessão. Recebi muito retorno da sociedade, que está nos acompanhando nas redes sociais da TV Senado, e por enquanto aqui também na TV Senado.

    Eu queria fazer aqui um breve histórico. Esta sessão foi convocada nos termos dos Atos da Comissão Diretora nºs 7 e 9, que regulamentam o trabalho remoto, semipresencial do Senado Federal, e em atendimento ao Requerimento nº 841, de 2021, para debater o uso de tratamento profilático no combate à Covid-19.

    O requerimento aprovado em Plenário, na data de 09 de março, foi subscrito pelos Senadores Eduardo Girão, quem lhes fala; Mecias de Jesus, Plínio Valério, Jorge Kajuru, Nelsinho Trad, Marcos Rogério e Izalci Lucas. Mas fica o meu agradecimento a todos os demais Senadores que aprovaram em Plenário este requerimento.

    Nesta sessão foram convidados a prestar esclarecimentos e contribuir com o debate a Sra. Ellen Guimarães, médica cardiologista, especialista em arritmias cardíacas e eletrofisiologia invasiva; Sr. Donizetti Dimer Filho, 1º Vice-Presidente do Conselho Federal de Medicina; Sr. Deputado Luiz Ovando, que é Deputado Federal pelo Estado de Mato Grosso do Sul; Sr. Clóvis Arns da Cunha, Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia; Sra. Nise Yagamushi, médica oncológica e imunologista; Sr. André Siqueira, médico infectologista e pesquisador do Instituto Nacional de Infectologia; Sr. Paulo Porto de Melo, médico neurocirurgião cerebral e da coluna; e o Sr. Flávio Cadegiani, médico endocrinologista.

    Como justificativa para a realização desta Sessão de Debates Temáticos, o requerimento registra o triste momento atual no combate, no enfrentamento à Covid-19, bem como a nossa responsabilidade em discutirmos tratamentos que possam prevenir o contágio da doença.

    Muitos deles estão sendo amplamente utilizados pela população brasileira. Sabemos que não há convergência de argumentos, pois, enquanto muitos médicos defendem o uso de tratamentos profiláticos, outros condenam a conduta.

    Esperamos, assim, com esta questão, não dar uma resposta definitiva, mas contribuir para o conhecimento do tema e demonstrar que as informações merecem ser divulgadas de modo plural, como forma de defesa do interesse público.

    Em outras oportunidades, havíamos discutido assuntos importantes relacionados à pandemia, como as medidas legislativas e de vacinação, mas não havíamos ainda dedicado uma sessão ao tema do tratamento preventivo e precoce.

    Estamos hoje preenchendo essa lacuna.

    Entendemos que, como representantes da vontade popular e em nome do interesse público, devemos prestigiar a população com a incessante busca pela melhor informação, com debates sobre os temas atuais, sobretudo quando existem impedimentos controversos.

    Sem dúvida, poucos assuntos despertam discussões mais apaixonadas do que o relacionado à possibilidade de prevenção à Covid. Em todo o País instalou-se uma oposição fervorosa entre defensores e acusadores. Todavia, todos os debatedores têm um fundamento em comum, que reside justamente na preservação de vidas.

    Proponho que deixemos de lado algum juízo preconcebido para que possamos ouvir e discutir as manifestações contrárias e favoráveis ao tratamento precoce. Desse modo, fundamentado no Requerimento nº 841, de 2021, aprovado em Plenário, ouviremos os convidados, e as Sras. Senadoras e os Srs. Senadores poderão expor seus pontos de vista, sempre pautados pelos princípios da ética e da pluralidade deste Congresso Nacional.

    É um assunto que, particularmente, eu estou vendo aqui, cada vez mais adesão. A Doutora Nise Yamaguchi já presente aqui, o Doutor Donizetti Dimer, o Deputado Doutor Luiz Ovando. E eu quero dizer que este assunto sempre me trouxe muito interesse. Eu gosto de observar os diferentes lados da moeda, analisar o posicionamento de cada um, não sou da área médica, vim aqui para aprender também, e tenho certeza de que vou sair aqui com mais aprendizado deste debate, mas o fato é que nós estamos com 280 mil mortes no Brasil.

    São 10 milhões de pessoas curadas, isso é uma boa notícia, mas nós vivemos uma guerra, estamos em uma guerra. E, assim, tudo que eu aprendi, li, gosto um pouco de história, é que em guerras você precisa usar todas as armas. E uma arma não anula a outra; por exemplo, sou favorável – estou dando o meu depoimento pessoal – à vacina, ao uso de máscara, à questão do distanciamento social, da higienização das mãos com álcool em gel, sou favorável a isso tudo, mas também, com recomendação médica, uma posição pessoal, sou favorável ao tratamento preventivo e precoce da Covid, até porque eu uso, através de recomendação, repito, médica, não sou favorável à automedicação, mas eu já estou, há alguns meses, utilizando zinco, vitamina D e ivermectina. Inclusive meu pai, com 77 anos de idade, o Senador Marcelo Castro conheceu o meu pai, ele teve Covid, recentemente, foi infectado, e o médico em São Paulo disse para ele: triplique a dose da ivermectina. Olha que ele tem até comorbidades, meu pai, e ele praticamente foi assintomático nesse período em que ele estava infectado. Graças a Deus, está muito bem.

    Então, a gente vê a Associação Médica do Japão se pronunciando a favor do tratamento precoce, vemos também várias cidades do Brasil, Porto Feliz, Porto Seguro, Belém, Búzios, Natal, Vitória, hospitais particulares, os maiores hospitais particulares do meu Estado, do Ceará, que é a Unimed regional e o grupo Hapvida, que adotaram, desde o início, o tratamento precoce, no seu protocolo lá, a questão da hidroxicloroquina, da azitromicina, enfim... Há também uma vizinha nossa, do meu Estado, que é do Rio Grande do Norte, a Doutora Roberta Lacerda, que não pôde participar hoje, mas ela fala, e é muito ousada nessa fala dela, que nós vamos discutir aqui, que o tratamento preventivo e precoce tem o poder de parar a pandemia.

    Isso é muito forte, esse vídeo dela tomou uma proporção grande no País. E a gente vai hoje ouvir aqui especialistas para saber sobre isso. Tivemos uma recém-descoberta que foi anunciada pela Samel. O Dr. Flávio Cadegiani, que estará conosco se manifestando é um dos estudiosos do assunto; e o Dr. Ricardo Zimmermann, não pôde comparecer, mas falou dando um alento grande sobre a proxalutamida, um medicamento que está trazendo muita esperança para as pessoas.

    A ivermectina e a hidroxicloroquina já estão há décadas em uso no Brasil, e uma delas até é administrada como vermífugo para crianças. E a gente vai entender aqui se isso faz mal, como dizem, como a gente viu na mídia do Brasil, mostrando que isso pode dar problemas no fígado, no caso da ivermectina, que pode ter efeitos controversos; no caso da cloroquina, no coração, problemas de arritmia cardíaca. Isso foi muito falado. E nós vamos ouvir dos especialistas – eu peço a eles – que, se possível, se manifestem, porque são drogas usadas há muito tempo e, inclusive, a ivermectina, para crianças. Então, isso causa um pouco de preocupação.

    Outra coisa também que a gente percebe, como eu falei no início, que é um pouco apaixonada esse tipo de discussão. E a gente precisa baixar a bola, ver o que a ciência coloca. Mas a gente percebe uma fúria muito grande, no sentido de tentar descredibilizar. E isso preocupa porque a gente ouve relatos cada vez maiores, cada vez maiores de pessoas próximas, de pessoas distantes dizendo do efeito positivo de tratamento de certos medicamentos. Mais uma vez, sou contra, totalmente contra a automedicação. Acredito na autonomia médica, que é uma coisa que tem sido, inclusive, questionada ultimamente. E eu queria ouvir isso dos especialistas aqui, dos médicos presentes.

    Então, não sei até que ponto pode haver também uma influência político-ideológica nisso tudo, de um lado e de outro. Seria bom que isso se afastasse, porque eu acho que o que importa é salvar vidas. Não é hora de política, não é hora de fazer política. Então, pouco me importa se é o Presidente da República que defende o tratamento ou se é um opositor mor dele. Isso não é para ser avaliado. A gente tem que ver o que os resultados clínicos dizem, o que a ciência diz. E nós vamos ver os estudos randomizados aqui, vários estudos sobre esses medicamentos. Espero que os especialistas que defendem isso possam colocar... Disseram-me que são mais de 12 medicamentos.

    Então, vamos tentar aprofundar nesse tema, agradecendo, mais uma vez, a presença de todos aqui nesse debate tão importante, que é pioneiro no Senado Federal. O Senado Federal está se apropriando pela primeira vez... Então, a gente vê médicos, secretários de saúde que são adeptos do tratamento preventivo e precoce; Senadores que tiveram a coragem de se manifestar dizendo que tomaram, inclusive, o Senador Marcos do Val, que foi o primeiro talvez a se manifestar, quando teve Covid, que tomou esses medicamentos. Eu acho que é bom esclarecer isso para a população para que não fique – vamos dizer assim – algo turvo para a maioria das pessoas. Nós temos que quebrar esse paradigma. Não é hora de a gente colocar nada debaixo do tapete, é bom que a verdade venha à tona porque tem gente que está morrendo enquanto a gente está discutindo aqui.

    Então, eu concedo a palavra, neste momento, à Sra. Ellen Guimarães, por dez minutos. Ela fala diretamente de Goiânia, Estado aqui vizinho.

    Muito obrigado.

    Fique à vontade, Doutora Ellen.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/03/2021 - Página 8