Discurso durante a 92ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Repúdio à tentativa de assassinato sofrida pela Vice-presidente da Repúblicada Argentina, Sra. Cristina Kirchner, no último dia 2 de setembro. Comemoração pela aprovação do Projeto de Lei nº 6.579/2013, na Câmara dos Deputados, que restringe o benefício da saída temporária de presos. Pedido para que a Câmara dos Deputados aprecie a Proposta de Emenda à Constituição nº 333/2017, já aprovada no Senado Federal, que extingue o foro especial por prerrogativa de função nos casos de crime comum.

Autor
Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem, Processo Penal, Segurança Pública:
  • Repúdio à tentativa de assassinato sofrida pela Vice-presidente da Repúblicada Argentina, Sra. Cristina Kirchner, no último dia 2 de setembro. Comemoração pela aprovação do Projeto de Lei nº 6.579/2013, na Câmara dos Deputados, que restringe o benefício da saída temporária de presos. Pedido para que a Câmara dos Deputados aprecie a Proposta de Emenda à Constituição nº 333/2017, já aprovada no Senado Federal, que extingue o foro especial por prerrogativa de função nos casos de crime comum.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2022 - Página 13
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Jurídico > Processo > Processo Penal
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
Matérias referenciadas
Indexação
  • MANIFESTAÇÃO, REPUDIO, ATENTADO, VICE-PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, ARGENTINA.
  • DISCURSO, PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS), ALTERAÇÃO, NORMA JURIDICA, LEI FEDERAL, LEI DE EXECUÇÃO PENAL, CODIGO PENAL, OBRIGATORIEDADE, ESTADO, PRESO, PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE, REQUISITOS, PROGRESSÃO, REGIME PENITENCIARIO, AUTORIZAÇÃO, SAIDA TEMPORARIA, PRAZO DETERMINADO.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - CE. Para discursar. Por videoconferência.) – Muitíssimo obrigado, Sr. Presidente do Senado Federal, Senador Rodrigo Pacheco; Senadoras e Senadores; todos que estão nos acompanhando.

    Em primeiro lugar, a minha palavra é de gratidão, Presidente, por o senhor ter convocado esta sessão, em deferência também ao Estado do Ceará, em relação à contratação de operação de crédito externo. E, em nome da Bancada do Estado do Ceará, eu lhe agradeço por esta oportunidade.

    Também queria assinar as suas palavras com relação à grave tentativa ontem de assassinato da Vice-Presidente da Argentina, Cristina Kirchner. É aquela velha história: nós podemos ser adversários no campo da política, jamais inimigos, porque nós somos irmãos, filhos do mesmo Deus. Este que está aqui atrás, Mahatma Gandhi, dizia o seguinte: "No olho por olho e dente por dente, a humanidade vai acabar cega e sem dentes". Então, a gente precisa virar essa página do processo civilizatório, olhar para a frente; não é Idade Média, não é faroeste. E muito bom o seu pronunciamento, Presidente.

    Eu queria aproveitar este momento para falar que, por 311 votos a favor e 98 contrários, a Câmara dos Deputados aprovou corretamente o fim das chamadas "saidinhas" daqueles que cumprem pena de prisão. Atualmente, a nossa legislação permite saída temporária aos condenados em regime semiaberto para poderem visitar as famílias nos feriados, frequentar cursos e participar de outras atividades. Essa matéria já tinha sido aprovada, inclusive, pelo Senado em 2013, mas estava estagnada na Câmara por quase dez anos.

    Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo, 1.628 presos beneficiados com a saída temporária não retornaram à prisão em 2021 – ano passado. Parte desses voltaram à prática de crimes.

    O substitutivo aprovado pela Câmara também obriga a realização de exame criminológico como requisito para a definição do progresso de regime e, principalmente, para autorizar o regime semiaberto.

    Um dos principais argumentos utilizados pelos Deputados que votaram a favor é que esse benefício da saída temporária aumenta, na sociedade, a sensação de impunidade e de que o crime pode compensar.

    Então, por coerência, essa mesma legislatura que, depois de nove anos, destravou essa importante matéria, tem o dever também, lá na Câmara – porque o Senado já fez a parte dele –, de votar o fim do foro privilegiado, que está parado naquela Casa há cinco anos.

    Muito mais do que saidinhas, Sr. Presidente Rodrigo Pacheco, a permanência desse foro, beneficiando quase 50 mil autoridades brasileiras, é um dos fatores de alimentação da impunidade no Brasil. Eu chamo de trava, é uma trava nesse mecanismo de blindagem à corrupção.

    Nesse caso, não é apenas sensação de impunidade; é real, é gravíssimo, pois passa uma imagem muito negativa à sociedade de que o criminoso do colarinho branco, se for rico e tiver poder político, está acima da lei, e, portanto, seus crimes passam a compensar.

    No dia em que o Brasil, Sr. Presidente, em que o Presidente Arthur Lira tirar da gaveta e votar o fim do foro privilegiado – repito, exemplo que o Senado já deu – nós vamos ter um Brasil diferente, em que a justiça vai ser para todos.

    Eu encerro com esse pensamento, lembrando que, além da aprovação dessa matéria, o Congresso Nacional continua em débito com a sociedade enquanto não aprovar o fim da prisão em segunda instância e, com isso, estancar o processo de decadência moral que beneficia o crime em prejuízo dos homens e mulheres de bem, que, graças a Deus, representam a maioria do povo brasileiro.

    Muito obrigado pela tolerância. Parabéns, mais uma vez, por esta sessão, e vamos que vamos, pelo Brasil, pela paz e pela justiça.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2022 - Página 13