Discussão durante a 75ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Discussão sobre o Projeto de Lei Complementar (PLP) n° 93, de 2023, que "Institui regime fiscal sustentável para garantir a estabilidade macroeconômica do País e criar as condições adequadas ao crescimento socioeconômico, com fundamento no art. 6º da Emenda Constitucional nº 126, de 21 de dezembro de 2022, e no inciso VIII do caput e no parágrafo único do art. 163 da Constituição Federal; e altera a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), e a Lei nº 10.633, de 27 de dezembro de 2002".

Autor
Jaques Wagner (PT - Partido dos Trabalhadores/BA)
Nome completo: Jaques Wagner
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
Diretrizes Orçamentárias, Dívida Pública, Finanças Públicas, Fundos Públicos:
  • Discussão sobre o Projeto de Lei Complementar (PLP) n° 93, de 2023, que "Institui regime fiscal sustentável para garantir a estabilidade macroeconômica do País e criar as condições adequadas ao crescimento socioeconômico, com fundamento no art. 6º da Emenda Constitucional nº 126, de 21 de dezembro de 2022, e no inciso VIII do caput e no parágrafo único do art. 163 da Constituição Federal; e altera a Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), e a Lei nº 10.633, de 27 de dezembro de 2002".
Publicação
Publicação no DSF de 22/06/2023 - Página 72
Assuntos
Orçamento Público > Diretrizes Orçamentárias
Economia e Desenvolvimento > Finanças Públicas > Dívida Pública
Economia e Desenvolvimento > Finanças Públicas
Economia e Desenvolvimento > Finanças Públicas > Fundos Públicos
Matérias referenciadas
Indexação
  • DISCUSSÃO, PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR (PLP), ALTERAÇÃO, LEI FEDERAL, FUNDO CONSTITUCIONAL DO DISTRITO FEDERAL (FCDF), CRITERIOS, ATUALIZAÇÃO, VALORES, CORRELAÇÃO, VARIAÇÃO, RECEITA CORRENTE, DESPESA PUBLICA, UNIÃO FEDERAL, CRIAÇÃO, LEI COMPLEMENTAR, SUSTENTABILIDADE, REGIME FISCAL, POLITICA FISCAL, AJUSTE FISCAL, ESTABILIDADE, CRESCIMENTO, ECONOMIA, CONTROLE, DIVIDA PUBLICA, ELABORAÇÃO, LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTARIAS (LDO), META FISCAL, LIMITAÇÃO, RECEITA, APLICAÇÃO, EXCEDENTE, INVESTIMENTO, EXCLUSÃO, REGIME JURIDICO, PRECATORIO, COMPLEMENTAÇÃO, FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO FUNDAMENTAL E VALORIZAÇÃO DO MAGISTERIO (FUNDEF), LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL.

    O SR. JAQUES WAGNER (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - BA. Para discutir.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, eu primeiro quero pedir vênia ao Senador Marcos Rogério – viu, Senador Marcos Rogério? –, quero apenas pedir vênia a S. Exa. só para defender o Governo.

    Não é nenhuma pretensão do Governo retirar o Presidente do Banco Central, porque o Presidente da República, o nosso Governo, respeita a legislação vigente. Já existe a legislação da autonomia – tanto faz se eu concordo ou não concordo –, a lei está aí e a lei será respeitada.

    Por outro lado, eu quero dizer a V. Exa. que não é o Governo, não é o Presidente da República, são vários setores da economia que têm o direito, porque quem senta na cadeira de Presidente do Banco Central não é superior a nenhum de nós, nem a V. Exa. nem a mim. E é até o setor financeiro, de onde o Presidente do Banco Central é originário, que já reconhece que juros nesse nível estão dificultando o refinanciamento de empresas, estão dificultando o deslanchar que o Brasil precisa. Não se trata disso.

    Então, eu só queria corrigir, porque está longe do Presidente da República, longe do Governo, a pretensão de retirar o Roberto Campos do Banco Central. Agora, temos o direito de divergir da posição dele. Ele tem a legitimidade de ter sido indicado com a sabatina nesta Casa e o Governo tem a legitimidade do voto popular.

    Em segundo lugar, queria lhe dizer, pedindo vênia, de verdade: a gastança que aconteceu foi no último semestre do ano eleitoral. Havia uma outra regra, que aparentemente era mais fiscalista, que era o chamado teto de gastos, que virou, Senador Marcos Rogério – perdoe-me –, uma peneira, tantas as vezes que ele foi furado por interesse, muitas vezes, nobre.

    Como não furar o teto de gastos para gastar dinheiro para salvar a população brasileira da covid? Perdoe-me, mas o mundo inteiro hoje adota o contraciclo: se a economia vai mal, aí sim é hora de o Governo estar presente. Se a economia vai bem, o Governo pode se retirar da economia.

    É por isso que o arcabouço fiscal é uma forma mais flexível – e vou repetir a V. Exa. – de responsabilidade fiscal, porque não há pretensão deste Governo, do qual sou Líder, de furar a responsabilidade fiscal, até porque quem mais sabe que quem mais paga, quando se quebra a responsabilidade, é o povo mais simples, é o Presidente Lula.

    Então, eu só queria lhe dar meu depoimento.

    A tentativa do Ministro Haddad e de sua equipe foi de buscar um arcabouço fiscal mais moderno, mais flexível, que pressupõe gastos em um limite de 70% da receita. Agora, V. Exa. tem razão. Se a receita não se realizar, não serão realizados os gastos, a não ser aqueles previstos no mínimo de gastos, porque eu não posso também achar que é razoável que eu não tenha receita e que o povo não tenha médico, que não haja segurança, que não se pague o custeio da nação.

    Então, eu acho que é uma medida inteligente e rogo a Deus que a inteligência da equipe do Ministro Haddad tenha tido a sabedoria, até porque é elogiada, não foi construída num ninho fechado, foi construída ouvindo muita gente.

    Então, eu quero lhe dar tranquilidade: não há pretensão, nem acontecerá a saída do Presidente do Banco Central. Agora me dê o direito de discordar da taxa de juros que aí está.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/06/2023 - Página 72