Discurso durante a 56ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão Temática destinada a debater as perspectivas das Eleições de 2020 e eventuais medidas legislativas necessárias.

Autor
Soraya Thronicke (PSL - Partido Social Liberal/MS)
Nome completo: Soraya Vieira Thronicke
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Sessão Temática destinada a debater as perspectivas das Eleições de 2020 e eventuais medidas legislativas necessárias.
Publicação
Publicação no DSF de 18/06/2020 - Página 46
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, ELEIÇÕES, ANO, ATUALIDADE, POSSIBILIDADE, ALTERAÇÃO, LEGISLAÇÃO ELEITORAL, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).

    A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - MS. Para discursar.) – Boa noite, Sr. Presidente. Boa noite a todos que ainda estão aqui.

    Ontem, o Senador Major Olimpio me deu a honra de participar da reunião com o Ministro Barroso, com o Ministro Fachin e com os experts da área da Medicina. E eu, sinceramente, prezo as pessoas que são técnicas. A gente tem que escutar a ciência e a ciência é irrefutável. Nós temos que respeitar a ciência, que é a nossa segurança. Por isso, achei importante a reunião de ontem, para que a gente escutasse as pessoas, os grandes nomes, até com opiniões diferentes entre eles, mas nós tivemos opinião técnica. E o Ministro Barroso está bastante aberto à opinião técnica, a escutar e a discutir os problemas.

    Uma das questões que ele levantou, eu não sei quem... Só havia oito Senadores lá ontem, mas eu não sei se alguém se lembra – porque eu realmente me esqueci –, ele falou que dois dias de campanha para cada turno custariam... Gente, é uma fortuna! O custo disso é algo que a gente também tem que pensar.

    O SR. PRESIDENTE (Weverton. Bloco Parlamentar Senado Independente/PDT - MA) – São quase R$200 milhões por dia uma eleição dessa.

    A SRA. SORAYA THRONICKE (Bloco Parlamentar PSDB/PSL/PSL - MS) – São R$200 milhões por dia. Então, em dois turnos, são R$400 milhões... Não, aí diminuiria o número de cidades, isso é verdade. Mas é algo muito caro, que tem muito custo.

    Nós também vamos sofrer em dois dias, vocês imaginam... Porque não dá para a gente se enganar: as pessoas, os candidatos vão ficar agoniados, desesperados. E vai ser um tal de prender gente, vai ser uma confusão.

    E, digo mais, o Senador Jean Paul acabou de falar que a pandemia está chegando em certos lugares agora. É o caso de Mato Grosso do Sul, que sempre esteve em último lugar no número de contaminações. A minha cidade natal é a segunda maior do Estado e já não temos mais leitos. E lá nós temos uma comunidade indígena enorme. Estamos com problemas nas aldeias, problemas graves de Covid. Então, está chegando aqui agora. E com esse atraso a gente tem que se preocupar, é óbvio – isso porque nem chegou. Eu ouvi vários médicos falando que as projeções não são boas para as duas próximas semanas. E as duas primeiras semanas de julho dizem que vão ser uma coisa terrível. E nós estamos vendo países em que a pandemia voltou em alguns lugares. Portanto, nós não temos a mínima noção do que fazer.

    E eu me recordo que o Senador Randolfe disse que não temos que levar ao máximo. E a minha ideia a princípio seria mesmo: primeiro turno no dia 6 de dezembro e o segundo turno no dia 20. Isso até deixa a gente mais tranquila porque nem na pré-campanha nós temos espírito para trabalhar. Nós vamos estar com pessoas morrendo e pedindo voto ao mesmo tempo – já na campanha, eu digo, mas na pré-campanha existe esse trabalho. Em 2018, numa hora dessa, já estávamos em uma pré-campanha, pelo que eu me lembro, não tenho muita certeza.

    Mas esses prazos todos precisam ser decididos até o último dia do mês. É dia 30, Presidente? Não sei se é dia 30 ou 31 agora. E por quê? Por causa da desincompatibilização, porque eu já tinha servidores meus que vão disputar a vereança e já estavam pedindo exoneração. E outra: tem que decidir até essa data justamente por isso.

    Porém, em dezembro, foi dito pelo Ministro Barroso que haverá dificuldade no julgamento das contas e na data da diplomação. Quando que vai dar a diplomação?

    E extensão de mandato, na minha opinião e na opinião do Barroso – porque eu já li tudo que ele pensa sobre isso –, é dar legitimidade, aumentar uma legitimidade que o eleitor não deu. Não é legítima a extensão do mandato. Se deu o mandato para quatro anos, é aquilo. Vão chegando as eleições e as pessoas já estão vendo quem fez, quem não fez, em quem vão votar, em quem não vão votar, analisando. Agora, estender até quando?

    Nós estamos numa situação extremamente difícil.

    Outra coisa é o voto voluntário, que achei bem bacana, do Senador Marcelo Castro. Agora, sinceramente, eu sou super a favor do voto voluntário, mas eu acho que o Brasil precisa amadurecer um tanto ainda. E nós precisamos fazer uma campanha de amadurecimento, de participação política, de cidadania, para que as pessoas tenham essa consciência de ir às urnas, a não ser que seja só nessa eleição. Mas eu ainda não vejo assim esse momento, com tanta fake news, com tanta gente entrando em estado extremo, desrespeitando as instituições... O brasileiro infelizmente não compreende essas questões. Quem é do ramo do Direito, quem estuda a Constituição Federal, quem estuda essa base sabe muito bem a seriedade disso. E o próprio Presidente tem dito que ele não é contra as instituições, e eu apanho na internet todos os dias, porque eu sou contra o fechamento do Congresso e esse absurdo que estão fazendo com o Judiciário. Como eu disse ontem, são membros.

    Então, há o custo; prorrogar mandato eu acho péssimo; e nós não temos esse prazo em dezembro para a diplomação. E o TRE não tem condições de julgar essas contas em tempo suficiente. Isso que foi dito ontem pelo Ministro Barroso.

    Então, eu queria realmente que fosse em 6 e 20, mas, em razão disso, de todas essas ponderações, eu creio que vá ficar com o dia 15 de novembro e 29 de novembro. É isso que temos para dizer.

    E quero dizer que a Covid ainda está se alastrando pelo País e acabará chegando aqui na nossa terra. Já foi na de vocês e não parou ainda.

    Boa noite e muito obrigada pela oportunidade, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/06/2020 - Página 46