Discurso durante a 93ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações acerca da inclusão em pauta do Projeto de Resolução nº 44, de 2020, que institui o Prêmio Chico Xavier do Senado Federal, a ser conferido anualmente a pessoas ou entidades que se destaquem em ações sociais de caridade.

Repúdio à não deliberação da Medida Provisória nº 984, de 2020, denominada MP do Mandante, que versa sobre os direitos de transmissão e a duração do contrato de trabalho de atletas durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Autor
Eduardo Girão (PODEMOS - Podemos/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Considerações acerca da inclusão em pauta do Projeto de Resolução nº 44, de 2020, que institui o Prêmio Chico Xavier do Senado Federal, a ser conferido anualmente a pessoas ou entidades que se destaquem em ações sociais de caridade.
DESPORTO E LAZER:
  • Repúdio à não deliberação da Medida Provisória nº 984, de 2020, denominada MP do Mandante, que versa sobre os direitos de transmissão e a duração do contrato de trabalho de atletas durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Publicação
Publicação no DSF de 21/10/2020 - Página 68
Assuntos
Outros > HOMENAGEM
Outros > DESPORTO E LAZER
Matérias referenciadas
Indexação
  • RECONHECIMENTO, VOTAÇÃO, PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO (PRS), CRIAÇÃO, PREMIO, FRANCISCO CANDIDO XAVIER, DESTAQUE, IMPORTANCIA, IGREJA.
  • COMENTARIO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), ESPORTE, FUTEBOL, DIREITOS, TRANSMISSÃO.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (PODEMOS - CE. Para discursar.) – Paz e bem, Presidente Davi Alcolumbre!

    Eu peço permissão para tirar a máscara aqui.

    Na verdade, é um reconhecimento, uma gratidão, Presidente. Estive mais cedo com o senhor e pedi, se fosse possível, para incluir, da mesma forma que, na semana retrasada, foi incluída pelo Senador Fabiano Contarato, uma homenagem a Chico Mendes, na verdade um prêmio para instituir boas práticas, no meio ambiente, a ONG's que fazem um trabalho correto.

    Estive com o senhor – e o Bandeira também foi muito receptivo –, para que façamos, neste momento em que a gente vive aí uma pandemia e temos um trabalho social enorme acontecendo no Brasil, muitas vezes silencioso, de entidades, de associações que fazem caridade e têm levado alimento para as pessoas, têm levado amor em ação, porque caridade é amor em ação. Então, é uma forma de premiar, de estimular, de fortalecer essa corrente do bem.

    E eu já soube que foi incluído na pauta, de forma extraordinária, na pauta de amanhã, o Prêmio Chico Xavier.

    Chico Xavier, Senador Wellington – eu tenho muitos amigos e amigas da sua terra, que se engajam nesse trabalho de caridade, como a Márcia –, é um grande humanista, pacifista brasileiro, que desenvolveu um trabalho com repercussão internacional, com puro amor. Ele tinha condição de ser o homem mais rico do Brasil, porque suas obras, com mais de 600 livros, foram traduzidas para dezenas de idiomas e vendidas no mundo inteiro. E Chico Xavier não ficou com um centavo.

    Ele destinou tudo a obras de caridade que até hoje resgatam pessoas nas ruas, dão dignidade. É um trabalho feito do pão material, mas tem o pão espiritual, que hoje conforta muitas pessoas que "perderam" – entre aspas –, entes queridos e que partiram para outra dimensão, como falou o Senador Nelsinho Trad. Então, Chico Xavier é exemplo, é considerado o brasileiro do século, não por acaso querido em todo o Território nacional.

    Então, o Senado amanhã vai fazer um grande ato, uma grande ação no bem, que é instituir um prêmio que é simbólico, que não tem custo nenhum para a população. É um prêmio simbólico que os Senadores vão votar aqui, uma vez por ano, a instituição desse prêmio é para incentivar entidades de caridade a continuarem a fazer esse trabalho.

    Senador Wellington, ai se não fossem as igrejas no Brasil, sejam elas católicas, espíritas, evangélicas, de outras religiões! O que seria do nosso País se não fossem as igrejas? Há a capilaridade delas no trabalho social, elas vão aonde o Estado não consegue chegar. Então, é um trabalho... Nós somos a maior Nação católica do mundo, a maior Nação evangélica do mundo, a maior Nação espírita do mundo. Então, é motivo para celebrar, porque este País não é à toa que é considerado o coração do mundo e a pátria do Evangelho. Aqui as pessoas respeitam umas as outras. E isto é a força do brasileiro: é a solidariedade, é a fraternidade.

    Eu quero agradecer ao Presidente do Senado Davi Alcolumbre por ter colocado na pauta amanhã, agradecer ao Bandeira, o Secretário-Geral. E aproveito este momento para dizer que tudo que a gente planta, a gente colhe, é uma lei da natureza. É a lei da semeadura, da ação e reação. Tudo que nós semeamos, Senador Fernando Bezerra, tudo que a gente planta, a gente colhe. É algo que me estimula muito também saber que nós não estamos sós e que Deus está no controle e que o futuro desta Nação é um futuro de prosperidade, de harmonia. Porque o ser humano, por mais que possamos ter nossas divergências políticas, eu acredito muito no ser humano, cada um tem algo para colaborar aqui neste Senado Federal. Cada um é importante aqui pela sua experiência de vida, pelo talento que todos nós temos.

    Então, Presidente Davi Alcolumbre, mais uma vez, muito obrigado por esse gesto importante. Já falei com a Bancada aqui de Minas, porque ele é o mineiro do século, o Chico Xavier. O pessoal ficou muito feliz.

    Mas eu também queria neste dia dizer que caducou a MP do Mandante. Então, esta semana foi marcada por isso. Eu fui presidente de um clube de futebol, o Fortaleza Esporte Clube, e percebi a mobilização no Brasil inteiro dos clubes, que reúnem milhões e milhões de brasileiros, torcedores, o que eleva a autoestima num momento como este em que a gente está, de isolamento, de um pouco de depressão da sociedade, de desemprego. Não é à toa que nós somos o país do futebol. Ele leva alegria, ele leva imunidade, porque a autoestima cresce.

    E essa MP encaminhada pelo Presidente Jair Bolsonaro, que caducou lá na Câmara dos Deputados, não chegou nem a vir aqui, o que foi motivo de muita frustração, frustração não apenas dos clubes, que estavam precisando dessa MP do Mandante, que iria democratizar as transmissões do futebol, não deixaria algo focado na emissora A ou na emissora B, iria deixar uma possibilidade maior de receitas para os clubes, que estão passando por um momento muito delicado para levar esse esporte, que é vida, para as pessoas.

    Então, eu quero registrar aqui, neste momento, mais uma atitude. Como há algumas positivas, esta foi uma negativa da Câmara dos Deputados: simplesmente, sentar em cima e não deliberar uma MP que mobilizou os maiores clubes – 90% dos clubes do futebol brasileiro –, que queriam levar para as suas torcidas os benefícios que isso traria. Então, isso foi algo não positivo para o futebol, muito pelo contrário, foi negativo e, em certo ponto, frustrante para o futebol.

    Espero que medidas como essa possam voltar à Casa para que, em algum outro momento político, a gente tenha possibilidade de debater, de deliberar pelo menos, porque pode perder no voto, sem problema, mas precisava debater para dar uma resposta à sociedade de algo que estava entalado com relação a essa questão de uma maior democratização nas transmissões do futebol.

    Então, fica só esse meu voto de repúdio com relação à não deliberação dessa MP do Mandante na Câmara dos Deputados.

    Muito obrigado mais uma vez, Bandeira. Muito obrigado, Presidente Davi, pela extrapauta amanhã sobre o Prêmio Chico Xavier. Deus abençoe a nossa Nação! Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/10/2020 - Página 68