Pronunciamento de Zenaide Maia em 14/04/2021
Interpelação a convidado durante a 27ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal
Sessão de Debates Temáticos destinada a debater sobre a necessidade de vedar o reajuste anual dos medicamentos durante a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional.
- Autor
- Zenaide Maia (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/RN)
- Nome completo: Zenaide Maia Calado Pereira dos Santos
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Interpelação a convidado
- Resumo por assunto
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SAUDE:
- Sessão de Debates Temáticos destinada a debater sobre a necessidade de vedar o reajuste anual dos medicamentos durante a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional.
- Publicação
- Publicação no DSF de 15/04/2021 - Página 38
- Assunto
- Outros > SAUDE
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, DISCUSSÃO, NECESSIDADE, PROIBIÇÃO, REAJUSTE, ANUALIDADE, MEDICAMENTOS, EMERGENCIA, SAUDE PUBLICA, AMBITO NACIONAL, CORRELAÇÃO, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), INTERPELAÇÃO, CONVIDADO.
A SRA. ZENAIDE MAIA (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PROS - RN. Para interpelar convidado.) – Não é exatamente uma réplica. Eu queria só dizer aqui para o Mussolini... Quando ele falou, eu sei que, em relação ao tratamento com medicamentos para... Respeitando a opinião de cada um, quero dizer ao meu colega Girão que não acho que isso seja uma política. É que a ciência não comprovou, e eu, como médica, sei que eu só posso prescrever... Eu não tenho o direito de prescrever – por mais que o Conselho Federal de Medicina tenha dito – uma medicação para um paciente quando o que a ciência provou para aquele medicamento que cura determinada doença... Isso está na bula. Nós não podemos fazer experimentos; explica para a ciência. Então, por mais que se diga que o ato médico tem liberdade, tem, sim, mas para prescrever o que a ciência já comprovou.
E outra coisa para o Sr. Nelson Mussolini, assim como o senhor disse, que é muito combatida a indústria farmacêutica, o que eu deixei claro aqui é que a indústria, seja quem for, as instituições, o comércio é para ter lucro. Essa questão do projeto do nosso amigo Lasier é porque a gente tem tentado, neste momento, de todas as maneiras, como o Girão falou, ver em que a gente pode amenizar a vida do povo brasileiro, como está sendo nessa crise sanitária, humana e econômica; é só isso.
Deixa eu afirmar aqui, mais uma vez: nós médicos não temos o direito de prescrever aquilo que a ciência não provou ter eficácia. Entendeu? Por mais que eles queiram dizer... Eu particularmente queria muito que esses medicamentos... Imagina, gente, se a gente tivesse um medicamento... Vocês, que são da indústria farmacêutica e eu, que sou médica, a gente dificilmente vê medicamento que trata as viroses. A gente sabe que o que mais fez aumentar a vida média do povo do mundo foram justamente as vacinas, a prevenção que previne milhares, centenas de doenças, e água potável. Então, foram dois aspectos.
E não quer dizer que a indústria farmacêutica não ajude, que, como o Izalci falou, não haja falta de investimento em ciência e tecnologia, que faz a gente... Eu cito aqui um exemplo: quem descobriu o RNA, o estadiamento do RNA do coronavírus foram duas cientistas brasileiras, mas, como a gente não tem... A gente poderia estar protagonizando vacinas, porque nós temos recursos humanos, os melhores virologistas do mundo a gente tem aqui, no Instituto Evandro Chagas, na Fiocruz, no Butantan, mas, infelizmente, há essa falta de investimento.
Quero deixar claro aqui que eu não tenho nada contra a indústria farmacêutica, mas achei que era um pedido que a gente deveria fazer a outros setores deste País, que são quem está tendo lucro.
Uma coisa que não é do Lasier, mas é de outro Senador nosso, seria a redução dos juros. Viu, Girão? O projeto é de quem? Alvaro Dias. Reduzir os juros dos cartões de crédito, cheques especiais, durante a pandemia... Quer dizer, outro setor que não teve nenhum problema e, pelo contrário, teve lucros exorbitantes são os bancos, e não aceitaram. Infelizmente, é outro pensamento.
Quero dizer aos senhores que aqui a intenção foi defender a população, ver uma qualidade melhor de vida.
Meu amigo Girão, com todo o respeito à ivermectina e à hidroxicloroquina, infelizmente eu quero dizer que a minha opinião não é política. Eu queria muito que esses medicamentos realmente... Porque a gente vai chegar a 500 mil óbitos, não tenham dúvida, porque, quando eu olho, assim, para a conta... Você imagine 3 mil... Vamos que fique em 2 mil... Dois mil em 40 dias? Dois mil em 30 dias? São 60 mil óbitos! É muita gente! Infelizmente, a gente ainda não tem... E não é comum a gente ter tratamento diretamente para o vírus. O tratamento, normalmente, para o vírus é você manter o paciente bem até o vírus sair do organismo dele. Infelizmente, o coronavírus dá uma inflamação generalizada e não respeita nem o homem.
Obrigada, viu, Girão?