Pela ordem durante a 35ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal

Considerações sobre o Projeto de Lei nº 5595, de 2020, de relatoria de S. Exa., que reconhece a educação básica e a educação superior, em formato presencial, como serviços e atividades essenciais e estabelece diretrizes para o retorno seguro às aulas presenciais. Registro sobre notícia falsa a respeito do Projeto relacionada à retirada do direito de greve dos professores.

Autor
Marcos do Val (PODEMOS - Podemos/ES)
Nome completo: Marcos Ribeiro do Val
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO:
  • Considerações sobre o Projeto de Lei nº 5595, de 2020, de relatoria de S. Exa., que reconhece a educação básica e a educação superior, em formato presencial, como serviços e atividades essenciais e estabelece diretrizes para o retorno seguro às aulas presenciais. Registro sobre notícia falsa a respeito do Projeto relacionada à retirada do direito de greve dos professores.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2021 - Página 52
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO
Matérias referenciadas
Indexação
  • DEFESA, PROJETO DE LEI, RELATOR, ORADOR, RECONHECIMENTO, EDUCAÇÃO BASICA, ENSINO SUPERIOR, ATIVIDADE ESSENCIAL, DIRETRIZ, RETORNO, AULA, ENSINO, PERIODO, CALAMIDADE PUBLICA, PANDEMIA, EPIDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), LIBERAÇÃO, PROFESSOR, GRUPO, RISCO DE VIDA.

    O SR. MARCOS DO VAL (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PODEMOS - ES. Pela ordem.) – Boa noite, Presidente. Obrigado.

    Como Relator do projeto que foi tirado de pauta, eu só queria fazer alguns esclarecimentos, porque está havendo algumas informações erradas, equivocadas. Eu vou tentar ser muito breve, porque o meu relatório vai ser lido só na próxima semana.

    Mas eu queria dizer do meu carinho e da minha admiração por todos os professores. E eu vou explicar no final por que eu quero deixar muito clara a minha admiração pelos professores.

    Muitos não sabem, mas eu sou portador de uma doença crônica chamada TDAH. Por conta dessa doença, que só foi diagnosticada há uns dois anos, eu tive muita dificuldade, na minha vida inteira, de conseguir aprender, de conseguir ler e estudar. E as professoras, na minha infância, conseguiram descobrir maneiras de me ensinar: liam os livros e contavam as histórias para mim. Era uma das maneiras como elas faziam, de coração. Então, eu tenho uma dívida enorme com as professoras. E jamais iria colocar ou iria relatar algum projeto que iria expor os professores no Brasil. Jamais eu faria isso. Eu morreria por esses professores.

    Eu queria também aproveitar e dizer que, em 2019, mais de 1 milhão de crianças já saíram da escola. Em 2020, hoje, são mais de 5 milhões de crianças. E eu, que sou portador dessa doença, não consigo também me concentrar na frente de um computador. Vocês não imaginam para mim o que é estar há mais de duas horas aqui com vocês. É um sacrifício enorme! É competir uma maratona sem ter uma perna, sem conseguir chegar ao ritmo e à velocidade a que vocês chegam.

    Eu queria só deixar claro que este projeto que eu me propus a relatar é maravilhoso. Ele fala que os professores precisam estar vacinados. Não há essa questão de exposição dos professores, de eles irem ensinar obrigatoriamente, sem serem vacinados. Conseguimos com o Ministério da Saúde e com o MEC colocá-los como prioridade. E eles já começaram a ser vacinados pelo Brasil afora graças a esse projeto a que a gente deu início, que nem foi votado ainda. E preparar as escolas: quase R$500 milhões já foram enviados para escolas municipais e estaduais para prepará-las para receber as crianças com álcool em gel, com EPIs e tudo o mais.

    Os professores continuam tendo direito à greve. Eles não vão perder o direito à greve. Quero deixar isso claro. Está na Constituição e na Lei 7.783/1989.

    E os pais vão ter a liberdade de decidir se os filhos vão para a escola ou não.

    Então, tudo que estava transitando nas redes sociais eu estou querendo desmentir. Quero desfazer essas informações que não são verídicas e dizer que é um relatório muito, muito cuidadoso, muito responsável. A gente não pode deixar mais 5 milhões de estudantes saírem, porque nós precisamos, no futuro, de pesquisadores, cientistas, para não ter que fazer isso de chegar ao ponto de derrubar patentes. Então, vamos cuidar dos professores e dos alunos de forma muito madura, muito responsável.

    Eu estava precisando falar isto para vocês: eu queria muito que vocês pudessem construir esse projeto com carinho e entender que ele não tem nada de exposição, nem colocar professores em situações de possibilidade de perderem até a própria vida. Eu jamais faria isso com os professores, que conseguiram me ensinar, conseguiram me fazer chegar aonde eu cheguei.

    Então, gente, era só isso que eu queria dizer.

    Muito obrigado.

    Parabéns pelas pautas de hoje.

    E muito obrigado pela paciência que vocês têm comigo sempre.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2021 - Página 52