Discurso durante a 50ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de Debates Temáticos destinada à análise sobre a educação bilíngue de surdos, Projeto de Lei nº 4909, de 2020.

Autor
Mara Gabrilli (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/SP)
Nome completo: Mara Cristina Gabrilli
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO:
  • Sessão de Debates Temáticos destinada à análise sobre a educação bilíngue de surdos, Projeto de Lei nº 4909, de 2020.
Publicação
Publicação no DSF de 22/05/2021 - Página 9
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, ANALISE, EDUCAÇÃO, LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS), LINGUA PORTUGUESA, SURDO.

    A SRA. MARA GABRILLI (Bloco Parlamentar PODEMOS/PSDB/PSL/PSDB - SP. Para discursar.) – Bom dia! Bom dia a todos!

    Eu agradeço a todos pela realização deste debate tão democrático.

    Vou fazer aqui minha descrição para os cegos que estão assistindo a este debate. Eu sou uma mulher clara, de cabelos médios, lisos e castanhos. Estou numa sala com muita luz natural. Atrás de mim, há uma cristaleira e uma parede azul celeste. Estou com um vestido azul-marinho.

    Em primeiro lugar, eu quero expressar minha gratidão à sempre queridíssima Senadora Leila Barros, que está presidindo esta sessão.

    Tem feito diferença, Leila, no Senado a sua atuação. O Brasil agradece a você.

    Obrigada ao Relator do projeto, nosso Senador Styvenson Valentim, pelo apoio, pela confiança, pela dedicação e pela vontade de ouvir sempre.

    Obrigada, Senador.

    Hoje, Sra. Presidente Leila, é um dia que ficará registrado na história do Senado, porque a gente tem nesta sessão todos os recursos de acessibilidade para permitir a ampla participação das pessoas com deficiência.

    Eu quero agradecer à Ludmila Fernandes e a toda a equipe maravilhosa da Secretaria-Geral da Mesa, aos servidores da área de acessibilidade do Senador, por meio da Francis Monzo, e a todos os departamentos que foram mobilizados para garantir os intérpretes de Libras e de Português, as legendas em tempo real e a audiodescrição. Obrigada a todos.

    Obrigada a todas as organizações também que me procuraram pedindo mais debate, a todos os Senadores que apoiaram o nosso requerimento.

    Eu fico superemocionada porque sinto muito orgulho de ver a cidadania sendo exercitada e o Senado assumindo o seu papel de proporcionar a representatividade da população, para, juntos, construirmos política pública no nosso País em prol da inclusão e da diversidade.

    Então, eu quero já encerrar por aqui.

    Está em discussão o Projeto de Lei nº 4.909, de 2020, de autoria do Senador Flávio Arns, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para não mais considerar a educação bilíngue de pessoas surdas como um direito incluído na modalidade de educação especial e para instituir um novo capítulo na LDB, versando exclusivamente sobre uma nova modalidade: a educação bilíngue de surdos.

    Quero agradecer a presença de todos: do Procurador da República Claudio José de Siqueira; da Promotora de Justiça Deborah Kelly Affonso, que está nos trazendo a visão do Ministério Público; quero saudar também a participação da Flaviane Reis, que é da Feneis; do Eduardo Moreira de Souza, representando a Anaso e a Adeipa; e da minha querida Claudia Sofia Indalecio Pereira, que só nos faz emocionar e aprender, do Grupo Brasil de Apoio ao Surdocego – eu estava com saudade de encontrar você, minha amiga!

    Muito obrigada à Diretora do MEC Crisiane Nunes Bez Batti por atender ao nosso convite. Eu estou ansiosa para conhecer o seu trabalho na estruturação de escolas de educação bilíngue de surdos por todo o nosso País, com o apoio técnico e financeiro do MEC.

    Quero agradecer também à nossa professora, tão competente e querida, Silvana dos Santos Drago, hoje Conselheira Municipal de Educação, que é um exemplo de gestora na implementação da educação bilíngue da maior rede de ensino do País, que está na minha cidade de São Paulo. É sempre bom aprender com a sua experiência na educação, Silvana!

    E, por fim, obrigada pela presença de pesquisadores de nossas universidades: a Rosângela Machado e a Regina Maria de Souza, da Unicamp; a Marisa Dias Lima, da Universidade Federal de Uberlândia. Queremos muito ouvi-las.

    E também agradeço o trabalho essencial dos nossos intérpretes, dos audiodescritores, das guias-intérpretes, que estão lá junto da Claudia Sofia realizando o Tadoma, que é um método de comunicação no qual a pessoa surdo-cega coloca a mão sobre a boca e o pescoço da intérprete e, por meio da vibração de sua voz, ela pode entender o que está sendo dito e participar do debate. Isso tudo é tão maravilhoso! É o reconhecimento da cidadania sem deixar ninguém para trás.

    Eu não vou me alongar mais, Leila. Já estou emocionada. E eu quero ouvir os nossos convidados.

    Eu deixo aqui, em homenagem às lutas das pessoas com deficiência, a célebre frase do professor e sociólogo português Boaventura Sousa Santos: "Temos direito a reivindicar a igualdade sempre que a diferença nos inferioriza e temos direito de reivindicar a diferença sempre que a igualdade nos descaracteriza".

    Muito obrigada.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/05/2021 - Página 9