Pronunciamento de Esperidião Amin em 24/05/2021
Discurso durante a 53ª Sessão Especial, no Senado Federal
Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Internacional da Enfermagem.
- Autor
- Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
- Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM:
- Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Internacional da Enfermagem.
- Publicação
- Publicação no DSF de 25/05/2021 - Página 52
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, ENFERMAGEM.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/PP - SC. Para discursar.) – Eu quero me valer da oportunidade para cumprimentar V. Exa., que preside e convoca pessoalmente esta sessão pela sua iniciativa, pela iniciativa do projeto de lei.
Então, eu acho que nós temos aqui duas formas para discutir a homenagem que todos nós devemos a todos os profissionais que estão empenhados na linha de frente do combate à pandemia, e, mais importante do que o combate à pandemia, da real solidariedade a quem precisa. Acho que a palavra combate não é a palavra que se ajusta. A palavra que se ajusta é a palavra que eleva a função da humanidade do gesto, porque o inimigo a combater é um inimigo de identidade muito difusa, porque nós ainda não conseguimos captar os caprichos e as propriedades dele. Mas ser humano precisa de humanidade e exercita a humanidade.
Então, entre todos esses profissionais, que vão desde o motorista que transporta, a pessoa que acolhe, que tem coragem de transportar, mas de todos esses, levando em conta até o coveiro de tantos brasileiros, mais de 440 mil, talvez nenhum se exponha tanto quanto, digamos, o pessoal da enfermagem e o intensivista. E o pessoal da enfermagem faz parte do intensivista, mesmo que ele seja médico. E os intensivistas são os que convivem com a pessoa no hospital, mais do que em casa.
Vislumbrando aqui os nossos colegas Senadores, vou tomar a liberdade de recolher a experiência de uma pilulazinha que a Senadora Leila Barros me passou da sua experiência pessoal – se me permite, Leila –, quando você disse que tinha dificuldade até de pegar um copo d'água. Imaginem, uma pessoa com a força, com o preparo físico, com a juventude da nossa Senadora Leila Barros! Quer dizer, a doença debilita mesmo. Eu passei por algo parecido quando tive hepatite A – eu contraí com 27 anos de idade no Piauí. Se uma mosca pousasse no meu nariz, eu ficava pensando se valia a pena afugentá-la, se o esforço valeria a pena.
Então, neste momento, o intensivista é a pessoa que pratica os atos de humanidade mais valiosos, que podem ser um olhar, uma mão estendida e, às vezes, um remédio eficiente – às vezes. Hoje se discute tanto o que é eficiente e vai se discutir por muito tempo ainda.
Então, eu acho que esse é o sentido humano e muito apropriado da sua iniciativa.
E a outra é nós lutarmos por transformar toda essa atenção que nós damos, muito devidamente, à profissão, uma profissão regulada, com cursos regulares em diversos níveis de aprendizagem, de ensino e de conhecimento e que, como regra, tem três tipos de vínculos. O pessoal da enfermagem, propriamente, na iniciativa – quer dizer, eles, como empresários –, não faz parte, não é um universo significativo, é uma exceção o enfermeiro autônomo. Agora, nós temos três grupos de vínculos: o público, o privado e o comunitário, que é como se classificam os principais empregadores com seus respectivos números, que eu não vou abordar. Então, ao regular essa profissão, nós temos que levar em conta a retribuição salarial, o regime de trabalho.
Então, não que isso seja uma declaração de que o projeto do Senador Contarato tem que ser aprovado como ele escreveu, mas não o debater – e não o debater com profundidade, com clareza – seria desmentir as nossas palavras. Por isso, eu já me pronunciei pessoalmente, já informei, inclusive, ao meu particular amigo e companheiro da Universidade Federal de Santa Catarina, Gelson Albuquerque, que exerce cargo de liderança em nível nacional, que defendo a apreciação, com toda a responsabilidade que devemos, do projeto de lei de que V. Exa. é o primeiro signatário.
Então, eu me valho neste momento para reiterar a minha homenagem, homenagem que eu sempre simbolizo – eu gosto de simbolizar – citando a minha primeira professora, Leonor de Barros, irmã de Antonieta de Barros, parente distante de todos os barros do Brasil – a primeira professora, Leonor de Barros. Então, eu aplaudo todos os professores, o que também sou, na pessoa da Antonieta de Barros, que vai ser homenageada na Câmara agora com a sua elevação à condição de heroína da Pátria, primeira Deputada negra do Brasil, Antonieta, irmã de Leonor.
E, em nome das enfermeiras e dos enfermeiros, eu costumo homenagear Rita Maria, uma personagem aqui da ilha de Santa Catarina, que morreu exercitando as funções que seriam assemelhadas às de enfermagem na gripe espanhola, exatamente em 1920. Era ela quem acudia. Florianópolis era um porto e, como um porto, era o primeiro ponto de recepção, ainda hoje é, de vírus. Olhem o que está acontecendo no Maranhão – dizem que está acontecendo no Maranhão. Aqui foi um navio de nome Itaquera, sem que Corinthians seja o culpado, que trouxe os primeiros infectados pela gripe espanhola, em 1919, 1918. E a Rita Maria, neste momento, simboliza a personagem que eu reverencio, em nome de todos os enfermeiros e profissionais de enfermagem do Brasil.
Muito obrigado.