Pronunciamento de Paulo Paim em 10/06/2021
Discussão durante a 62ª Sessão Deliberativa Remota, no Senado Federal
Elogio à decisão do Senado sobre a suspensão da votação do Projeto de Lei nº 5595, de 2020, que dispõe sobre o retorno das aulas presenciais. Comentário acerca da quantidade de mortes em decorrência do novo coronavírus (Covid-19) e da carência de vacinação.
- Autor
- Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
- Nome completo: Paulo Renato Paim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discussão
- Resumo por assunto
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EDUCAÇÃO:
- Elogio à decisão do Senado sobre a suspensão da votação do Projeto de Lei nº 5595, de 2020, que dispõe sobre o retorno das aulas presenciais. Comentário acerca da quantidade de mortes em decorrência do novo coronavírus (Covid-19) e da carência de vacinação.
- Publicação
- Publicação no DSF de 11/06/2021 - Página 46
- Assunto
- Outros > EDUCAÇÃO
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- ELOGIO, DECISÃO, PRESERVAÇÃO, VIDA HUMANA, SENADO, RETORNO, AULA, QUANTIDADE, PESSOAS, CATEGORIA PROFISSIONAL, EDUCAÇÃO, ALUNO, COMENTARIO, MORTE, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), PANDEMIA, CARENCIA, VACINAÇÃO.
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discutir.) – Saudação, Presidente Rodrigo. Saudação, Senadores, autores, Relatores, todos brilhantes autores e Relatores. Que boa decisão de jogar para a semana que vem os temas polêmicos! Marcos do Val, Antonio Anastasia, Carlos Viana, Carlos Portinho, os meus cumprimentos! Veneziano Vital, um brilhante relatório. E temos ainda o Eduardo Gomes e o Rodrigo Pacheco.
Presidente, quero voltar a falar do tema volta às aulas, de que antes eu não pude falar.
Só professores e alunos envolvidos são cerca de 60 milhões de pessoas. Se considerarmos os demais profissionais envolvidos, chegaremos em torno de 100 milhões de pessoas. Por isso, a decisão foi corretíssima de V. Exas.
Eu diria: a vida sempre em primeiro lugar. Ela está acima de tudo. Por isso, temos que sempre estar atentos, cuidadosos como fomos. Uma decisão equivocada pode colocar em risco a vida de milhões de pessoas. Portanto, a nossa responsabilidade é enorme, há de se ter muito equilíbrio e bom senso.
Nestes tempos de pandemia, a situação é grave. São quase 500 mil óbitos. Vacinamos apenas 11,06% da população com a segunda dose. O preço que estamos pagando desta situação é altíssimo. A terceira onda é real. Especialistas apontam que, no segundo semestre, logo aqui, teremos provavelmente e infelizmente algo em torno de 600 mil mortes.
A vacinação em massa e rápida é fundamental para que o País, aí sim, volte à normalidade. Todos nós esperamos este momento: vidas sendo salvas, pandemia controlada, geração de emprego e de renda, mas tudo com o máximo de segurança. A segurança não é só para uns, é para todos. Não podemos colocar em risco mais vidas do nosso povo.
A educação é importantíssima, todos nós sabemos, para o rumo do País. Ninguém tem dúvida quanto a isso. O direito à educação de qualidade aos nossos jovens é um instrumento que está lá na Constituição, mas eu repito: a vida sempre em primeiro lugar. Não pode haver meio-termo, não pode haver dúvida.
O País errou feio quando, lá no início da pandemia, ignorou o potencial do vírus e a gravidade da situação. A realidade é que não havia e não há um planejamento com estratégias e táticas definidas para combater esta pandemia. Como deveríamos ter feito? Primeira etapa, segunda etapa, terceira etapa... Infelizmente, usando a máxima popular, a nossa movimentação é de acordo com os ventos. Sendo assim, todos perdem, estudantes, profissionais da educação, trabalhadores, trabalhadoras, empreendedores. Todos perdem.
Termino dizendo, Sr. Presidente, que a volta às aulas presenciais deveria estar condicionada, como propõem os profissionais da área, à realidade de cada Estado. Por isso, procede... Como fazer uma lei nacional desconhecendo a realidade dos Estados? Garantindo, aí sim, a vacinação para todos os trabalhadores da educação.
Com a realidade que temos hoje no País, por tudo que falei aqui, quero terminar dizendo: certa a decisão do Plenário do Senado.
Termino com a frase de Paulo Freire: educação com segurança e respeito à vida é um grande ato, esse sim, de amor e de coragem.