Pronunciamento de Wellington Fagundes em 19/10/2021
Discurso durante a 135ª Sessão Especial, no Senado Federal
Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Nacional da Vacinação.
- Autor
- Wellington Fagundes (PL - Partido Liberal/MT)
- Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Data Comemorativa,
Saúde Pública:
- Sessão Especial destinada a comemorar o Dia Nacional da Vacinação.
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/10/2021 - Página 18
- Assuntos
- Honorífico > Data Comemorativa
- Política Social > Saúde > Saúde Pública
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, DIA NACIONAL, VACINAÇÃO, SAUDE PUBLICA.
- DESTAQUE, RELATOR, MENSAGEM PRESIDENCIAL, CONTRATAÇÃO, OPERAÇÃO FINANCEIRA, NOVO BANCO DE DESENVOLVIMENTO (NBD), CREDITO EXTERNO, DESTINAÇÃO, FINANCIAMENTO, PROGRAMA, EMERGENCIA, ACESSO, CREDITOS, FUNDOS PUBLICOS, GARANTIA, INVESTIMENTO, BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), CORRELAÇÃO, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).
- EXPECTATIVA, PRODUÇÃO, PRODUTO NACIONAL, VACINA, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).
O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar.) – Meu caro Senador Marcelo Castro, na sua pessoa, eu quero cumprimentar todos os Senadores e todos os expositores que se fazem presentes nesta sessão especial extremamente importante do Dia Nacional da Vacinação.
Sr. Presidente, eu quero aqui enaltecer, inclusive, V. Exa., como médico, com quem tenho tido a felicidade de uma convivência fraterna desde a Câmara dos Deputados, seja como Deputado, seja no período em que ocupou o Ministério da Saúde, sempre demonstrando extrema competência e dedicação à causa.
Quero aqui também, prezados Senadores, Senadoras, desejar um bom dia a todos e deixar um cumprimento cordial e com muito afeto à população que nos assiste neste momento pelos meios de comunicação do Senado Federal e, claro, em especial ao povo do meu querido Estado do Mato Grosso – Cuiabá, Várzea Grande e todo o Estado que está nos assistindo ou ouvindo pela Rádio Senado.
Sr. Presidente, fui designado o Relator, na Comissão de Assuntos Econômicos, de uma mensagem do Governo que solicita a autorização do Senado Federal para a contratação de operação de crédito externo no valor de até US$1 bilhão com o New Development Bank (NDB). Os recursos destinam-se ao financiamento parcial do Programa Emergencial de Acesso a Crédito, o FGI, que é o Fundo Garantidor para Investimentos, a ser executado pelo BNDES. Em suma, Sr. Presidente, essa proposta tem como finalidade internalizar recursos que serão destinados a apoiar a sobrevivência das pequenas e médias empresas frente à crise econômica provocada pela covid-19 – covid-19, diga-se de passagem, que deixou tristes marcas no nosso povo brasileiro: mais de 600 mil mortes, perdas de entes e também profundas marcas na nossa economia, notabilizadas pela inflação e também pelo desemprego.
Apesar da relevância do assunto que estamos tratando na CAE, como Relator, e do qual faremos uma abrangente discussão para o nosso pleno exercício de transparência da coisa pública, eu não poderia, no entanto, deixar de estar presente também nesta sessão especial, da qual, inclusive, sou um dos signatários. Não poderia faltar por quê? Como um homem que acredita na ciência, transformei a vacinação do povo brasileiro numa verdadeira obsessão. V. Exa. é testemunha da luta que empreendemos – e até falou agora no início – na relatoria da Comissão Temporária da Covid-19 aqui no Senado, já no primeiro momento, para buscar vacinas para salvar o povo brasileiro. Não havia vacina e ainda não há na quantidade que necessitamos para proteger a nossa população contra esse maldito vírus.
Saímos, então, atrás de alternativas e conseguimos viabilizar junto aos laboratórios de saúde animal condições legais e sanitárias para produzir, mediante transferência de tecnologia, até 400 milhões de doses de imunizantes num prazo de apenas 90 dias, ou seja, viabilizamos um parque tecnológico e industrial para fabricar vacinas aqui no Brasil e com quantidade abundante até para podermos exportar. Mas transferência de tecnologia não se faz da noite para o dia. Enquanto seguem as tratativas, buscamos o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que avançava nos estudos científicos para que o Brasil pudesse produzir sua própria vacina – vacina 100% nacional.
E eis, Sr. Presidente, que estamos bem perto do verdadeiro grande dia: agora, no dia 29 deste mês, Sr. Presidente, teremos a honra de ver a primeira vacina brasileira sendo aplicada nos braços de brasileiros – será lá na cidade de Salvador, na Bahia –, marcando o início dos testes clínicos deste imunizante, repito, produzido com 100% de tecnologia brasileira.
Desenvolvido, inclusive, pelo HDT Bio Corp, empresa de biotecnologia sem fins lucrativos, o imunizante integra um plano de desenvolvimento global que está sendo realizado no Brasil, nos Estados Unidos e na Índia por meio de uma parceria entre três instituições, Senai Cimatec, HDT Bio Corp e também a Gennova Biopharmaceuticals, que é da Índia. No Brasil, conta com o apoio científico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e, no Cimatec, o projeto está sob responsabilidade do Instituto Senai de Inovação de Sistemas Avançados de Saúde. O estudo da Fase I custará R$6 milhões.
A vacina utiliza tecnologia de RNA de terceira geração: uma molécula de replicon de RNA, que, em contato com o organismo, tem capacidade de se autorreproduzir, gerando, então, o RNA mensageiro, que ensina o corpo humano a produzir anticorpos. Portanto, trata-se de uma vacina com grande possibilidade de ser aplicada em dose única e capaz de promover uma resposta robusta e duradora, inclusive contra as diferentes cepas do vírus.
Oxalá Deus nos encaminhe para que as etapas que se sucederão sejam coroadas de êxito e que, no ano que vem, possamos estar aqui, nessa data, comemorando o Dia Nacional da Vacinação com vacinas em abundância não só para a nossa população, mas também para atender a demanda dos países vizinhos, formando uma grande barreira sanitária no Cone Sul das Américas.
Que possamos, Sr. Presidente, comemorar em 2022 a declaração de que o nosso País e esta região estão livres do novo coronavírus, claro, com vacinação. Não será em um ano, mas creio firmemente que haveremos de erradicar esse vírus. Até lá, seguiremos comprometidos e trabalhando intensamente seja para viabilizar recursos para o desenvolvimento das vacinas, seja para buscar melhores caminhos para a produção dos imunizantes.
Finalizando, Sr. Presidente, sabemos da nossa crise fiscal, mas não podemos permitir que a cultura do baixo investimento resista em nossas fileiras e nos empurre para baixo na posição entre os países inovadores do mundo. Vamos lutar contra isso. Em mim a ciência e a tecnologia terão sempre um firme aliado.
O Brasil é um país maravilhoso, um gigante em todos os sentidos. Somos uma das maiores economias do mundo; portanto, não podemos ficar reféns de outros países para vacinar o nosso povo, e até mesmo não podemos em nome da própria segurança sanitária da população, já que ainda estamos suscetíveis a outras vacinações, porque as variantes estão aí.
Sr. Presidente, vou me abster de discutir a importância da vacinação, escopo principal desta sessão. Os números falam por si só.
Presto aqui, ao final, o meu tributo à ciência. Quero saudar, com muita felicidade, cada cientista que trabalhou e que segue trabalhando com muito afinco no desenvolvimento dos imunizantes. Está sendo uma grande vitória. Quanto esforço, quanta dedicação! Neste momento, só podemos agradecer a todos os envolvidos: muito obrigado! A humanidade agradece a todos os profissionais da saúde, médicos, como V. Exa., cientistas.
E, como o Ministro da Educação tem dito, este ano os protagonistas foram os hospitais, os profissionais da saúde, os médicos. E nós precisamos exatamente da vacinação para a retomada das nossas crianças na sala de aula com segurança. E aí, no ano que vem, queremos que, na retomada pós-pandemia, os nossos profissionais da educação, as nossas escolas e os nossos professores sejam os protagonistas, porque as futuras gerações também precisam e precisam muito.
Muito obrigado, Senador. Um grande abraço. Felicidades a todos.