Discurso durante a 63ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Críticas à fala do ex-Presidente Lula acerca de suposta perda de prestígio do PSDB na política brasileira.

Defesa da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 11, de 2022, que "Institui o piso salarial nacional do Enfermeiro, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira".

Autor
Jorge Kajuru (PODEMOS - Podemos/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Eleições e Partidos Políticos:
  • Críticas à fala do ex-Presidente Lula acerca de suposta perda de prestígio do PSDB na política brasileira.
Remuneração, Saúde:
  • Defesa da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 11, de 2022, que "Institui o piso salarial nacional do Enfermeiro, do Técnico de Enfermagem, do Auxiliar de Enfermagem e da Parteira".
Publicação
Publicação no DSF de 03/06/2022 - Página 9
Assuntos
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Política Social > Trabalho e Emprego > Remuneração
Política Social > Saúde
Matérias referenciadas
Indexação
  • CRITICA, OPINIÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX-PRESIDENTE DA REPUBLICA, PERDA, PRESTIGIO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), POLITICA, BRASIL, COMENTARIO, ABORTO, IMPRENSA, CLASSE MEDIA, MILITAR, CITAÇÃO, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, CANDIDATO, PREFEITURA, SÃO PAULO (SP).
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO (PEC), ALTERAÇÃO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, COMPETENCIA LEGISLATIVA, UNIÃO FEDERAL, CRIAÇÃO, LEI FEDERAL, FIXAÇÃO, PISO SALARIAL, ENFERMEIRO, TECNICO DE ENFERMAGEM, AUXILIAR DE ENFERMAGEM, PARTEIRA, CRITERIOS, OBRIGATORIEDADE, ENTE FEDERADO, AJUSTE, COMPATIBILIDADE, PLANO DE CARREIRA.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO. Para discursar.) – Meus únicos patrões, seu empregado público Jorge Kajuru volta à tribuna do Senado Federal num momento em que fico feliz porque preside a sessão o correto, o ético paraibano Senador Veneziano Vital do Rêgo – e amigo.

    Eu, antes de mais nada, gostaria, com todos os Senadores e Senadoras, de fazer um apelo aqui, porque, se você souber da vida de enfermeiros e enfermeiras neste país, não tem como você não ser solidário a eles, ao trabalho deles. Para quem não sabe, há muito enfermeiro e enfermeira – e eu conheço tanto em São Paulo como em Goiás – que nem o salário mínimo recebe. Nem o salário mínimo!

    Então, que nós aqui hoje façamos justiça no novo piso salarial dos enfermeiros deste país, que é ainda muito pouco, dois salários mínimos.

    A campanha eleitoral deste 2022 ainda não começou, digo oficialmente, mas está a pleno vapor. E, à medida que o 2 de outubro de aproxima – faltam exatamente quatro meses –, os postulantes aos cargos mais altos voltam às amarras em busca de votos e, aí, ampliam o risco de pisar em casca de banana.

    Foi o que aconteceu, anteontem, em São Paulo, com o pré-candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Durante o lançamento de um livro com cartas que ele recebeu durante os 580 dias na prisão, ao louvar a sobrevivência de seu partido, o que fez Lula? Atacou a agremiação partidária com quem mais rivalizou. Qual? O PSDB. Segundo Lula, o partido dos tucanos morreu, acabou.

    Foi, no mínimo, uma descortesia com Geraldo Alckmin, o Vice que Lula buscou para montar sua chapa e que construiu a biografia política vitoriosa como tucano de alta plumagem.

    A fala lulista vai criar, certamente, dificuldades para o PT na tentativa de buscar mais apoio junto a lideranças do PSDB, partido em crise e, no momento, sem pré-candidato à Presidência.

    Parece que a liderança nas pesquisas de intenção de voto está gerando em Lula uma compulsão para frases infelizes, ou seja, imitando seu adversário Jair Bolsonaro. Já fez Lula declarações polêmicas sobre aborto e regulação de mídias, criticou de forma equivocada o favorecimento, no Governo Bolsonaro, de quem usa farda e até desferiu um torpedo contra o padrão de vida da nossa classe média.

    Esqueceu-se o ex-líder sindical de que, há muito, ele deixou de ser proletário.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – E por que deixou de ser proletário? Porque hoje mora numa ampla mansão, num bairro nobre da capital paulista.

    Experiente, Lula já deveria ter percebido que não é hora de buscar frases de efeito para receber aplausos de correligionários.

    Também não se pode esquecer que a soberba é o maior dos pecados políticos. A soberba precede a ruína, cuja penitência, às vezes, é extremamente dolorosa.

    Lembro aqui o exemplo de Fernando Henrique Cardoso nas eleições de 1985 para a Prefeitura de São Paulo. Na véspera do pleito, o Líder FHC, nas pesquisas, o então Senador, ainda no MDB, atendeu à solicitação de uma revista e pousou na cadeira do Prefeito para a provável reportagem...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – ... para a provável reportagem de capa.

    Já vou concluir, Presidente.

    Tremenda gafe de FHC, que ficou em segundo lugar na eleição vencida pelo histriônico Jânio Quadros, que "deu o troco" no dia da posse. Diante dos convidados, Jânio desinfetou a poltrona, sob a justificativa de que "nádegas indevidas a usaram". Apreendida a lição de humildade, Fernando Henrique reelegeu-se Senador em 1986 e Presidente da República em 1994, já no PSDB.

    Últimas palavras.

    Como o inverno está para chegar, talvez seja o momento de lembrarmos aos colegas políticos em geral a velha recomendação que nunca sai da moda. Qual é? "Cautela e caldo de galinha...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – "Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém".

    Desculpe, Presidente, só um pouquinho a mais eu passei do tempo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/06/2022 - Página 9