Discurso durante a 133ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a expressão “o Brasil está de volta”, usada pelo Presidente Lula, e preocupação com a possibilidade de retorno da alta da inflação, da liberação do aborto e do porte de entorpecentes para uso próprio. Críticas ao texto da PEC nº 45, de 2019, que trata da reforma tributária.

Autor
Astronauta Marcos Pontes (PL - Partido Liberal/SP)
Nome completo: Marcos Cesar Pontes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Direito Penal e Penitenciário, Economia e Desenvolvimento, Governo Federal, Tributos:
  • Comentários sobre a expressão “o Brasil está de volta”, usada pelo Presidente Lula, e preocupação com a possibilidade de retorno da alta da inflação, da liberação do aborto e do porte de entorpecentes para uso próprio. Críticas ao texto da PEC nº 45, de 2019, que trata da reforma tributária.
Publicação
Publicação no DSF de 20/09/2023 - Página 42
Assuntos
Jurídico > Direito Penal e Penitenciário
Economia e Desenvolvimento
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Economia e Desenvolvimento > Tributos
Matérias referenciadas
Indexação
  • COMENTARIO, PROPAGANDA, GOVERNO FEDERAL, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, REFERENCIA, BRASIL, PREOCUPAÇÃO, POSSIBILIDADE, RETORNO, INFLAÇÃO, LIBERAÇÃO, ABORTO, PORTE DE DROGAS, USO PROPRIO, CRITICA, PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO (PEC), REFORMA TRIBUTARIA.

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP. Para discursar.) – Sr. Presidente, Sras. e Srs. Senadores, todos aqueles que nos assistem pela TV Senado, pelas redes também, boa tarde. Boa tarde a todos.

    Inicialmente, eu gostaria de parabenizar o Senador Izalci pelo seu pronunciamento. É excelente. É importante que nós saibamos a verdade com relação ao 8 de janeiro. Essa CPMI tem a responsabilidade perante a nação brasileira de cumprir essa função.

    Também parabenizo o nosso Senador Mauro Carvalho pelos dados que apresentou de Mato Grosso, que nós podemos facilmente confirmar indo a Mato Grosso, conhecendo aquele estado e vendo tudo o que tem sido feito realmente, com fatos, nos últimos tempos.

    Eu fico preocupado quando eu ouço algumas expressões como "o Brasil está de volta". Acho estranha essa expressão. Vou colocar o ponto de vista lógico. Eu sou engenheiro e gosto de trabalhar com lógica. Quando a gente ouve "o Brasil está de volta", isso é um tanto preocupante, se a gente pensar nessa frase, porque ela depende de algumas referências. Depende, primeiro: onde estava o Brasil? Já que ele está de volta, ele estava em algum lugar, estava em algum ponto, em algum estágio, em algum nível. Se ele está de volta, o que vem com isso? Depende também do ponto de referência do observador. Vamos usar um pouco de física aqui: depende do ponto de referência do observador. Quando a gente fala "o Brasil está de volta", quem está falando isso? Qual o ponto de referência – não é, Senador Cleitinho? – dessa pessoa ou de quem fala isso aqui? Quais são os valores? Quais os tipos de valores que essa expressão carrega junto com essa volta?

    E aí vem uma questão. Nós não queremos, por exemplo, que o Brasil esteja de volta à inflação; que esteja de volta à corrupção; que esteja de volta com o toma lá dá cá; que esteja de volta com a mentira e com tantas coisas ruins a que nós já assistimos neste país durante tanto tempo.

    Para quem já tem cabelos brancos, como meu, que já viveu muita coisa aqui no nosso país, que já pôde assistir a coisas boas, mas que pôde assistir a muitas coisas ruins – valores bons, mantidos, principalmente, por aquelas pessoas que trabalham e que defendem o interesse da comunidade, que defendem a sua família... Esses valores de família são um bom ponto de referência, se a gente pensar em estar de volta a esses valores. Agora, se o ponto de referência for o crime, se for trazer valores que comprometem a família, não é bom estar de volta, como tudo.

    E, quando a gente fala de mentira ou "narrativa", entre aspas, que também, entre aspas, talvez seja a maneira politicamente correta de falar fake news, as "narrativas" – é um nome bonito para dizer mentiras –, é muito ruim a gente pensar que o Brasil está de volta a esse tipo de coisa.

    Nós vemos aqui todos os dias, como foi falado pelo Senador Izalci e por outros Senadores aqui antes, coisas que nós não queremos para a nossa sociedade ou para as nossas famílias, como, por exemplo, liberação de aborto; liberação ou descriminalização de posse de maconha – que é abrir a porta para o mundo das drogas, que acaba com a vida de jovens, acaba com famílias, acaba com a sociedade como um todo... Provas de que isso não funciona a gente tem aí de sobra no mundo inteiro onde isso foi feito.

    Nós temos aqui, acontecendo também no nosso país, no dia a dia, como foi falado pelo Senador Izalci, nessa questão da CPMI, a manipulação dos fatos, a manipulação da verdade.

    Nós temos impostos, agora, com a reforma tributária sendo trabalhada aqui, que idealmente deveria ter três pilares: o primeiro, simplificar; o segundo, reduzir os impostos; e o terceiro, descentralizar. Nós não vemos 100% em nenhum desses pilares. Nós vemos aí o aumento de impostos.

    A gente vê inflação – possibilidade de inflação... Quem viveu a década de 1980 sabe muito bem o que é viver com uma inflação altíssima no país, como vive hoje em dia a Argentina, nosso país vizinho, que nós gostaríamos que estivesse muito bem, mas não é o caso.

    A gente vê a presença de ditadores ou se ter todo o respeito aos ditadores, coisa que o mundo inteiro condena, e nós temos a proteção desse pessoal aqui no país.

    A gente vê, por exemplo, navios de guerra do Irã atracando no nosso país, o que é extremamente estranho e certamente não é o que nós gostaríamos de ter com relação ao posicionamento do nosso país.

    Na verdade, sem dúvida, o que a gente quer é ter um país melhor, cada vez melhor, um país justo, um país com uma economia pujante, um país com uma educação forte, um país com ciência, com tecnologia, com inovações, criando novas empresas, um país onde as pessoas sejam respeitadas, onde a verdade seja preservada, onde as pessoas possam andar com segurança nas ruas, onde tenha saúde, onde todas as funções do Estado sejam bem cumpridas com o dinheiro público.

    Certamente, o país não começou ontem. Ele começou há muito tempo. E, às vezes, quando você vê essa expressão "está de volta", isso preocupa em muitos aspectos, porque a gente não quer de volta muitas das coisas que nós vimos no passado. O que nós vemos atualmente é que o país... É como se as narrativas... É como se o país tivesse começado ontem. Não começou. Esses problemas já acontecem durante muito tempo e não foram resolvidos, porque, se tivessem sido resolvidos, pela lógica, eles não teriam que ser trabalhados agora, a gente estaria indo para frente. Então, a gente não quer um país voltando. A gente quer um país que vá para frente, um país que tenha visão, um país que tenha metas, um país que tenha políticas públicas para cumprir essas metas, onde as políticas sejam de Estado e em que, a cada troca de governo, não exista uma mudança completa nessas políticas, o que gera, certamente, perda de energia, perda de dinheiro, perda de tempo, e, em cima de tudo isso, narrativas – ou, o politicamente correto, fake news. A gente tem que ir para frente. E, para ir para frente, é bom que a gente tenha noção do que nós queremos neste país. Eu acho que, se eu perguntar para cada um dos pais de família, para as mães de família especialmente, vão saber o que querem para os seus filhos. É o que nós estamos defendendo aqui: defendendo a família e não defendendo as narrativas.

    Uma coisa com a qual eu gostaria de terminar, só para lembrar, é uma frase – que eu já falei algumas vezes, mas é sempre bom lembrar – do Martin Luther King que diz o seguinte, que é muito aplicável neste tempo aqui: a escuridão não expulsa a escuridão, só a luz pode expulsar a escuridão; o ódio não expulsa o ódio, só o amor – verdadeiro, e não a narrativa – pode expulsar o ódio.

    Para complementar, a gente diz que a mentira...

(Soa a campainha.)

    O SR. ASTRONAUTA MARCOS PONTES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SP) – ... não pode expulsar a mentira, só a verdade pode expulsar a mentira. Portanto, é isto que nós estamos fazendo aqui: tentando expulsar a mentira com a verdade.

    Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/09/2023 - Página 42