Discussão durante a 135ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Discussão sobre o Projeto de Lei (PL) n° 5614, de 2020, que "Altera a Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010, para dispor sobre o exercício profissional e as condições de trabalho do profissional tradutor, guia-intérprete e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras)".

Autor
Weverton (PDT - Partido Democrático Trabalhista/MA)
Nome completo: Weverton Rocha Marques de Sousa
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
Trabalho e Emprego:
  • Discussão sobre o Projeto de Lei (PL) n° 5614, de 2020, que "Altera a Lei nº 12.319, de 1º de setembro de 2010, para dispor sobre o exercício profissional e as condições de trabalho do profissional tradutor, guia-intérprete e intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras)".
Publicação
Publicação no DSF de 21/09/2023 - Página 108
Assunto
Política Social > Trabalho e Emprego
Matérias referenciadas
Indexação
  • DISCUSSÃO, PROJETO DE LEI, ALTERAÇÃO, LEI FEDERAL, REGULAMENTAÇÃO, EXERCICIO PROFISSIONAL, TRADUTOR, INTERPRETE, LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS (LIBRAS).

    O SR. WEVERTON (PDT/PDT - MA. Para discutir.) – Presidente, a Senadora Soraya hoje, na sessão, disse que o Alexandre, representando aqui todos, iria ficar aqui ao meu lado para, neste momento histórico, poder aqui conversar com todos que sabem da importância que tem um intérprete... (Pausa.)

    Aqui ao lado é melhor?

    Aqui, Alexandre, por gentileza.

    Ah, tranquilo. (Pausa.)

    Sabem da importância que tem um profissional tradutor, guia-intérprete e intérprete da nossa língua de sinais, libras.

    Alexandre é o Presidente da federação nacional dos profissionais intérpretes de libras (Febrapils).

    Aqui nós temos o Michel Platini, fundador do primeiro sindicato de intérpretes, guia-intérpretes e tradutores de libras do Brasil.

    Estão presentes também a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe).

    Quero também fazer um cumprimento à Samara Rocha, que é da nossa assessoria e que tem essa luta grande. A Samara tem dois filhos com espectro autista e é militante, ativista, tem ajudado muito nessa luta de inclusão no país.

    Quero cumprimentar as entidades aqui, todas as que participaram; as Deputadas Federais Erika Kokay, Rosinha da Adefal e Tereza Nelma; a Senadora Damares, a quem eu quero fazer aqui uma deferência. Hoje eu recebi uma autoridade no meu gabinete e aqui nós conversamos sobre a convivência de oposição, situação, Governo e tudo. E eu falei da surpresa positiva que nós estamos tendo no relacionamento com vários colegas que chegaram a esta legislatura e utilizei V. Exa. como referência. Eu disse que eu tinha uma impressão totalmente diferente do que eu estou tendo no dia a dia, na relação, na convivência com a Senadora Damares. Todas as vezes em que nós estivemos em debates nas Comissões, sempre muito lúcida, propositiva, coerente, não tem trazido política por política de brigas, que já tem demais lá fora, aqui para dentro, tem sido propositiva na bandeira da defesa da mulher, da criança, do adolescente. Enfim, é uma surpresa positiva, até porque mostra que, mesmo em campos políticos ideológicos opostos, quando se quer trabalhar, podemos nos unir e fazer a diferença pelo Brasil, e isso é muito importante.

    Portanto, eu poderia, claro, ler o discurso que nós tínhamos preparado junto com a nossa equipe, mas eu não vou fazê-lo, eu só vou dizer que, neste dia de hoje, é um dia, como eu falei, em que a minha irmã está aqui presente, a Shainess Rocha, que é a nossa irmã mais velha. (Manifestação de emoção.) (Palmas.)

    Talvez, muita gente não saiba, Presidente, mas eu nasci lá em Imperatriz e, muito cedo, nós saímos. Ela nasceu... Eu, a Shainess e o Wennder nascemos lá em Imperatriz, mas a minha irmã mais nova, a Geyse, nasceu aqui em Brasília, porque logo na década de 80 nós viemos para cá, ficamos um período aqui, depois fomos para São Paulo, e minha mãe batendo perna por tudo quanto é lugar, porque nunca tinha... não tem ainda no Brasil, essa que é a verdade, você não vê na escola pública tratamento adequado, você não vê essa política inclusiva que tem, e nós sempre nos viramos. Voltei ainda adolescente para São Luís, e lá estivemos, e ela veio a aprender libras já adulta, porque se alfabetizou em escola totalmente normal e sem nenhum tipo de acompanhamento, e procurando...

    Então, esses mais de 10 milhões de pessoas que precisam desse olhar do Estado brasileiro, não é de favor, não querem pena, pelo contrário. Eles são muito autossuficientes, eles são melhores que nós. Qualquer coisa que a gente bota eles para fazer, eles fazem melhor, porque se dedicam para poder superar de repente aquela dificuldade que tenham.

    Ela chegou a trabalhar em empresas privadas, normais, sem indicação nenhuma minha ou datilografando, ou cuidando de RH, e ela sempre se virou. Consegue vir a Brasília, de São Luís para cá, e só me comunica no WhatsApp que está chegando aqui em casa, ou aqui ao Senado, e ela se vira sozinha.

    Então, assim como ela, nós queremos que todas as crianças que nascem com algum tipo de dificuldade, com algum tipo de deficiência, possam ter essa inclusão, mas não é esse favor. Repito, não são coitados, não querem favor de ninguém, só querem a inclusão. Nós só temos que estar preparados na rua, lá na praça, no local do ônibus, no local de convivência, nós termos profissionais que possam estar humanizados para estar recebendo essas pessoas e tratando-as de forma como elas têm que ser tratadas, apenas isso.

    Então, esse passo que está sendo dado, essa regulamentação, esse reconhecimento a esses profissionais intérpretes, a esses guias-intérpretes, a linguagem... a libras, no Brasil, é uma língua que precisa estar lá na escola para que as crianças aprendam de forma mais natural, de forma mais rápida, porque eles já sabem se comunicar. Os meus filhos, de 4 e 6 anos, Miguel e Gabriel, já sabem conversar com ela em libras melhor do que eu, e muito! Eu sou muito ainda verde e ainda me comunico com ela da forma como a gente sempre se comunicou.

    Então, eram essas as minhas palavras. Quero lhe agradecer mais uma vez, parabenizá-lo porque há 25 anos, em 1998, V. Exa. já discutia esse tema como Vereador de Campina Grande, a cidade que tem o segundo maior São João do Brasil e do mundo, porque ele teima em dizer, Senador Cleitinho, que é a primeira, mas a primeira é no Maranhão, em São Luís, mas a gente não vai trazer esse debate para cá agora, porque ele está, neste momento importante, abrindo as portas para essa internalização e esse acesso universal dessa política de inclusão que nós estamos tendo neste momento fundamental.

    E, repito, no dia de amanhã, nós vamos ter o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência; dia 23, o Dia Internacional da Língua de Sinais e no dia 26, o Dia Nacional do Surdo.

    Viva a inclusão! E parabéns a todos os intérpretes e a todos os profissionais do Brasil! (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/09/2023 - Página 108