Discurso durante a 11ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Exposição sobre a importância da aprovação do Projeto de Lei nº 5482/2020, que dispõe sobre a conservação, a proteção, a restauração e a exploração sustentável do bioma Pantanal - Estatuto do Pantanal.

Satisfação com a realização, nesta Capital Federal, do Festival Sesi de Educação 2024. Cobrança ao Ministério da Educação de fiscalização das faculdades de medicina no País.

Autor
Wellington Fagundes (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Meio Ambiente:
  • Exposição sobre a importância da aprovação do Projeto de Lei nº 5482/2020, que dispõe sobre a conservação, a proteção, a restauração e a exploração sustentável do bioma Pantanal - Estatuto do Pantanal.
Educação, Saúde:
  • Satisfação com a realização, nesta Capital Federal, do Festival Sesi de Educação 2024. Cobrança ao Ministério da Educação de fiscalização das faculdades de medicina no País.
Aparteantes
Eduardo Girão, Jorge Seif.
Publicação
Publicação no DSF de 05/03/2024 - Página 25
Assuntos
Meio Ambiente
Política Social > Educação
Política Social > Saúde
Matérias referenciadas
Indexação
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, CONSERVAÇÃO, PROTEÇÃO, RESTAURAÇÃO, EXPLORAÇÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL, BIOMA, PANTANAL MATO-GROSSENSE, ESTATUTO.
  • ELOGIO, REALIZAÇÃO, BRASILIA (DF), FESTIVAL, SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA (SESI), REFERENCIA, EDUCAÇÃO, COBRANÇA, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), FISCALIZAÇÃO, GRUPO, FACULDADE, MEDICINA, PAIS.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT. Para discursar.) – Meu Presidente Styvenson Valentim, eu gostaria de cumprimentar o Senador Jorge Seif, também o nosso amigo Girão – que compõem o nosso Bloco Vanguarda, em que eu tenho a honra de estar como Líder, pela confiança de V. Exas. –, mas também de dizer que toda terça-feira nós nos reunimos, ao meio-dia, para discutir o que foi a semana anterior e o planejamento da semana seguinte.

    E amanhã então estaremos lá, terça-feira, reunidos com todo o bloco da Oposição, sob também a liderança do Senador Rogerio Marinho – e eu quero aqui destacar o meu respeito ao grande Líder Rogerio Marinho –; também Flávio Bolsonaro, como Líder no Congresso Nacional. Aliás, liderança é o que não nos falta, não é? Mas o mais importante é que são Senadores extremamente competentes que compõem hoje o bloco da Oposição, sabendo, com firmeza, cada um dentro da sua linha, mas buscando, realmente, o bem do Brasil.

    Quero agradecer muito aqui, Senador Girão, Senador Seif... E queria inclusive aproveitar, Senador, para apresentar, porque eu convidei para estar aqui, queria que ele avançasse aqui, que pudesse ficar em pé ao lado principalmente dos nossos Senadores, o Alisson Trindade, Presidente da Associação Mato-Grossense de Ecoturismo e Pesca Esportiva. E aí é a praia do nosso amigo Jorge Seif, ele que conhece muito da pesca no Brasil, da economia que gera essa área para o Brasil.

    Quero destacar aqui, Senador Jorge Seif, porque nós temos lá em Mato Grosso, além do Pantanal... Agora se discute muito uma lei sobre a pesca no Pantanal, e eu gostaria que V. Exa. inclusive me ajudasse, me orientasse muito, porque nós queremos um Pantanal conservado, um Pantanal que possa servir à nossa sociedade, aos pantaneiros, grupo que é formado de ribeirinhos, quilombolas, indígenas, mas também ao pantaneiro sitiante, ao fazendeiro.

    É importante dizer, Senador Girão, que o Pantanal vive secularmente, secularmente, em harmonia com a pecuária principalmente. Nós tivemos, quatro anos atrás, uma grande queimada no Pantanal que foi provocada, inclusive, porque o Cerrado e o Pantanal são formados por árvores basicamente do Cerrado. Mas o Pantanal é algo especial, é uma região nova, é uma depressão. Todas as águas da Bacia do Paraguai vão para o Pantanal, onde nós temos uma das principais bacias do Brasil.

    Lá, o nosso Pantanal vive nesta condição secular, principalmente com a pecuária. Por quê? O Pantanal tem duas épocas: a seca e a cheia. Na cheia, é chamado de Mar de Xaraés, porque vira um mar onde tudo se confunde com água. Na seca, aquela vegetação exuberante vem brotando, principalmente o capim. Durante as águas, para sobreviver, ele tem que crescer, buscar oxigênio, buscar a fotossíntese, a luz solar. Quando seca, aquilo acama. Então, aquilo, quando acontece por um ano, dois anos, e não tem a queimada natural, é um risco. E é o que aconteceu no nosso Pantanal, porque praticamente retiraram, principalmente...

    O Pantanal de Mato Grosso – o Pantanal é Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, sendo que dois terços do Pantanal estão no Mato Grosso do Sul – e; nós, no Estado de Mato Grosso, praticamente abandonamos o Pantanal à própria sorte, sem uma legislação federal – e muito menos estadual – à época. Isso fez com que o Pantanal estivesse totalmente desvalorizado. O gado foi praticamente muito retirado do Pantanal. E aí, sem uma queima controlada, sem uma pesquisa adequada, sem a presença mais constante do Estado, o que aconteceu? Por falta de uma legislação, aquilo ficou totalmente abandonado, e veio a queima natural, porque os raios, então... As árvores do Pantanal são de casca grossa, tortuosas, exatamente porque elas convivem, Senador Styvenson, com essa situação das queimadas naturais.

    É diferente da floresta, a floresta não queima. Dificilmente tem queimada na Floresta Amazônica, porque ela é fechada, mais úmida e se protege. Então, muitos, às vezes, não conhecem essa realidade, e eu falo aqui como médico veterinário que deu muitas assistências em fazenda, com a minha presença lá, conhecendo o pantaneiro que lá vive, o sitiante, o fazendeiro. Então, por falta de legislação, isso aconteceu há cinco anos e, de repente, veio o fogo, praticamente dizimando a nossa fauna e a nossa flora, o que não é desejável.

    Aí começamos, então, a discutir com mais presença, envolvendo as nossas universidades, envolvendo os institutos de pesquisa. Por isso, a importância da associação que está aqui presente, com o nosso companheiro Alisson, para se discutir o que é o correto de se fazer. O pantaneiro não pode ficar abandonado, precisa de política pública, porque o grande problema do Pantanal é exatamente a influência de quem está em cima desmatando, o assoreamento, o lixo, o esgoto, que vai, sem nenhum cuidado, para o nosso Pantanal. Infelizmente, Senador Jorge Seif, a Baixada Cuiabana são as cidades que menos hoje têm política pública, principalmente social e de saneamento básico. Então, é uma vergonha dizer que nós, mato-grossenses, estamos destruindo o nosso Pantanal.

    Eu acabo de vir... ontem, cheguei dos Estados Unidos, onde estive em um evento muito grande sobre logística, mas lá também já conheci e sei o que é o Everglades deles lá. É um pantanal muito pequenininho, e eles tiveram que investir bilhões de dólares para recuperar aquilo. Mas nós ainda temos tempo. E do que nós precisamos? Primeiro, de valorizar o pantaneiro, de criar políticas públicas que possam apoiar esse pantaneiro, porque quando está abandonado, a possibilidade de depredação é muito maior. Então, por isso nós apresentamos... depois dessa queimada, criamos uma Comissão Externa aqui do Senado da República, de que participaram os três Senadores de Mato Grosso e também os do Mato Grosso do Sul, além do Senador Esperidião Amin e outros Parlamentares que nos ajudaram. E lá estivemos, inclusive, com o Ministro do Meio Ambiente, o nosso companheiro de partido de São Paulo, o Salles, que lá esteve por três vezes conosco olhando toda essa situação.

    Aí apresentamos aqui o Estatuto do Pantanal. Eu sou Presidente da Subcomissão de Meio Ambiente do Senado. Criamos, então, essa Subcomissão, e o Senador Jayme Campos é o Relator do Estatuto do Pantanal. Nós precisamos, queremos, necessitamos dele, e por isso, eu peço aqui o apoio de V. Exas. Com o nosso Senador Stevenson, o nosso grande companheiro, estivemos trabalhando na questão da vacina, fomos visitar várias indústrias, fomos visitar lá no Rio de Janeiro a nossa Fiocruz. Também estivemos no Butantan em São Paulo e aí, Senador, precisamos aprovar o Estatuto do Pantanal, é ele que vai dar o regramento jurídico

    Olha só que absurdo, por uma omissão nossa, a Procuradoria da República entrou com ação no Supremo Tribunal Federal, e o Ministro Marco Aurélio, antes de se aposentar, deixou o seu voto: "enquanto não tiver uma legislação específica para o Pantanal, que seja regrado pela legislação da Mata Atlântica". A Mata Atlântica é completamente diferente, e o Senador Jorge Seif sabe muito bem, porque ele é conhecedor disso – e eu gostaria, inclusive, depois, do seu aparte, que vai enriquecer muito essa minha fala. Então, ele deixou enquanto não seja regrado pelo mesmo regramento jurídico da Mata Atlântica.

    Olha, é diferente. O Pantanal tem riqueza e tem produção, principalmente de alimento. O charque do Pantanal foi a maior economia à época na exportação. Então, o gado pantaneiro é uma economia forte, pujante. E nós queremos conservar o nosso Pantanal. Não queremos depredação. Mas o indígena, o ribeirinho e o quilombola que estão lá precisam de uma atenção. Eles não podem ficar lá abandonados. Por isso, inclusive, fiz várias emendas para a Marinha do Brasil e quero aqui parabenizar a Marinha do Brasil pelo trabalho brilhante que tem feito, mas que precisa de recurso, é claro.

    E agora mesmo inauguramos um navio-escola – acabamos de inaugurar –, que estará lá presente, dando uma assistência de saúde, uma assistência em que está sendo feito todo um levantamento também do nosso Pantanal, da capacidade hidrográfica e outros trabalhos que a Marinha tem feito. Mas eu não posso também deixar de parabenizar a Marinha do Brasil e deixar de falar do Corpo de Bombeiros tanto de Mato Grosso como de Mato Grosso do Sul, que fez um trabalho brilhante.

    O nosso Sesc, o Senai, todo o sistema Fecomércio também tem um grande resort lá. E quero convidar todos vocês que nos assistem e também os nossos Senadores para conhecer o Sesc Pantanal, uma reserva de mais de 100 mil hectares, onde estão pesquisas e universidades presentes – é um grande resort. Já fizemos vários encontros.

    Nas queimadas, não fossem os voluntários, as pessoas que saíram do Brasil afora, como veterinários de Minas Gerais, para ajudar – principalmente os voluntários –, com o Sesc Pantanal, além dos fazendeiros, não fosse isso, praticamente se tinha dizimado o nosso Pantanal, a riqueza do Pantanal. Mas olhe como é exuberante a capacidade do nosso Pantanal de se recuperar: voltaram as chuvas, parece que aquela coisa estava... É a vida! É a vida vegetal, é a vida animal! É uma coisa exuberante!

    E agora nós estamos numa situação de nova seca. E este ano está prevista para o Pantanal uma seca maior ainda. O Pantanal está praticamente seco. E essa é uma situação que nós brasileiros hoje vivemos. A nossa economia só está se sustentando saudável graças à força da produção rural, seja pecuária, agricultura. No Mato Grosso, nós estamos no centro do Brasil, e eu, é claro, quero destacar o meu Estado como sendo o maior produtor de alimentos hoje para o mundo. Já estamos produzindo mais soja do que a Argentina – só o Estado do Mato Grosso. Somos o maior produtor de proteína animal, seja de bovino, de suíno, de aves, e de piscicultura também.

    Por isso, eu quero destacar aqui na minha fala, com a presença aqui do Alisson – e, Senador Seif, V. Exa. nos ajudou bastante, mas nós não concluímos –, que nós temos lá um Lago do Manso. Senador Girão, Manso foi uma obra de engenharia, porque nós tivemos uma grande enchente em Cuiabá na década de 1970. Aí um sábio engenheiro da Eletronorte fez um projeto, transformando a Lagoa do Manso, o Lago do Manso em uma grande reserva, uma caixa d'água. Com isso, não teremos problema de falta d'água e, além disso, também teremos o controle de enchentes do Rio Cuiabá. Então, não tivemos mais nem seca, com uma perenização do rio, para não deixar baixar demais o nível, mas também não temos mais enchente. Isso permitiu que toda a região das margens, tanto de Várzea Grande, como de Cuiabá, não tivesse mais... O problema é que hoje já é, digamos, totalmente urbanizada. Então, o Lago do Manso é maior do que a Baía de Guanabara, mais de 40 mil hectares.

    Segundo o meu Ministro da Pesca, nosso Secretário, nós temos capacidade, em Manso – só em Manso –, de produzir, com peixe em tanque, mais do que toda a produção de Mato Grosso, ou seja, nós podemos também... Já somos hoje um grande produtor de peixe em cativeiro. E hoje a qualidade... Dada a ração, a tecnologia, é de muita qualidade o produto. Já exportamos e temos capacidade de fazer muito mais; mas tudo isso precisa de quê? De política pública: de investimento, de pesquisa, da presença do poder público. É por isso que eu faço aqui esse apelo do apoio para que a gente possa aprovar o Estatuto do Pantanal.

    Eu vi que um Senador está querendo falar alguma coisa. Eu gostaria que falassem os dois Senadores, porque depois, ao final, eu quero abordar ainda um grande encontro que tivemos na quinta, sexta e sábado, aqui, do Sesi, sobre robótica para os nossos jovens.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para apartear.) – Eu queria só, Senador, em primeiro lugar, cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento. O senhor é um defensor do seu estado e da região como poucos aqui. Está sempre trabalhando, sempre articulando. E eu fico feliz em saber dessa capacidade que o Senador Jorge Seif, que foi o grande ponta de lança no Governo anterior, o Governo Bolsonaro, como Secretário Nacional de Pesca... A gente sabe do potencial que o Brasil tem. Infelizmente, houve uma interrupção, por uma questão muitas vezes movida pela ideologia, mas eu acredito muito que o bom senso possa prevalecer. Graças ao trabalho de pessoas como o senhor e de Parlamentares, a perspectiva é boa.

    Quero cumprimentar o Alisson aqui, seja bem-vindo a esta Casa. Estamos à disposição...

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – E tamanho ele tem muito, não é? (Risos.)

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – É, pois é. E estamos à disposição para colaborar com o Estatuto do Pantanal. Pode contar com o meu apoio. É um avanço importante para a região, é para o Brasil; e nós temos que aproveitar o máximo a nossa vocação.

    Muito obrigado! Parabéns pelo seu pronunciamento.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Muito obrigado, Senador Girão.

    O Sr. Jorge Seif (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para apartear.) – Senador Wellington, parabéns pelo pronunciamento do senhor; bem-vindo, Sr. Alisson.

    Pode ter certeza de que nós vamos ajudar o senhor nessas proposições, que são muito importantes para o meio ambiente, para a produção, para o povo lá do Centro-Oeste, especialmente do Mato Grosso.

    Deixe-me falar uma coisa para o senhor: a indústria americana é muito conhecida pela produção de automóveis. Pouca gente sabe que a pesca esportiva movimenta dez vezes o valor da indústria automotiva nos Estados Unidos – da pesca esportiva, pesque e solte.

    É um segmento turístico, de conservação, de geração de oportunidade, emprego, impostos, hotéis, restaurantes, gastronomia. É um potencial gigantesco que, desde que eu tive a honra de ser o Ministro da Pesca do Presidente Bolsonaro – pesca e aquicultura –, trabalhamos muito para fomentar. Logicamente, em quatro anos, não conseguimos realizar tudo que nós gostaríamos, mas o senhor tem o meu total apoio.

    Sobre Manso, eu já estive pessoalmente no Lago de Manso, navegando lá e vendo a produção de peixes. Nas nossas hidrelétricas – somente nossas hidrelétricas, incluída a de Manso –, Senador Wellington... Hoje o Brasil produz aproximadamente 900 mil toneladas de peixe de cativeiro, de todas as espécies. As nossas hidrelétricas podem produzir, sozinhas, pelo menos 2 milhões de toneladas – só as hidrelétricas, fora os tanques escavados. E a de Manso está nessa conta.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Você poderia repetir, Senador Jorge?

    O Sr. Jorge Seif (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Hoje o Brasil produz, em toda a piscicultura, questão de 800 mil, 900 mil toneladas por ano. Somente as nossas hidrelétricas – incluindo a de Manso, a de Itaipu –, só essas hidrelétricas poderiam produzir mais de 2 milhões de peixes, sem os tanques escavados. Então, o potencial das nossas hidrelétricas...

    Nós precisamos acabar com o ativismo ambiental. Hoje eles pintam, por exemplo, a tilápia, Senador Wellington, como se fosse um tubarão, como se fosse uma piranha vermelha que comesse tudo. Pelo contrário, a tilápia não é predadora, ela é presa. Ela serve de alimento para os outros peixes. Então, quando se fala em liberação em Itaipu, em que nós tivemos um embate muito grande com os órgãos de meio ambiente, quando se fala em liberação em Manso, eles pintam a tilápia como se fosse a 11ª praga lá do Egito, e não é verdade.

    Então, também peço a ajuda do senhor, do Senador Girão, do Senador Styvenson, para que nós flexibilizemos o cultivo de peixe nas hidrelétricas, porque isso é mais alimento no Brasil. Nós já somos o quarto maior produtor de tilápia do mundo. Temos tranquilidade de chegar ao terceiro ou segundo lugar se as restrições ambientais que são impostas aos nossos produtores não fossem tão agressivas. São as mais agressivas e mais restritivas do mundo as nossas legislações ambientais.

    Parabéns pelo seu trabalho e conte comigo, Senador Wellington.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Eu agradeço muito, Senador Jorge Seif. E aqui, mais uma vez, além de agradecer, eu vou fazer uma cobrança – viu, Senador Girão e Senador Styvenson? –, porque ele mandou fotos no nosso grupo mostrando a coisa mais linda dos peixes de Santa Catarina – as embalagens, a indústria, tudo –, só que não chegou aqui ainda, ao restaurante. (Risos.)

    Eu estive hospitalizado e recebi com muita felicidade. O Senador Jorge é especial, é uma pessoa carinhosa e mandou lá para mim um prato com um peixe muito agradável, eu lá dentro do hospital. Muito obrigado pela deferência e pela consideração também.

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Eu quero encerrar esse assunto. Eu quero ainda, concluindo, cumprimentar todos os donos de pousadas, donos de hotéis lá do nosso Pantanal – e aqui o Alisson representa –, principalmente duas pousadas: Rio Manso e Xomano. É isso mesmo?

    Eu quero aqui agora, Sr. Presidente... Eu tenho que registrar, porque eu sou entusiasta do ensino profissionalizante, mas de qualquer forma do ensino, de um modo geral. Criamos a segunda universidade federal de Mato Grosso na minha cidade, a Universidade Federal de Rondonópolis, que tem me dado muito orgulho, porque hoje é uma universidade de destaque já. Já recebeu prêmio por ser a universidade mais empreendedora do Centro-Oeste, e temos muitos desafios.

    Eu quero aqui dizer que é com grande entusiasmo – não vou me delongar muito – que me dirijo a vocês todos que nos assistem hoje para falar sobre o Festival Sesi de Educação 2024 – V. Exa. inclusive esteve lá –, realizado em Brasília, no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, de 28 de fevereiro a 2 de março. Esse evento grandioso, para o qual eu quero chamar a atenção de todo o Brasil, reuniu mais de 2,5 mil estudantes de todo o nosso país, de escolas públicas e privadas, em uma verdadeira celebração da educação, também da criatividade e da inovação.

    O Festival Sesi de Educação é um dos maiores eventos de robótica da América Latina. Neste ano, contou com a participação de 265 equipes, em quatro modalidades.

    Estou mais entusiasmado ainda porque Mato Grosso teve a participação de oito equipes: a Agrobot, da minha cidade, Rondonópolis; a Agrotech, a Dumonters e a Young Creators, de Várzea Grande; a TuiuTech e a MTech, de Cuiabá; também a Canintech, de Sinop, que, aliás, se consagrou como a equipe campeã.

    Por isso, quero dizer aqui que, com muito orgulho, quero celebrar a história da equipe Canintech, do Senai de Mato Grosso, no Torneio Nacional de Robótica.

    Essa equipe garantiu uma das seis vagas para o campeonato mundial, que acontece em abril, agora, em Washington, nos Estados Unidos.

    Esse feito extraordinário demonstra o talento e a dedicação dos jovens que compõem a equipe Canintech. Guiados pelo instrutor mentor Américo Koji, esses alunos trabalharam, incansavelmente, durante sete meses, projetando, construindo e programando um robô de alto desempenho.

    O resultado de tanto esforço foi a conquista não apenas da vaga no mundial, mas do prêmio Industrial Design, que reconhece a excelência do design industrial desse robô construído pelos nossos jovens de Mato Grosso.

    A conquista da Canintech é motivo de grande orgulho para o Senai de Mato Grosso, também para a nossa Seduc (Secretaria Estadual Educação) e para todo o Estado do Mato Grosso, porque ela demonstra o potencial que nossos jovens têm para competir em alto nível nos cenários nacional e internacional de robótica. É um exemplo inspirador para todos que acreditam na educação como ferramenta de transformação social. O sucesso da Canintech, equipe de Mato Grosso, também é um reconhecimento do investimento que o Senai do meu estado tem feito na educação tecnológica.

    Por isso, Sr. Presidente Styvenson, como V. Exa., que lá esteve para prestigiar, acreditamos que a robótica é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento de habilidades essenciais para o futuro, como a criatividade, a resolução dos problemas, o trabalho em equipe e também o pensamento crítico.

    O Festival Sesi de Educação foi, com certeza, mais do que uma competição robótica; foi um espaço de aprendizado, de troca de experiências e de inspiração para todos os participantes.

    Por isso, eu quero aqui dizer que os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer novas tecnologias, de participar de workshops e palestras e ainda de interagir com profissionais renomados de toda a área.

    Esse evento, um evento de robótica do Sesi, foi uma oportunidade que o Sesi teve para mostrar o seu compromisso com a educação tecnológica e com a formação de cidadãos críticos e também inovadores.

    Por isso, acreditamos que a robótica é uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento de habilidades essenciais para o futuro, como a criatividade, a resolução de problemas, o trabalho em equipe – que é muito importante, porque todo esse trabalho em equipe potencializa muito mais – e também o pensamento crítico.

    Quero parabenizar todos os familiares e amigos pelo seu apoio incondicional.

    E quero aqui também agradecer ao Sesi por proporcionar este evento grandioso e por acreditar na educação como chave para um futuro melhor. Juntos, estamos construindo um futuro mais tecnológico e promissor para o Brasil.

    E aí, Sr. Presidente, quero ressaltar a importância do Ediney de Brito Junior, líder da Política de Tecnologia no Ambiente Escolar da Seduc. É fundamental.

    Concluo aqui, Sr. Presidente.

    Eu estive esta semana nos Estados Unidos e hoje eu fiz uma reunião interativa, onde tivemos uma discussão sobre a questão da medicina, principalmente daquilo que aprovamos aqui na pandemia.

    Hoje, nós temos que, cada dia mais, integrar a assistência à população brasileira. E aqui, quando nós discutimos as soluções da pandemia, discutiu-se muito de que melhor forma nós poderíamos desafogar os nossos hospitais.

    Nós temos a experiência hoje da telemedicina funcionando no mundo afora. Creio que nós não podemos ter resistência em situações de inovação que estão acontecendo no mundo. E lá, nessa reunião que tive hoje, um dos médicos renomados dos Estados Unidos dizia que falam muito da capacidade da medicina nos Estados Unidos, mas o Brasil é referência mundial na medicina, como é no futebol. Na área de estética, na área de cirurgia geral, de ortopedia e em outras áreas, o Brasil é destaque. Então, nós temos discutido muito a questão da criação de faculdades de Medicina.

    Sr. Presidente, sabe quantos médicos faltam hoje nos Estados Unidos? Cento e cinquenta mil médicos. E os Estados Unidos não criam, realmente, novas faculdades de Medicina. E eu creio que o problema não é o volume, a quantidade de faculdades de Medicina, mas é a qualidade. É nisso que eu quero fazer aqui uma cobrança ao MEC: vamos fiscalizar todas as faculdades que existem no Brasil, principalmente de Medicina.

    Na questão dos advogados, a OAB tem lá uma legislação específica em que eles podem fazer o exame da OAB – e não é fácil hoje passar no exame da OAB. Eu acredito que os médicos também teriam que ter algo na mesma sistemática. Ah, falar que o profissional fez o curso e está pronto, não: ele tem que provar que está pronto. E aí, principalmente, a melhor forma de provar é exatamente através das nossas faculdades.

    Eu creio que o curso de Medicina poderia ter avaliação até anual por uma instituição de avaliação, para que a gente pudesse ter médicos saindo profissionais competentes... E, olha, eu quero aqui fazer um elogio: a maioria das nossas faculdades de Medicina são de excelência, sendo públicas ou privadas.

    Então, nós não podemos impedir que uma região, por exemplo, do meu estado, de Barra do Garças – e eu tenho lutado muito para a implantação de um curso de Medicina naquela região, uma grande região no Araguaia mato-grossense e goiano que não tem um médico com vocação regional. Infelizmente, nós temos hoje uma concentração muito grande nos grandes centros, como São Paulo.

    Infelizmente, nós temos no Brasil uma medicina extremamente especializada.

    Em outro momento, Sr. Presidente, eu quero discutir, quero falar aqui: eu propus na Câmara dos Deputados, infelizmente não foi implantada – aliás, foi implantada e, depois, recorreram ao Supremo, e está até hoje lá –, a CPI das próteses. Hoje, infelizmente, no Brasil virou uma grande indústria essa questão do tratamento especializado, que só se faz com liminar. E aí desequilibra-se o Prefeito, o município, ao fazer uma política pública de saúde. Então, nós temos que estudar mais a influência da indústria farmacêutica. O que nós precisamos é atender o cidadão que está lá no interior, ribeirinho, e a quem às vezes a saúde não chega. Por isso, eu, mais uma vez, parabenizo a Marinha do Brasil pelo seu trabalho.

    Em outro momento vamos discutir, mas, Presidente, eu agradeço muito, inclusive, a participação de V. Exa. lá nesse grande evento, valorizando os nossos jovens, as nossas crianças, estimulando para que eles possam aprender mais.

    Muito obrigado.

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - RN) – Senador Wellington, já que o senhor trouxe à tribuna do Senado esse evento que aconteceu aqui em Brasília – e ano que vem acontece no Rio, se não me falha a memória –, o Sesi está de parabéns por tudo que o senhor falou, porque a gente enxerga ali: são jovens com resoluções de problemas, em atividade competitiva, levando, ali, a cognição a dar soluções hoje com a robótica, com a informática, com tudo isso, mas teve o trabalho de equipe. É tudo isso ali que a gente viu, mas teve uma coisa melhor que eu vi.

    Eu fui parabenizar as equipes, BatLego, BatTech, Bat Robot – do Masterpiece. Eu financio através de emenda parlamentar, lá de Baía Formosa, um grupo de jovens – lá de onde vem o Italo Ferreira, campeão de surfe, o nosso brasileiro e medalhista de ouro nas Olimpíadas –, o projeto Swell Surf – a SurfByte –, que entrou também com a robótica.

    Para você ver, o melhor que eu ia dizer de tudo isso é: quando os nossos jovens se atraem por alguma coisa, e, se essa coisa é muito bacana, que eles a possam ter; porque o Sesi oferece esse trabalho, mas, fora do Sesi, é difícil a gente encontrar a robótica dentro das escolas normais, dentro das escolas dos municípios e dos estados. Pelo menos no meu estado, eu vejo complexidade em desenvolver isso, porque ainda é caro. Fazer um laboratório de robótica ainda é caro, entendeu?

    Então, a realização de ver aqueles jovens todos reunidos naquele ambiente... Aí a gente pensa: então, os jovens gostam de alguma coisa que não seja droga, álcool, em que não estejam em risco, em vulnerabilidade diante de uma sociedade cada vez mais violenta.

    Então, essa ideia a gente acende para investir, pelo menos a gente como Parlamentar, dentro do que a gente pode fazer, dentro de políticas públicas; para colocar o que eles realmente gostam, já que a educação, pelo menos no meu estado, não é tão atrativa, porque a evasão é alta. Não dá mais, não se mudou a educação ao ponto de atrair esses alunos.

    O que a gente viu... Eu não sei nem o número, mas deve ter dado ali em torno de 80 mil jovens – ou mais, porque o espaço era muito grande. Tem que se perguntar ao Sesi o volume de pessoas que passaram ali. Eram muitos jovens e adolescentes.

    Então, o que eu pude ver de tudo isso que o senhor disse, principalmente naquilo que a gente acredita e investe como emenda parlamentar dentro de um município pequeno, é que vieram para Brasília e vieram realizados. Eles voltam, dizem lá a experiência que tiveram, e isso, querendo ou não, favorece que outros garotos, outras garotas, fiquem bem distantes de droga, de violência, de prostituição, de tudo isso que hoje corrompe a nossa juventude.

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Senador, mais uma vez, eu agradeço a V. Exa.

    É importante quando um Senador da República ou um Deputado vai a um evento como esse. As crianças também se sentem estimuladas. Então, eu acredito que desse evento – e, como esse, outros tantos – é importante que nós, os Senadores e os Deputados, possamos participar.

    Eu vi o entusiasmo. No ano passado, fiquei lá dois dias andando com as crianças, e eles sentindo apoio, estímulo a tudo isso.

    Então, eu encerro aqui.

    Mais uma vez, porque já me cobraram aqui: população de Barra do Garças, vamos implantar o curso de Medicina, sim, em Barra do Garças! Eu tenho certeza de que vamos conseguir, porque é desafio de que a região necessita. Nós temos ainda um número de médicos, pela população da região, muito baixo, e é importante ter o médico ambientado e formado na região, porque ele se fixa muito mais. Então, Marcelo Soler, toda a comunidade, Prefeito...

(Soa a campainha.)

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - MT) – Já foi feito o investimento público, com emendas que aloquei. O Governo do Estado e a Prefeitura municipal investiram, já foi vistoriado e aprovado pelo MEC. Não tem sentido não ter logo a autorização do MEC para que se faça o vestibular do Centro Universitário Univar, em Barra do Garças.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/03/2024 - Página 25