Discussão durante a 18ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Autor
Omar Aziz (PSD - Partido Social Democrático/AM)
Nome completo: Omar José Abdel Aziz
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Publicação
Publicação no DSF de 13/03/2024 - Página 50

    O SR. OMAR AZIZ (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - AM. Para discutir.) – Sr. Presidente, primeiro quero parabenizar a proposta que foi relatada pela Senadora Dorinha.

    Eu tive a oportunidade de governar meu estado por quatro anos, entre 2010 e 2014. Nesses quatro anos, eu construí 24 escolas de tempo integral. Tinha quadra, piscina, teatro, e era para mil alunos, e esses alunos passavam o dia todo na escola de tempo integral. Fiz na capital e no interior e depois consegui um empréstimo, Senador Arns, no Banco Interamericano, que financia escolas de tempo integral. E deixei mais 20 escolas, projetos prontos, locais. E até hoje estão construindo lá, depois de eu ter saído, esse tempo todo, ainda estão concluindo essas obras. As pessoas que me sucederam não deram muita importância. E transformei algumas escolas que eram escolas normais em escolas de tempo integral, adaptando-as com quadra, piscina e teatro.

    Mas o mais importante disso tudo, Srs. Senadores e Sras. Senadoras, é que a mãe e o pai ficam com uma tranquilidade, porque sabem que filho vai estar acolhido dentro da escola o dia todo. E a atividade educacional e a atividade extracurricular são praticadas dentro da escola. Isso faz com que o aprendizado dos alunos melhore muito, tanto é que aqueles alunos que passam nos vestibulares, que são de escolas públicas, a maioria vem da escola de tempo integral. Em algumas delas eu tive a oportunidade de colocar a Polícia Militar para dirigir, onde vem a disciplina ao mesmo tempo.

    Então, o projeto é de imenso valor.

    Já esteve aqui a Presidente Dilma Rousseff, no Governo dela, através do Ministro Aloizio Mercadante, que era Ministro da Educação, que fez escolas de tempo integral no Brasil afora, com recursos do Fundeb.

    O importante nisso é que essa escola tenha no máximo mil alunos. Não dá para ter mais, porque, pelos estudos técnicos que foram feitos, uma escola dessa tem que comportar no máximo mil alunos, por causa dos equipamentos que ela contém, teatros, piscinas, quadras cobertas, salas de computação, uma série de atividades extracurriculares, o que ajuda muito na formação do estudante, tanto da mulher como do homem.

    Isto, para mim, foi uma das grandes vitórias que nós tivemos, na época em que eu pude ser Governador: ter feito, em apenas quatro anos, 24 escolas de tempo integral, na capital e no interior. As escolas estão lá funcionando hoje. Felizmente, são de uma utilidade muito grande.

    Eu espero que a gente possa ter uma política nacional para construção de escolas de tempo integral da forma como eu estou dizendo.

    O horário máximo que a Senadora Dorinha colocou no seu relatório é de sete horas. A pessoa entra às 7h da manhã e vai sair às 2h, 3h da tarde, quer dizer, ela toma o café da manhã na escola, ela merenda na escola e ela almoça na escola. Isto é o mais importante: a alimentação é um complemento para a educação. E, com a alimentação por nutricionistas que fazem essa alimentação para esse jovem, não tenham dúvida de que o aprendizado é muito melhor.

    O projeto está de parabéns! Foi um projeto construído a quatro mãos, relatado pela Senadora.

    Quero parabenizá-la, Senadora. Sei que a senhora é uma educadora. Sei que a senhora sabe da importância da educação.

    E a educação vai melhorar o Brasil, não tenham dúvida nenhuma, vai melhorar em todos os sentidos, pela experiência que eu tive em ter feito isso. E não fui só eu. O Senador Eduardo, quando foi Governador, também fez escolas de tempo integral. Eu dei continuidade a esse trabalho. E, hoje, estão-se construindo mais escolas de tempo integral.

    O certo seria que todas as escolas no Brasil fossem escolas de tempo integral, porque nós teríamos uma qualidade melhor, um aluno bem-alimentado, com acompanhamento de nutricionista, com acompanhamento na área extracurricular, o que é muito importante. Muita gente não dá importância para a área extracurricular do aluno. Acha que o aluno tem aquelas matérias para passar, mas o extracurricular na área esportiva, na área cultural é muito importante.

    E também utilizavam, num programa que eu tinha para deficientes, no meu estado, esses equipamentos para que a gente pudesse fazer fisioterapia na piscina, na quadra. Fiz muito isso. Graças a Deus, conseguimos recuperar muitas pessoas que tinham deficiência, mas é um programa que tem que ser um programa contínuo. Ele não pode ter solução de continuidade. Se tiver solução de continuidade, todo o investimento que é feito vai por água abaixo.

    E só quero registrar uma coisa. Fui Secretário de Segurança Pública, Senador Arns, e posso lhe assegurar uma coisa. O senhor falou em R$2 mil, R$3 mil por ano por aluno. Um preso custa R$10 mil por mês para o poder público – R$10 mil! –, principalmente depois que terceirizaram os presídios brasileiros. Eu não sei quanto custa um preso nesses presídios de segurança máxima, mas acredito que custa muito mais do que R$10 mil por mês, enquanto um aluno custa R$2 mil, R$3 mil por ano o Brasil!

    O que falta é fazer uma inversão de valores. Nós temos que investir mais na educação, investir muito na educação, para que essas pessoas, mais tarde, possam servir ao Brasil!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/03/2024 - Página 50