Discussão durante a 18ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Discussão sobre o Projeto de Lei do Senado (PLS) n° 756, de 2015, que "Dispõe sobre Educação Integral e estabelece diretrizes para a sua implementação na educação básica."

Autor
Nelsinho Trad (PSD - Partido Social Democrático/MS)
Nome completo: Nelson Trad Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discussão
Resumo por assunto
Educação:
  • Discussão sobre o Projeto de Lei do Senado (PLS) n° 756, de 2015, que "Dispõe sobre Educação Integral e estabelece diretrizes para a sua implementação na educação básica."
Publicação
Publicação no DSF de 13/03/2024 - Página 55
Assunto
Política Social > Educação
Matérias referenciadas
Indexação
  • DISCUSSÃO, PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS), CRIAÇÃO, LEI FEDERAL, EDUCAÇÃO, TEMPO INTEGRAL, DIRETRIZ, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, IMPLEMENTAÇÃO, EDUCAÇÃO BASICA.

    O SR. NELSINHO TRAD (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSD - MS. Para discutir.) – Sr. Presidente, demais colegas, inicio a nossa fala parabenizando a iniciativa desta Casa de apreciar uma matéria de tamanha importância para a formação de uma sociedade. Parabéns, Senador Flávio Arns, Senadora Dorinha, que participaram mais ativamente, Senador Izalci, dessa proposição!

    O investimento na educação sempre é sentido na geração subsequente, formada no investimento que você fez. E é essencial para a formação de pessoas com caráter, com discernimento, que possam avançar na sua vida profissional.

    A educação pública é um dos temas que mais exigem de um administrador, tanto em nível municipal, quanto em nível estadual, quanto em nível federal.

    Nós tivemos, e eu sempre trago esta questão como exemplo, uma experiência muito positiva, ocasião em que fomos Prefeito da capital do Mato Grosso do Sul por dois mandatos. Lá atrás, em 2005, até 2012, nós já concebemos a construção de escolas por tempo integral. E confesso para V. Exas. que, na minha ignorância na época, eu entendia que escola por tempo integral, Senador Astronauta Marcos Pontes, teria o ensino da rede curricular de manhã e, à tarde, para fazer alguma atividade de educação física. E não é isso. Existe toda uma concepção didática para você também saber implementar a metodologia certa de quem está estudando em uma escola por tempo integral.

    E outro dado interessante que precisa ser ressaltado, Senador Flávio Arns: uma escola que funciona em dois turnos que não é em tempo integral tem a capacidade de absorver de quinhentos a mil alunos em um turno. Daí, eles vão embora depois que acaba o período da manhã, e, na parte da tarde, entra outra leva de quinhentos a mil alunos. Já, a escola por tempo integral, não. Ela tem um número limitado, e esses alunos que lá ficam, ficam no período de manhã e no período da tarde.

    Toda uma concepção tem que ser engenhada para você poder custear uma escola de tempo integral, desde as refeições que você oferece, café da manhã, lanche, almoço e o lanche da tarde. Muitas vezes, são quatro refeições que você tem que oferecer para o aluno.

    Eu quero dizer uma coisa para V. Exas.: que a nossa experiência foi muito positiva, não só pelos resultados alcançados, medidos através dos indicadores da educação, como o Ideb. Campo Grande ficou em segundo lugar e perdeu só para Florianópolis. Na época, o Prefeito era o ex-Senador – a quem quero mandar um abraço e referenciar a sua passagem por aqui – Dário Berger, nosso colega, tamanho era o capricho dele também com a educação no Município de Florianópolis.

    Mas não é só a estrutura que faz uma educação ser considerada com "E" maiúsculo. Você precisa ter todo um conjunto, uma conjuntura de ações, em que a valorização dos profissionais da educação não pode ficar em segundo plano. Nós tínhamos também a formação continuada dos professores da rede municipal de ensino, na época em que a gente era Prefeito, oferecendo a eles, nas áreas específicas, curso de pós-graduação para que, aumentando o conhecimento de cada um deles, pudesse isso refletir diretamente no ensino e no aprendizado do aluno público.

    A nossa taxa de evasão escolar caía, ano após ano, porque também era oferecido ao aluno todo o material escolar, todo o uniforme, inclusive com par de tênis, passe do estudante gratuito para aqueles que moravam longe das escolas, ou seja, isso fazia com que a escola pudesse gerar, no aluno, a sensação de pertencimento daquele espaço em relação a ele.

    E eu quero aqui, ao concluir a nossa fala, dizer que, lá trás, também, quando ninguém falava em informatização do ensino, nós já tínhamos laboratórios informatizados em praticamente todas as escolas do município.

    Nada disso teria sido possível não fosse o envolvimento que se tinha dos nossos colaborados da educação, a quem aqui quero prestar uma homenagem na pessoa daquela que, junto conosco, liderou todo esse movimento, que foi a Secretária e Professora Maria Cecilia Amendola da Motta. Falo isso com muito orgulho porque, até hoje, passados dez, quinze anos, por onde eu ando na cidade, as realizações do tempo da educação de Campo Grande, na época em que a gente era Prefeito, são lembradas.

    Muitas vezes, os professores, o pessoal da educação, param-me na rua, abraçam-me e falam: "O senhor mudou a minha vida, valorizando o nosso salário". Tinha ano que a gente pagava duas vezes o piso estabelecido pelo Ministério da Educação.

    Então, eu faço questão de dar esse testemunho, agradecendo a oportunidade que a Mesa me concedeu, ressaltando que projetos dessa magnitude precisam ser louvados a fim de que a gente possa oferecer à nossa sociedade uma educação pública de qualidade para transformar gerações vindouras, que, com certeza, poderão estar no lugar onde a gente está.

    Parabéns a toda esta Casa.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/03/2024 - Página 55