Discurso durante a 102ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Comentários sobre a Reforma Tributária, com destaque para os benefícios à população de baixa renda, e cumprimentos ao Senador Eduardo Braga pela relatoria do Projeto de Lei Complementar nº 68/2024, que regulamenta a referida Reforma.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Política Social, Tributos:
  • Comentários sobre a Reforma Tributária, com destaque para os benefícios à população de baixa renda, e cumprimentos ao Senador Eduardo Braga pela relatoria do Projeto de Lei Complementar nº 68/2024, que regulamenta a referida Reforma.
Publicação
Publicação no DSF de 12/07/2024 - Página 11
Assuntos
Política Social
Economia e Desenvolvimento > Tributos
Matérias referenciadas
Indexação
  • COMENTARIO, REFORMA TRIBUTARIA, ENFASE, BENEFICIO, POPULAÇÃO CARENTE, BAIXA RENDA, ELOGIO, SENADOR, EDUARDO BRAGA, CARGO, RELATORIA, PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR (PLP), MATERIA, Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), ISENÇÃO FISCAL, BENEFICIO FISCAL, CESTA DE ALIMENTOS BASICOS, MEDICAMENTOS, SAUDE, REEMBOLSO, Imposto Seletivo (IS), ALIMENTO PROCESSADO, CIGARRO, BEBIDA ALCOOLICA.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar.) – Presidente Rodrigo Pacheco, eu me somo a V. Exa. e ao Senador Esperidião Amin, aqui deixando toda a nossa solidariedade à Síria.

    Cumprimento também os Senadores no Plenário: Senadora Janaína, que tem o nome da minha filha – já lhe falei e falo na tribuna agora –; Senador Eduardo Braga; Senadora Margareth Buzetti e Senadora Rosana Martinelli, que chegou, neste momento, também ao Plenário.

    Presidente, eu vou falar do tema de que o Brasil todo está falando hoje, é o tema do dia. E o Senador Eduardo Braga, especialista na área, já fez aqui a primeira fala pela manhã. Eu poderia dizer, de forma muito simples, que hoje estamos vivendo um momento único para o Brasil. Falo isso porque eu estou aqui há quase 40 anos, fala-se, fala-se em reforma tributária, mas não sai. Agora parece que vai sair. E V. Exa., Senador Eduardo Braga, é fundamental nesse debate. Por isso, eu ouvi com muito carinho a sua fala.

    A reforma tributária pode não ser a ideal, a dos nossos sonhos. Como eu estou aqui há muito tempo, Floriceno Paixão sempre me dizia, "Paim, o projeto bom não é o que tu sonhas, é o que é possível aprovar". E eu guardei isso. Ele já faleceu há muitos anos. Mas, sem dúvida, representa um horizonte favorável e promissor. Mostra que estamos no caminho certo para alcançar a justiça social, com um impacto positivo, eu diria, na economia e na própria geração de emprego.

    A Câmara dos Deputados deu mais um passo importante ao aprovar o texto base da regulamentação, que trará avanços significativos – começou aqui com V. Exa., Senador Eduardo Braga. Citarei alguns: isenção para 22 categorias da cesta básica, como arroz, feijão, carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves, peixes, sal, queijos, óleo de milho, aveia, farinha – estou aqui citando alguns que estão no debate da construção da cesta básica sem impostos –; isenção para 383 remédios, além de absorventes e coletores menstruais – também entendemos que isso é algo que aponta para aqueles que mais precisam – e, além disso, haverá uma alíquota reduzida em 60% para os demais remédios registrados pela Anvisa, manipulados e dispositivos médicos; o tal de cashback na conta de luz às famílias com renda...

    Eu só acho que se poderia simplificar isso, meu companheiro Relator, porque a população lá embaixo não entende o que é esse cashback na conta de luz. É assim que se pronuncia?

    O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco Parlamentar Democracia/MDB - AM. Fora do microfone.) – Cashback.

    O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – As famílias me perguntam muito o que é, e eu tenho que explicar. Eu fui perguntar e sei, claro, porque fui perguntar – olhem bem o que eu estou dizendo.

    Prossigo: as famílias com renda de até 1,5 salário mínimo e inscritas no CadÚnico receberão 100% da CBS de volta, antes eram 50% – eu estou fazendo um resuminho e, claro, depois, vou ter aulas com V. Exa. –; imposto seletivo, que será aplicado a produtos como cigarros, bebidas alcoólicas e açucaradas; alíquota única de 26,5% para impostos sobre consumo; criação do nanoempreendedor, beneficiando aqueles com receita anual de até R$40,5 mil; isenção para empresas sobre o fornecimento de benefícios aos empregados.

    Esse conjunto de medidas que eu tentei resumir aqui, quando aprovado pelo Senado, com o ajuste necessário, trará benefícios concretos para a população e a economia.

    Há 50 anos, o Brasil discute a necessidade de uma reforma tributária, e infelizmente não avançamos. Agora, neste Governo do Presidente Lula, estamos diante de uma grande oportunidade, fundamental e necessária para implementar uma reforma tributária justa, solidária e progressiva. Nossa estrutura tributária atual, infelizmente, mantém as desigualdades sociais, a concentração de renda e, consequentemente, aumenta a pobreza.

    Termino dizendo que essa reforma é um passo importante – muito importante – e decisivo para corrigir distorções históricas e construir um Brasil mais justo para todos.

    Assim, estamos esperançosos. Vamos continuar nesse caminho, unidos e determinados a fazer a mudança necessária para um Brasil melhor para todos.

    Presidente Rodrigo Pacheco, esse é um resumão aqui da reforma tributária que, neste momento, o Brasil todo está discutindo. E o Senado, naturalmente, vai fazer o debate que o Brasil merece, até porque o Senador Eduardo Braga fez um trabalho brilhante. Eu acompanhei e, inclusive, algumas emendas minhas S. Exa. acabou acatando, principalmente no aspecto social.

    Presidente, muito obrigado.

    Senador Eduardo Braga, meus cumprimentos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/07/2024 - Página 11