Pronunciamento de Cleitinho em 09/10/2024
Discurso durante a 141ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Considerações a respeito das eleições municipais em São Paulo, com destaque para o apoio de S. Exa. ao candidato Pablo Marçal, e manifestação a favor do candidato Ricardo Nunes, no segundo turno.
Críticas ao Projeto de Lei Complementar nº 192/2023, que prevê a flexibilização da Lei da Ficha Limpa.
- Autor
- Cleitinho (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/MG)
- Nome completo: Cleiton Gontijo de Azevedo
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Eleições,
Eleições e Partidos Políticos,
Governo Municipal:
- Considerações a respeito das eleições municipais em São Paulo, com destaque para o apoio de S. Exa. ao candidato Pablo Marçal, e manifestação a favor do candidato Ricardo Nunes, no segundo turno.
-
Direito Eleitoral,
Processo Penal:
- Críticas ao Projeto de Lei Complementar nº 192/2023, que prevê a flexibilização da Lei da Ficha Limpa.
- Publicação
- Publicação no DSF de 10/10/2024 - Página 40
- Assuntos
- Jurídico > Direito Eleitoral > Eleições
- Outros > Eleições e Partidos Políticos
- Outros > Atuação do Estado > Governo Municipal
- Jurídico > Direito Eleitoral
- Jurídico > Processo > Processo Penal
- Matérias referenciadas
- Indexação
-
- REGISTRO, ELEIÇÕES, MUNICIPIO, PREFEITO, VEREADOR, SÃO PAULO (SP), APOIO, CANDIDATO, PABLO MARÇAL, PRIMEIRO TURNO.
- CRITICA, PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR (PLP), ALTERAÇÃO, LEI COMPLEMENTAR, LEGISLAÇÃO ELEITORAL, CRITERIOS, FICHA LIMPA, INELEGIBILIDADE, CARGO PUBLICO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA, PREFEITO, VICE-PREFEITO, AFERIÇÃO, ELEGIBILIDADE, ATO, REGISTRO, CANDIDATURA.
O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG. Para discursar.) – Boa tarde, Sr. Presidente. Boa tarde, Senadores e Senadoras, servidores desta Casa e o público que acompanha a gente pela TV Senado.
Eu quero aqui começar a minha fala de hoje, Sr. Presidente, falando de um texto bíblico que fala que você precisa ser frio ou quente. "Se você for morno, eu te vomito".
Sabe por que eu estou falando isso, gente? Porque eu vi esta matéria aqui: "Boulos vence nos presídios de São Paulo; houve até caso de votação unânime".
Então, eu queria aqui falar para toda a população do Brasil, de São Paulo e de direita que eu tenho o dever moral de poder me posicionar aqui, porque, durante a campanha em São Paulo, nesse primeiro turno, eu fui um dos primeiros a me manifestar sobre apoiar o Pablo Marçal. Levantei a direita dentro do Brasil e dentro de São Paulo para chamar a atenção para que a população de São Paulo e o povo do Brasil de direita pudesse apoiar o Pablo Marçal. Infelizmente, o Pablo Marçal não ganhou, não foi para o segundo turno.
Então, eu quero falar para você, que está vendo aqui agora: quando você precisa de ir trabalhar, às vezes você vai na base do ódio; quando você precisa ir para academia e você está com uma preguiça, você vai na base do ódio. Então, no dia da eleição, você, que votou no Pablo Marçal, vá, na base do ódio, votar no Nunes.
Eu sei que ele não é o seu candidato preferido e nem o meu, mas é o que sobrou. E, entre – no caso – o Nunes e o Boulos, fique com o Nunes.
O que é que você tem que fazer? Primeiro, você que já votou em primeiro turno e, agora, você que vai votar: orar e vigiar; fiscalizá-lo. É o Nunes ter vergonha na cara, entender que ele foi eleito por uma parcela enorme da direita e representar essa população, representar esses eleitores, respeitar o ex-Presidente Bolsonaro, respeitar Parlamentares e políticos que o apoiaram. Ele tem que ter vergonha na cara e fazer isso. É o que todos vão esperar dele.
Porque, pessoal, não adianta não, ouviu? Vocês precisam entender isto. Não é questão de ser o Tarcísio, não é questão de ser o Bolsonaro, não é questão de ser o Pablo Marçal, não é questão de ser o Nunes. É a questão do povo.
Você já pensou em um Boulos sendo Prefeito de São Paulo? Quem vai perder com isso? É o povo. Então, a gente tem que ter empatia aqui e pensar na população de São Paulo.
E outra coisa: vocês viram quem foi lá apoiá-lo no último dia de campanha? O atual Presidente. Olhem como ele está preocupado com São Paulo.
São Paulo, gente, é a maior cidade do Brasil – é a maior cidade do Brasil –; define muito bem para as eleições de 2026.
Então, pense você e não faça isso de votar em branco ou nulo. Olhem quem fez isso em 2022 e olhem o que aconteceu com o país, quem está administrando o país hoje, por muitas pessoas que votaram em branco ou nulo, que não quiseram lá definir seu voto; e olhem o que está acontecendo. Não deixem isso acontecer lá em São Paulo.
Então, eu quero deixar bem claro aqui que, como eu me posicionei no primeiro turno aqui, eu tenho o dever moral de fazer isso. Eu jamais vou ser morno; eu sempre vou ter um posicionamento aqui.
E, para finalizar, eu quero falar aqui para o Pablo Marçal que ele pode sempre contar comigo.
Nas decisões que vier a tomar, Pablo, você tem meu apoio, tem meu respeito e tem meu carinho.
E deixo bem claro para vocês que estão me ouvindo aqui: não existe perfeição, gente. Vocês nunca vão encontrar, em um líder...
Só Jesus Cristo que foi perfeito, e ainda foi crucificado. Agora, qualquer líder antes de Jesus ou depois – presidente, rei... –, nenhum é perfeito.
Então, Pablo, você tem defeitos, tem falhas, tem equívocos, mas tem virtudes, e eu quero me apegar às suas virtudes. E os seus defeitos, as suas falhas, o que você errou, meu irmão, corrija; evolua nos erros, para poder, cada dia mais, ser um ser humano melhor e um político melhor. Você vai ter sempre o meu apoio.
Eu falo isso para você: aquele que não errou que atire a primeira pedra.
Todos nós vamos errar. É ter caráter, reconhecer o erro, dar continuidade e andar para frente.
Então, Pablo, conte comigo. Nas decisões que você tomar futuramente, você terá o meu apoio.
Sr. Presidente, eu queria aqui falar para a população brasileira também, chamar a atenção, porque a gente está mobilizando aqui... Até parece que... Se eu não me engano, retiraram de pauta, porque iriam colocar esse projeto para ser votado hoje. Já passou na Câmara – esse projeto já foi aprovado na Câmara – e está vindo para cá: é a questão de se flexibilizar a Lei da Ficha Limpa.
Quero falar para a população brasileira: sabe quem vai ser beneficiado com esse tipo de projeto?
Em vez de a gente fortalecer mais a Lei da Ficha Limpa, fazer com que políticos corruptos nunca mais na vida sejam candidatos, nunca mais tenham oportunidade de ser candidato... E aqui não. Aqui tem um projeto que pode flexibilizar, para que políticos como – eu vou lembrar para vocês, eu gosto sempre de lembrar – Eduardo Cunha...
Vocês se lembram do Eduardo Cunha, gente? Está querendo vir candidato em 2026. Esse tipo de projeto, se eu não me engano, é até da filha dele. Vai beneficiar quem? Eduardo Cunha, para que, em 2026, possa ser candidato.
É esse cara aí que estava preso, esse cara aí que vocês viram o que fez quando foi Presidente da Câmara.
Há outro também: Sérgio Cabral.
Eu vou sempre falar aqui, gente: pegou 400 anos de prisão. Para pagar essa pena, ele iria ter que ressuscitar, no mínimo, quatro vezes.
Esse cidadão quer ser candidato novamente. Eu vi uma entrevista dele em que ele fala que pode vir até como Deputado Federal.
Se esse país fosse sério, esse cidadão nunca mais na vida seria político. Ele estaria preso até hoje. Ele estaria cumprindo a pena dele de 400 anos. Se esse país aqui fosse sério, esse cara nunca mais iria sair.
Que projeto é esse, que, em vez de endurecer mais ainda para político corrupto, político vagabundo, quer flexibilizar, gente? Não existe isso não!
Acabou a eleição aqui agora. Olhem a quantidade de Vereadores eleitos, de Prefeitos eleitos. Vocês motivam esses Vereadores, Prefeitos..."Eu posso fazer o que eu quiser, porque, se eu roubar, desviar dinheiro, vai ter lei pela qual, daqui a oito anos ou até menos, eu poderei voltar a roubar, voltar para a cena do crime!".
Eu vou mobilizar o que eu puder para que esse projeto não passe aqui. Isso é um tapa na cara do povo brasileiro. Isso é um murro na cara do povo brasileiro. Quer dizer: "Não, pode roubar, pode desviar dinheiro, pode fazer o que quiser, porque você vai voltar para a cena do crime, você vai voltar a ser político". É mais ou menos isso.
Então, peço aqui a mobilização não só minha, mas de todos os Senadores. Onde que a gente vai votar um projeto para flexibilizar, para que Eduardo Cunha e Sérgio Cabral voltem à cena do crime?!
Vocês já pensaram em Sérgio Cabral como Deputado Federal, em Eduardo Cunha novamente aqui, gente? Não tem condição não.
Como ser humano, está perdoado – como ser humano! Eu sou cristão, ninguém é perfeito, mas, na vida pública, político que rouba dinheiro público, que desvia dinheiro público, tem que ser banido, tem que ser chicoteado na rua.
O cara vai lá e pega dinheiro de fundo eleitoral. Já é patrocinado com dinheiro público para fazer campanha. Durante a campanha, desvia dinheiro público de fundo eleitoral. Depois, ganha uma eleição, vira Deputado ou Vereador, ou Prefeito, ou Presidente, ou Governador e vai roubar dinheiro público. E ainda depois tem chance de voltar? Não existe!
Que país que é este, gente? Vamos levar este país a sério!
Ô, eleitor! Ô, patrão! Você que está vendo essa fala minha aqui: se posicione! Seja contra essa patifaria de projeto.
Criou-se uma lei para que político corrupto nunca mais fosse candidato. Agora se está flexibilizando. Que é isso?
Não existe isso, não, gente. Já passou na Câmara, está vindo aqui ao Senado.
Posicionem-se, Senadores!
Se eu estiver errado aqui, tem alguns Senadores em Plenário, que possam me questionar. Fiquem à vontade. Vamos ao debate.
Quem é a favor de Eduardo Cunha aqui, levante a mão. Quem é a favor de Sérgio Cabral, levante a mão. Pois esse tipo de projeto vai beneficiar esses criminosos!
E, Eduardo Cunha e Sérgio Cabral, se eu tiver errado, me processem. Venham aqui, olhem na minha cara. Venham aqui, falem aqui pra mim. Olhem no meu olho aqui e falem se vocês não desviaram dinheiro público.
Se tivessem consciência, nem o pai e a mãe de vocês votariam em vocês mais. Se este país fosse sério, vocês nunca mais na vida poderiam ser candidatos.
Mais ou menos, uma PEC dessa... Um projeto desses, o que pode acontecer? É isso; é flexibilizar.
E o pior, gente: a autoria do projeto é da filha do Eduardo Cunha.
O meu voto vocês não têm não, e o que eu puder fazer aqui para mobilizar mais Senadores para votar contra, eu vou fazer de tudo.
Inclusive, eu queria finalizar a minha fala, Presidente, falando que eu acabei de protocolar também para acabar com isso que é o voto obrigatório.
Eu acho que o cidadão brasileiro não tem que ser obrigado não. Ele já é obrigado a tanta coisa: a pagar IPVA, a pagar IPTU...
(Soa a campainha.)
O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – ... a pagar um monte de benefícios para poder beneficiar a classe política... Por que ele tem que ser obrigado a ir, a ter que votar?
Então, eu acabei de protocolar esse projeto aqui e espero ter o apoio de todos os Senadores, porque o cidadão vai se ele quiser. Se ele não quiser, ele não vai. Isso que é democracia. Agora, você obrigar o cidadão a ir votar se ele não quer? Se ninguém o representa, ele tem que sair da casa dele, vendo um monte de notícias aí: "fulano roubou", "fulano desviou dinheiro", "fulano fez isso"... Você obrigá-lo ainda a ter que votar? Não, não, não, não, não.
Esse projeto é muito democrático. Não existe um projeto mais democrático que esse. Vota quem quiser.
Se você não quer votar, você não vai votar. Se você quer votar, se você se sente representado, vá lá e vote nas S. Exas. É assim que tem que funcionar.
Então, já foi protocolado.
Vou pedir que o Presidente do Senado, o Rodrigo Pacheco, possa me ajudar nesse projeto, para que possa passar nas Comissões, e colocar em Plenário.
Como eu falei, é democracia. Quem concordar comigo, vota comigo; e, quem não concordar, segue o jogo; mas eu acredito que os Senadores...
(Soa a campainha.)
O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – ... vão me apoiar nesse projeto.
Presidente, muito obrigado.