Discurso durante a 15ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene destinada a celebrar os 70 anos da Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Autor
Rosana Martinelli (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Rosana Tereza Martinelli
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Homenagem, Viação e Transportes:
  • Sessão Solene destinada a celebrar os 70 anos da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Publicação
Publicação no DCN de 24/10/2024 - Página 16
Assuntos
Honorífico > Homenagem
Infraestrutura > Viação e Transportes
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, HOMENAGEM, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE (CNT), ATUAÇÃO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), RODOVIA, TRANSPORTE RODOVIARIO, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA.

    A SRA. ROSANA MARTINELLI (Bloco/PL - MT. Para discursar. Sem revisão da oradora.) – Muito bom dia a todos.

    Sr. Presidente, Sras. Senadoras e Senadores, todas as autoridades aqui presentes, eu quero cumprimentar a mesa na pessoa do nosso Exmo. Sr. Presidente Rodrigo Pacheco, o Senador Laércio Oliveira, o Senador Nelsinho Trad e o Exmo. Sr. Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.

    Sr. Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ministro Aloysio Corrêa da Veiga, Sr. Presidente da Confederação Nacional do Transporte, Vander Costa, juntamente com toda a sua diretoria, demais presentes, Deputados, Senadores, Senadoras e autoridades aqui presentes, é uma honra participar dos 70 anos de uma das mais dinâmicas organizações brasileiras, que é a Confederação Nacional do Transporte, que representa aquele Brasil, este Brasil que tem dado certo.

    E, em nome do Senador Wellington Fagundes, que é o Presidente da Frenlogi (Frente Parlamentar de Logística), eu cumprimento o Deputado Edinho e o Mauro, que muito contribuem com a Frenlogi.

    E esses 70 anos de existência demonstram uma disposição institucional admirável. Ela surgiu graças aos esforços de um grupo de transportadores rodoviários de cargas e autônomos. Os pioneiros identificaram, naquele período histórico, a necessidade de uma instituição que representasse em âmbito nacional as empresas de transporte e logística. Tratava-se de uma iniciativa para organizar e fortalecer a atividade empresarial do setor.

    De lá até a década de 90, a CNT ganhou peso político suficiente para desempenhar um papel fundamental na matriz de transporte brasileira. Naquela ocasião, direcionou suas forças para a promoção da multimodalidade e para o fortalecimento do setor. A partir de então, a confederação ganhou um protagonismo inédito, passando a formular propostas e medidas para que esse setor superasse desafios.

    Quero cumprimentar aqui o atual Presidente da CNT, Vander, juntamente com toda a sua diretoria, e reconhecer que são 70 anos de trabalho dedicados ao aperfeiçoamento do ambiente de negócios e à melhoria das condições para a atividade transportadora. Ao mesmo tempo, não lhe escapa a função do aumento da competitividade para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, afinal, ainda mais em um país de dimensões continentais como o nosso, o setor de transporte é um dos pilares da economia, com função primordial de desenvolvimento e expansão da capacidade produtiva.

    Senhores e senhoras, modernidade é sinônimo de aceleração. Na medida em que as pessoas precisam se locomover e produtos precisam ser entregues dentro e fora do território nacional, são urgentes as políticas que viabilizem adaptações às novas tecnologias. E nesse quadro, a CNT opera dinamicamente, trabalhando em cooperação com os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, para que o setor se fortaleça de maneira estratégica e sustentável.

    Atenta à transição energética no setor de transporte, a CNT defende o uso de diferentes fontes alternativas de energia que poderão ser aplicadas de acordo com as especificidades de cada operação, sempre tendo em vista a viabilidade econômica e a sustentabilidade ambiental.

    No caso específico de Mato Grosso, as contribuições da CNT têm sido fundamentais. Meu estado, focado na agricultura e pecuária, enfrenta em seus rincões muitos problemas rodoviários. A bancada parlamentar de Mato Grosso, de maneira incansável, tem solicitado o apoio da CNT na busca de recursos para aprimorar a infraestrutura rodoviária do estado e nela tem encontrado a mais efetiva receptividade, refletida nas interlocuções que promove junto ao Governo Federal e também aos governos estaduais e municipais.

    O caso da BR-158 é emblemático. A rodovia ainda possui trechos não pavimentados e, em alguns pontos, a pista é simples, sem duplicação. A baixa qualidade dessa rodovia impacta o custo operacional das empresas de transporte. Logicamente, tal deficiência se reflete na competitividade do estado e no preço dos produtos. Em 2023, a CNT fez um levantamento sobre os acidentes naquela rodovia. Foram registrados quase 200 acidentes graves de acordo com esse levantamento, sem contar a tragédia humana, que não tem preço. O prejuízo total com acidentes na BR-158, em Mato Grosso, é estimado em cerca de R$28 milhões.

    Relatórios como esse são evidências do alto padrão de engenharia e pesquisa da CNT, que refletem seu compromisso com políticas de infraestrutura mais adequadas à dramática realidade nacional. Para tanto, sua máquina organizacional tem que estar bem preparada. Hoje a CNT reúne 29 federações, 5 sindicatos e 22 entidades associadas. Trata-se de quase 170 empresas, gerando cerca de 3 milhões de empregos, um sucesso baseado em valores como eficácia, ética, sustentabilidade, perseverança, criatividade e trabalho em equipe de todos vocês.

    Quero dizer aqui – neste momento em que eu estou me despedindo da oportunidade que eu tive aqui, no Senado – que estou grata por esses quatro meses, praticamente cinco meses, e saio com o coração leve e muita gratidão pela oportunidade de ter trabalhado intensamente por outra causa prioritária para mim: a BR-163. (Manifestação de emoção.)

    Desde os tempos em que fui Prefeita de Sinop, dedico-me à viabilização de obras de duplicação dessa rodovia, essencial para o escoamento da produção agrícola da nossa região. O projeto prevê a duplicação de 245km por que hoje nós estamos lutando: Sinop-Guarantã. E, após a mobilização da bancada de Mato Grosso, o processo está avançando.

    Nossa meta é estender essas obras, que devem começar em 2027, até o Estado do Pará. Em uma reunião importante no Ministério dos Transportes, o Ministro Renan entregou o projeto ao TCU. Os próximos passos serão revisão de contrato e o alinhamento de prioridades, no objetivo de garantir a viabilização, que a Via Brasil faça as adequações necessárias. Isso vai ser fundamental para melhorar a segurança e a fluidez do tráfego, consequentemente do transporte.

    Da mesma forma, cobramos a urgência no projeto da Ferrogrão, que trará um grande alívio para a logística do agronegócio, fundamental para a nossa economia, com seus 933km de extensão. A Ferrogrão tem o potencial de aumentar o transporte de cargas para até 50 milhões de toneladas, reduzindo os custos em cerca de 30%. Essa é uma luta que precisa continuar, Presidente, para garantir que nossas exportações cheguem pelos portos do Arco Norte e se fortaleçam ainda mais, e, mais do que nunca, precisamos da CNT nessas lutas.

    Por fim, deixo o meu compromisso de que, mesmo fora do Senado, continuarei a trabalhar por essas e outras pautas essenciais para o nosso estado e para o nosso país. Meu trabalho por Mato Grosso segue com a mesma dedicação e o mesmo empenho. E quero contar sempre com essa confederação, que é tão essencial na busca de nossos sonhos de melhorar a logística de nosso maior celeiro de grãos do Brasil, que é o Mato Grosso.

    Então, eu quero agradecer, Presidente. Muito obrigada pela acolhida. Muito obrigada a todos os colegas. (Manifestação de emoção.)

    Desculpem-me a emoção. É que foram dias muito valorosos e gratificantes, que eu tenho certeza de que vou levar para a minha vida, e espero aqui voltar.

    Foi muito importante essa dedicação e acolhida de todos vocês, colegas, Deputados, Senadores.

    Muito obrigada, Presidente, pelo carinho de sempre. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 24/10/2024 - Página 16