Pronunciamento de Magno Malta em 10/12/2024
Discussão durante a 179ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Discussão sobre o Projeto de Resolução do Senado (PRS) n° 64, de 2023, que "Institui no Senado Federal a Comenda Ceci Cunha e dá outras providências".
- Autor
- Magno Malta (PL - Partido Liberal/ES)
- Nome completo: Magno Pereira Malta
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discussão
- Resumo por assunto
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Homenagem:
- Discussão sobre o Projeto de Resolução do Senado (PRS) n° 64, de 2023, que "Institui no Senado Federal a Comenda Ceci Cunha e dá outras providências".
- Publicação
- Publicação no DSF de 11/12/2024 - Página 90
- Assunto
- Honorífico > Homenagem
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- DISCUSSÃO, PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO (PRS), CRIAÇÃO, RESOLUÇÃO, SENADO, COMENDA, MULHER, CECI CUNHA, DESTAQUE, EXERCICIO, ATIVIDADE, EXECUTIVO, LEGISLATIVO.
O SR. MAGNO MALTA (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para discutir.) – Sr. Presidente, nobre Relatora, Srs. Senadores, o Brasil que nos vê neste momento, este momento é um momento ímpar para a minha vida e para a vida do Brasil.
Senador Rodrigo Cunha, a sua mãe, Ceci Cunha... V. Exa., ao fazer o relatório, faz uma menção ao Rodrigo, dizendo que ele não guardou mágoa; ainda menino, assistiu à covardia, mas o dia da covardia era de uma maneira ou de outra. Em vez de desejar o mal ao seu adversário, é honrar a quem se deu pela causa da vida, tanto no país como no seu estado.
Eu era Deputado Federal, e, naquele dia da sessão fatídica que o país esperava com ansiedade, um covarde chamado Talvane Albuquerque assassinou, de maneira fria e covarde, a Deputada, guerreira e humanitária, Ceci Cunha. Ainda que ela não tivesse nenhum desses predicados, ninguém está autorizado a atentar contra a vida de outra pessoa de forma tão brutal, tão cruel, como foi a morte de Ceci.
Houve um abalo no Congresso Nacional, na Câmara, no Senado. Eu estou de posse aqui, Senador Rodrigo, de cópia do meu discurso, como Deputado Federal, no dia em que a Câmara dos Deputados cassou o mandato do então suplente de Ceci, que a assassinou de forma covarde, para colocar um bóton de Deputado Federal.
Que nós que fazemos vida pública tenhamos essa sensibilidade, esse sentimento não de nos vingar, mas de repudiar, com veemência, aquele que comete qualquer tipo de atrocidade e crime contra aquele que não pode se defender. Aliás, o covarde sempre age na covardia e de surpresa.
Podia ler os nomes do mandante e do executante que estão aqui no meu discurso, mas não vou fazê-lo.
Chocou-me tanto, Senadora, chocou-me tanto, Senador Pacheco, o assassinato da colega Ceci. Eu suspendi uma audiência que estava acontecendo – aliás, uma oitiva – na reunião da CPI do Narcotráfico e fui para o Plenário, porque eu precisava naquele dia... E nunca saiu isso de mim, o meu sentimento. Eu sou um homem que luta as minhas lutas, não me acovardo com elas, não lido com mentira e não uso minha boca para fazer ataques com os quais eu não tenha condição de arcar, mas sou um homem emocional – sou um homem emocional –, e demorou muito, Senador Weverton, para que eu pudesse vencer esse momento na minha cabeça. Eu convivi com ela!
Quando eu cheguei ao Senado, ao final de uma sessão aqui, eu vejo um jovem ali dirigindo a sessão – eu nem sabia quem ele era. Perguntei para o Senador Girão, que me disse: "É o Senador Rodrigo Cunha. Ele é filho daquela Deputada que foi assassinada, de Alagoas". Eu fiquei tão comovido, olhando para ele ali... Saí da minha cadeira aqui e me assentei aí, do lado da Presidência. Peguei a mão dele e disse: "Eu tenho orgulho de você, a sua mãe foi minha amiga. Você ter vencido tudo isso e ter chegado ao Senado da República... Eu convivi com sua mãe, hoje convivo com você. E Deus colocou no meu coração o desejo... Ela foi uma mulher no exercício de um mandato, estava no exercício do seu mandato. E há quantas, quantas anônimas sacrificadas por aí? E nada mais justo do que honrar essas mulheres anônimas sacrificadas por aí com o Prêmio Ceci Cunha". E assim o fiz. Eu o abracei ao sair e disse a ele: "Eu tenho uma coisa no meu coração. A sua mãe merece ser lembrada para sempre". E merece, Sr. Presidente, entrar para o Livro dos Heróis da história do país.
E no dia em que o Parlamento deu um recado ao crime... O sujeito se escondeu atrás de uma imunidade parlamentar, ele achou que nunca seria alcançado. O Parlamento deu uma demonstração de que o crime não compensa – falo do Parlamento daqueles dias.
E, com muita alegria, Senadora, ouvi atentamente a sua relatoria, muito orgulhoso de cada palavra que V. Exa. colocou.
Agradeço a Deus por me dar a oportunidade deste momento e por dizer a você, Rodrigo, que está voltando ao seu estado como Vice-Prefeito... Eu só estive uma vez na sua cidade, não foi um momento bom – CPI da pedofilia, investigação de religiosos abusando crianças, coroinhas –, mas é uma cidade grande, conhecida, importante para a economia de Alagoas. Na sua despedida, aprouve Deus que fosse este dia e este momento. Eu o abraço, relembrando a memória da sua mãe.
Por isso, Sr. Presidente, é o prêmio Ceci Cunha, certamente com uma história que, quem sabe, tantos já esqueceram, a própria mídia, mas a lembrança ficará dessa figura feminina, uma guerreira nordestina, alagoana chamada Ceci Cunha. Um dia de orgulho para mim.
Obrigado, Sr. Presidente.