Pronunciamento de Rodrigo Cunha em 10/12/2024
Discussão durante a 179ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Discussão sobre o Projeto de Resolução do Senado (PRS) n° 64, de 2023, que "Institui no Senado Federal a Comenda Ceci Cunha e dá outras providências".
- Autor
- Rodrigo Cunha (PODEMOS - Podemos/AL)
- Nome completo: Rodrigo Santos Cunha
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discussão
- Resumo por assunto
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Homenagem:
- Discussão sobre o Projeto de Resolução do Senado (PRS) n° 64, de 2023, que "Institui no Senado Federal a Comenda Ceci Cunha e dá outras providências".
- Publicação
- Publicação no DSF de 11/12/2024 - Página 91
- Assunto
- Honorífico > Homenagem
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- DISCUSSÃO, PROJETO DE RESOLUÇÃO DO SENADO (PRS), CRIAÇÃO, RESOLUÇÃO, SENADO, COMENDA, MULHER, CECI CUNHA, DESTAQUE, EXERCICIO, ATIVIDADE, EXECUTIVO, LEGISLATIVO.
O SR. RODRIGO CUNHA (Bloco Parlamentar Independência/PODEMOS - AL. Para discutir.) – Sr. Presidente Rodrigo Pacheco, como em várias outras situações da minha vida, estou vivenciando um momento que não foi planejado por mim. Algumas pessoas até podem pensar que, pelo fato de estar finalizando uma etapa da minha vida aqui no Senado, me programei para exaltar a minha mãe, o nome dela, mas não foi.
Esse depoimento do Senador Magno Malta me deixa muito feliz em saber que quem conviveu com Ceci Cunha não a esquece. E foi exatamente desta forma: quando eu estava presidindo, na condição de Segundo-Vice-Presidente desta Casa – que é uma grande honra –, uma sessão, o Senador Magno Malta me identificou, ficou emocionado e disse exatamente o que vai acontecer hoje: ele ia apresentar uma medalha que ia levar o nome de Ceci Cunha, que foi uma excelente política, que foi uma excelente médica e que foi também uma excelente mãe, que me ensinou os princípios que eu carrego até hoje e que fez, sim, com que toda a dor que a vida me reservou eu transformasse em uma missão maior que eu.
Eu sei que a vida é efêmera, eu sei que todos nós temos objetivos, e o meu é lutar pelo que é certo, é lutar por justiça. Consegui o que poucas pessoas deste país conseguem: ver os assassinos dos seus pais, dos seus filhos, da sua esposa indo a julgamento e, ainda mais difícil, sendo condenados e, mais difícil, cumprirem toda a pena. Então, nós conseguimos demonstrar a este país, depois de 13 anos, que o crime nem sempre compensa. O assassino foi condenado a 103 anos de prisão. A condenação foi nesse sentido, com mais outros quatro executores.
A gente fala da Ceci Cunha, mas o meu pai estava com ela também. Ele perdeu a vida no mesmo momento. E isso me faz ter a certeza absoluta de que cada um de nós podemos chegar aonde quisermos sem ter que pisar em ninguém, sem querer pensar no imediatismo, chamando também a minha responsabilidade para ter cuidado no que eu coloco no coração do meu filho e da minha filha, que aqui estão... (Manifestação de emoção.) (Palmas.)
Eles fazem com que a gente puxe o freio de mão da vida e veja o que importa. Um dos momentos que me fez decidir voltar para Maceió foi o meu terceiro filho nascer. Eu sou jovem, não quero viver longe dele. Depois de seis anos vindo todas as semanas a Brasília religiosamente – sou um dos mais presentes aqui na sessão –, isso me fez olhar para frente com um olhar mais panorâmico e dizer: "Vou contribuir com a minha cidade, vou contribuir com a minha família e vou fazer aquilo que o meu coração pede". Eu acho que todos os senhores aqui têm família e sabem o quanto é importante a gente puxar esse freio de mão e refletir.
Senadora Jussara, muito obrigado por suas palavras, que são motivadoras.
Eu estou aqui, neste momento, com o coração pulsando na certeza absoluta de que fiz tudo o que estava ao meu alcance para passar esta mensagem de que a gente pode chegar lá, de que não é preciso pisar em ninguém e de jamais desistir.
O assassino do meu pai e da minha mãe era dono de três hospitais, tinha sido o Deputado Federal mais votado em uma eleição antes e ficou como suplente. Ele procurava uma vítima, e a vítima mais fácil, mais frágil era uma mulher. Então, ela morreu por ser mulher. Se ela fosse como muitos outros políticos que têm seus seguranças, seus cangaceiros e por aí vai, isso não teria acontecido, mas nós somos de uma família pacata. E essa foi a mensagem que ela passou para o Brasil, que, mais uma vez, depois de 24 anos, para um pouco para ouvir... E vão pesquisar quem foi Ceci Cunha, que foi uma mulher que doou a sua vida para o bem ao próximo.
Dessa maneira, a frase dela de que fez muito como médica – que você leu aqui – e como política... Deixou um grande legado: a filha dela, minha irmã Adriana, é médica, e eu sou político hoje e busco não errar. Para não errar, Sr. Presidente, sinceramente eu tenho a fórmula: é honrar pai e mãe, quem honra pai e mãe dificilmente erra.
Assim, eu quero agradecer ao Senador Magno Malta. Muito obrigado por sua firmeza e muito obrigado também por esta oportunidade.
Muito obrigado a todos os colegas.
E o meu discurso de despedida não é agora, não. A gente vai se encontrar ainda mais à frente.