Pronunciamento de Carlos Viana em 19/12/2024
Discussão durante a 187ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal
Discussão sobre o Projeto de Lei (PL) n° 6012, de 2023 (Substitutivo da Câmara dos Deputados), que "Altera as Leis nºs 13.999, de 18 de maio de 2020, e 12.087, de 11 de novembro de 2009, para assegurar que os recursos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) sejam permanentes; e dá outras providências."
- Autor
- Carlos Viana (PODEMOS - Podemos/MG)
- Nome completo: Carlos Alberto Dias Viana
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discussão
- Resumo por assunto
-
Assistência Social,
Fundos Públicos,
Meio Ambiente,
Micro e Pequenas Empresas:
- Discussão sobre o Projeto de Lei (PL) n° 6012, de 2023 (Substitutivo da Câmara dos Deputados), que "Altera as Leis nºs 13.999, de 18 de maio de 2020, e 12.087, de 11 de novembro de 2009, para assegurar que os recursos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) sejam permanentes; e dá outras providências."
- Publicação
- Publicação no DSF de 20/12/2024 - Página 18
- Assuntos
- Política Social > Proteção Social > Assistência Social
- Economia e Desenvolvimento > Finanças Públicas > Fundos Públicos
- Meio Ambiente
- Economia e Desenvolvimento > Indústria, Comércio e Serviços > Micro e Pequenas Empresas
- Matérias referenciadas
- Indexação
-
- DISCUSSÃO, PROJETO DE LEI, OBRIGATORIEDADE, SEGURADOR, ENTIDADE, PREVIDENCIA COMPLEMENTAR, CAPITALIZAÇÃO, AQUISIÇÃO, ATIVO, MEIO AMBIENTE, CREDITO DE CARBONO, SUBSTITUTIVO, CAMARA DOS DEPUTADOS, ALTERAÇÃO, LEI FEDERAL, PRORROGAÇÃO, PRAZO INDETERMINADO, UTILIZAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), POSSIBILIDADE, DESTINAÇÃO, VALORES, PROGRAMA NACIONAL, POUPANÇA, ALUNO, ESTUDANTE, ENSINO MEDIO, AUTORIZAÇÃO, UNIÃO FEDERAL, AUMENTO, PARTICIPAÇÃO, Fundo Garantidor de Operações (FGO), OPERAÇÃO FINANCEIRA.
O SR. CARLOS VIANA (Bloco Parlamentar Independência/PODEMOS - MG. Para discutir.) – Obrigado, Presidente.
Na mesma linha dos colegas que já discursaram sobre essa questão das microempresas no Brasil, para quem nos assiste pela TV Senado e também nos acompanha pelas redes sociais, nós estamos falando de um setor que responde por 52% dos empregos em nosso país – 47% de toda a massa salarial brasileira passa por micro e pequenas empresas no Brasil.
E, hoje, nós precisamos nos debruçar sobre isso, e acredito que, para o ano de 2025, será o grande desafio, mais uma vez, desta Casa, Senadora Damares, nós trabalharmos os projetos de incentivo à geração de renda, emprego e de apoio a quem tem iniciativas no Brasil para abrir empresas.
Eu fui microempresário na minha vida, cheguei a ter 32 empregados na minha juventude. Olhem, uma das situações mais difíceis que se pode enfrentar é você, toda sexta-feira na área da construção civil, ter o salário para pagar a seus funcionários, no fim do mês ter as contas dos impostos para recolher e os pagamentos chegando sempre atrasados, 45 ou 60 dias.
No Brasil – eu digo, com muita clareza –, quem gera emprego, quem tem empresa, que seja uma padaria, um bar, o que quer que seja, nós temos que aplaudi-lo e olhá-lo com toda a atenção, porque, da mesma forma que, na época da pandemia, nós criamos o Pronampe, nós também criamos o auxílio emergencial. Muito rapidamente esta Casa agiu juntamente à Câmara dos Deputados – eu participei de todas as reuniões com o Nelsinho Trad na criação do auxílio emergencial –, e, pasmem, nós esperávamos, naquela época, 50 milhões de pessoas do Bolsa Família, mais 15 milhões de autônomos, segundo o IBGE, Senador Mourão. Apareceram 79 milhões de pessoas pedindo o auxílio e 69 milhões delas o receberam; ou seja, o Brasil tinha 19 milhões de pessoas que ele não conhecia, que nunca contribuíram com a previdência, que nunca tinham tido uma conta em banco, que existiam e que estavam totalmente à margem das políticas públicas.
Aonde eu quero chegar? Essa mesma massa de brasileiros, que hoje está em torno de 40 milhões de pessoas, nunca contribuiu com a previdência social. São pessoas que têm renda muito inferior a um salário mínimo, vivem do Bolsa Família e, no futuro, muito breve, vão buscar, na previdência social brasileira, o apoio para sua velhice. E é obrigação do Estado amparar essas pessoas, e isso vai fazer com que a previdência social se torne um dos maiores desafios para um Brasil não desenvolvido, porque, na Europa, isso já acontece, mas lá as economias já têm a sua base de sustentação – nós aqui não.
A próxima geração, nos 15 anos que virão, correrá um seriíssimo risco de não ter uma previdência social capaz de manter as aposentadorias. Daí a necessidade de que todo e qualquer programa que venha amparar as pequenas e microempresas seja aprovado e ampliado, para que eles tenham recurso e nós possamos gerar a renda necessária a um Brasil que virá na próxima geração e que hoje nos desafia.
Muitas vezes, eu não vejo Governo algum fazer um planejamento. Nós já perdemos uma grande janela demográfica, que era o momento em que a maioria dos brasileiros trabalhava e não dependia da Previdência. Hoje isso mudou. Nós temos aí quase 40% da população que muito em breve terá mais de 60 anos de idade e que vai depender da Previdência. Isso vai sobrecarregar as nossas contas.
Então, essa medida, esse projeto que está aqui, lido pelo Senador Eduardo Braga, é de suma importância para que a gente sustente a geração de emprego, o pagamento da Previdência brasileira para sustentação do trabalhador, e que garanta ao Brasil a possibilidade de vencer esse desafio que se avizinha com relação ao envelhecimento da nossa população e à dependência nas contas públicas previdenciárias.
Muito obrigado, Sr. Presidente.