Pronunciamento de Humberto Costa em 02/04/2025
Discurso durante a 17ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Preocupação com as tarifas comerciais anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Sr. Donald Trump, devido aos possíveis prejuízos à economia brasileira. Elogios à aprovação do Projeto de Lei nº 2088/2023, que institui a Lei de Reciprocidade Econômica, autorizando o Poder Executivo a adotar contramedidas comerciais contra países ou blocos econômicos que estabeleçam restrições unilaterais às exportações brasileiras.
- Autor
- Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
- Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Comércio,
Mudanças Climáticas,
Poluição,
Relações Internacionais,
Tributos:
- Preocupação com as tarifas comerciais anunciadas pelo Presidente dos Estados Unidos, Sr. Donald Trump, devido aos possíveis prejuízos à economia brasileira. Elogios à aprovação do Projeto de Lei nº 2088/2023, que institui a Lei de Reciprocidade Econômica, autorizando o Poder Executivo a adotar contramedidas comerciais contra países ou blocos econômicos que estabeleçam restrições unilaterais às exportações brasileiras.
- Publicação
- Publicação no DSF de 03/04/2025 - Página 17
- Assuntos
- Economia e Desenvolvimento > Indústria, Comércio e Serviços > Comércio
- Meio Ambiente > Mudanças Climáticas
- Meio Ambiente > Poluição
- Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Relações Internacionais
- Economia e Desenvolvimento > Tributos
- Matérias referenciadas
- Indexação
-
- PREOCUPAÇÃO, TARIFAS, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), PRESIDENTE, DONALD TRUMP, PREJUIZO, ECONOMIA, BRASIL.
- ELOGIO, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, ALTERAÇÃO, LEI FEDERAL, POLITICA NACIONAL, MUDANÇA CLIMATICA, IMPORTAÇÃO, BENS, PRODUTO, DISPONIBILIDADE, COMERCIO, AMBITO NACIONAL, REQUISITOS, PAIS ESTRANGEIRO, CRITERIOS, EMISSÃO, GAS, EFEITO ESTUFA, EQUIPARAÇÃO, SITUAÇÃO, BRASIL.
O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Parlamentar Pelo Brasil/PT - PE. Para discursar.) – Sra. Presidenta, Sra. Senadora, Srs. Senadores, público que nos acompanha pelos serviços de comunicação do Senado e nos segue pelas redes sociais, logo mais, às 17h, o mundo conhecerá a dimensão do "tarifaço" de Donald Trump, as medidas tarifárias que ele adotará a produtos importados pelos Estados Unidos, nesta data que batizou de Dia da Libertação.
É a abertura de uma guerra comercial em escala planetária, que mexe com a concertação harmônica que vinha sendo construída pelo mundo no setor.
Nosso aço e nosso alumínio já foram vítimas de um aumento arbitrário dessa taxação, hoje localizada em 25%. Agora, aguardamos, com expectativa e cautela, esse novo pacote de tarifas comerciais a ser anunciado pelos Estados Unidos porque ainda não se sabe a dimensão dele. É um tema que transcende os limites da economia e penetra o cerne da soberania nacional porque nos coloca em posição de responder a ele de forma inteligente e estratégica.
Essas medidas protecionistas de Trump, que visam a aumentar impostos sobre produtos importados, impactam diretamente o Brasil, o nosso agronegócio, a nossa indústria e, sobretudo, os nossos trabalhadores. A imposição de tarifas sobre o aço, o alumínio e, possivelmente, sobre o etanol não são apenas questões comerciais; são ameaças reais à nossa competitividade internacional.
Mas o que nos diferencia é a nossa capacidade de resposta – e não qualquer resposta; uma resposta unida, firme e serena. E, ontem, esta Casa aprovou, por unanimidade, o projeto de lei da reciprocidade, que autoriza o Executivo a adotar contramedidas proporcionais e responsáveis frente a iniciativas unilaterais que prejudiquem os interesses do Brasil. Com isso, demonstramos que, nas horas decisivas, não há esquerda ou direita, Governo ou oposição; há apenas o Brasil.
Não vamos agir com o fígado, porque o caminho não é o do confronto precipitado. Não responderemos com raiva, nem com ressentimento. Nossa resposta é na inteligência diplomática e no multilateralismo. Como bem afirmou o Presidente Lula, antes de recorrer à Organização Mundial do Comércio ou aplicar medidas retaliatórias, esgotaremos todas as vias diplomáticas. E essa é uma estratégia que nos fortalece.
Mais do que uma crise, estamos diante de uma oportunidade. A China, nosso principal parceiro comercial, pode se tornar ainda mais estratégica. Podemos, também, estreitar laços com outros mercados asiáticos, africanos e latino-americanos. Podemos investir em acordos comerciais bilaterais e regionais que diversifiquem nossa pauta de exportações e reduzam nossa dependência dos produtos dos Estados Unidos.
Reafirmo aqui o compromisso do nosso Governo, em consonância com o Congresso, em contribuir para um projeto de nação que defenda nossos produtores; um projeto de nação que proteja ainda nossos empregos e que valorize nossa capacidade de dialogar com o mundo. O PL da reciprocidade é uma ferramenta de defesa, mas também de afirmação do Brasil como um país que não se dobra diante da intimidação.
Sejamos firmes, sejamos justos, sejamos estratégicos, porque o Brasil tem muito a oferecer ao mundo, mas tem, acima de tudo, o dever de proteger o que é seu.
Muito obrigado a todos e a todas.