Discurso durante a 81ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio ao ex-Presidente Jair Bolsonaro diante da apresentação de denúncia encaminhada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Críticas ao Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva pelo aumento dos gastos públicos.

Oposição ao Projeto de Lei nº 769/2024, que prevê a criação de funções comissionadas no quadro de pessoal do Supremo Tribunal Federal, ressaltando a necessidade de contenção de despesas também no Poder Legislativo.

Autor
Cleitinho (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/MG)
Nome completo: Cleiton Gontijo de Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atuação do Ministério Público:
  • Apoio ao ex-Presidente Jair Bolsonaro diante da apresentação de denúncia encaminhada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Governo Federal:
  • Críticas ao Governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva pelo aumento dos gastos públicos.
Dívida Pública, Operação Financeira:
  • Oposição ao Projeto de Lei nº 769/2024, que prevê a criação de funções comissionadas no quadro de pessoal do Supremo Tribunal Federal, ressaltando a necessidade de contenção de despesas também no Poder Legislativo.
Publicação
Publicação no DSF de 16/07/2025 - Página 30
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Ministério Público
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Economia e Desenvolvimento > Finanças Públicas > Dívida Pública
Economia e Desenvolvimento > Finanças Públicas > Operação Financeira
Matérias referenciadas
Indexação
  • APOIO, EX-PRESIDENTE DA REPUBLICA, JAIR BOLSONARO, CRITICA, PROCURADORIA GERAL DA REPUBLICA, DENUNCIA, GOLPE DE ESTADO, TENTATIVA.
  • CRITICA, SENADO, PROCESSO, IMPEACHMENT, MINISTRO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF).
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, GASTOS PUBLICOS, MIDIA SOCIAL, AERONAVE, FORÇA AEREA BRASILEIRA (FAB), PRESIDENTE, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), LUIS ROBERTO BARROSO.
  • CRITICA, RECESSO, CONGRESSO NACIONAL, PRIVILEGIO.
  • CRITICA, PROJETO DE LEI, CRIAÇÃO, LEI FEDERAL, FUNÇÃO EM COMISSÃO, CARGO PUBLICO, TECNICO JUDICIARIO, AGENTE DE POLICIA, QUADRO DE PESSOAL, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF).

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG. Para discursar.) – Sr. Presidente, uma boa tarde a todos os Senadores, às Senadoras, à população que acompanha a gente pela TV Senado e a todos os servidores desta Casa.

    Eu não poderia deixar de subir aqui hoje para poder deixar meu total apoio ao Presidente Bolsonaro, e eu espero que todos os políticos, tanto os Deputados Federais e Estaduais quanto os Senadores, todos os que tiveram a oportunidade de fazer campanha com o Bolsonaro, na qual subiram na garupa do Bolsonaro – porque o Bolsonaro rodou o Brasil inteiro apoiando Senadores e Deputados –, tenham a hombridade e a gratidão de poder apoiar o Bolsonaro neste momento agora. Porque uma coisa que eu sempre fui na minha vida foi grato, e vou ser sempre grato. Então, espero que todos os Senadores que estão aqui e tiveram o apoio do Bolsonaro, nas eleições em 2018, nas eleições em 2022, estejam no Plenário agora aqui e nas suas redes sociais dando apoio contra essa covardia e essa perseguição que estão fazendo com o Bolsonaro – pegar 43 anos de prisão nessa condenação que a PGR está encaminhando agora para o STF. E não precisa nem falar o que o STF vai fazer, né?

    Muitas das vezes foi culpa desta Casa, porque esta Casa teve várias oportunidades aqui para poder dar prosseguimento a impeachment de ministros e sempre foi engavetado; sempre foi engavetado. Aí eu quero falar aqui para a população brasileira que todas as vezes, em dois anos e meio que eu estou aqui, eu sempre me posicionei. Todos os Senadores que me deram para eu poder assinar pedido de impeachment eu assinei, e continuarei fazendo isso aqui. Então, essa covardia, essa sacanagem que fizeram com o Bolsonaro... Não teve nem a tentativa de golpe. Não teve nem tentativa de golpe. Estão querendo colocar ele como se fosse... Se tivesse tido golpe no país, eu estaria aqui hoje falando, se tivesse tido golpe?

    Então, o que estão fazendo aqui é uma pura perseguição com o Bolsonaro, mas a justiça de Deus tarda, mas não falha. E eu acho que cada... A você que está vendo este pronunciamento meu aqui, você que é brasileiro, no ano que vem tem eleição, e quem pode mudar essa realidade é só o Senado. Deputado Federal não tem prerrogativa para poder impitimar ministro; quem pode fazer isso é só Senador. No ano que vem são duas cadeiras para cada estado. Então, procure se informar sobre cada Senador, sobre como é que foi a postura dele durante o mandato, se ele se posicionou a favor do impeachment do Ministro Alexandre de Moraes. Faça isso.

    Vai vir um monte de salvador da pátria também que vai falar que é candidato, falando que vai fazer e que vai acontecer... Pesquise, pesquise a vida dele. Se já tiver mandato, pesquise o mandato dele. Se ele não tiver, pesquise também. Quem tem o poder agora de mudar isso é a população brasileira, através do voto. Vou repetir: são dois Senadores por estado. A gente aqui ainda não é maioria. Se fosse maioria, tenho certeza de que não se estaria na situação em que se está, em que se encontra hoje o país com o que está acontecendo com o Bolsonaro. Então, que você também agora, cidadão brasileiro, faça a sua parte, faça o seu dever de casa, porque pode ter certeza de que aqui, se a gente tiver a maioria, a minha parte eu vou continuar fazendo.

    Então, subi aqui hoje para poder deixar todo o meu apoio ao Presidente Bolsonaro e falar que o senhor pode sempre contar com o meu mandato, com a minha representatividade, com o meu apoio. Como eu disse, às vezes a justiça dos seres humanos aqui é injusta e é covarde, porém a justiça de Deus tarda, mas não falha. A minha parte aqui eu vou continuar fazendo, vocês podem ter certeza disso.

    Eu queria tocar em outro assunto aqui que me chamou atenção, porque esse Governo fala tanto que vai defender a população que mais precisa, que precisa cortar gasto... Antes de falar que eu estou fazendo fake news, está aqui: "Contratante: Secretaria de Administração da Presidência da República. Objeto: Contratação de 3 (três) empresas prestadoras de serviços de comunicação digital". Sabe quanto que é o valor, gente? Quase R$100 milhões para poder falar das redes sociais. Esse mesmo Governo que foi atrás da China lá para poder regulamentar. Olha a hipocrisia desse Governo! Eles querem falar de regulamentar as redes sociais, mas vão investir com o dinheiro de vocês – porque esse dinheiro é de vocês, é dinheiro público! – quase R$100 milhões com mídia digital, com dinheiro do pagador de imposto. Esse Governo hipócrita e demagogo, que fala o tempo inteiro em regulamentar as redes sociais, mas usufrui das redes sociais com dinheiro público! Eu vou repetir, gente: quase R$100 milhões.

    Aí vai vir falar que eu estou fazendo fake news. É só entrar no Portal da Transparência. O contratante é a Secretaria de Administração da Presidência da República. Valor: R$98 milhões. Quase R$100 milhões de dinheiro público sendo gastos nas redes sociais, nas mídias digitais. Dinheiro de vocês. São um bando de hipócritas, um bando de demagogos, que estão doidos para regulamentar as redes sociais para calar a boca de quem pensa diferente, de quem questiona, de quem cobra, mas estão aqui investindo quase R$100 milhões do seu dinheiro para poder usufruir das redes sociais. Este é um Governo hipócrita e demagogo.

    Há outro gasto que eu quero questionar aqui. Olha aqui. Motivação: trabalhar para sustentar o turismo de luxo do Presidente do STF; R$900 mil em jatinho da FAB, sem agenda oficial. Vocês estão entendendo por que a FAB está sem gasolina para colocar nos jatinhos da FAB? É por causa disto aqui: quase R$1 milhão, sem agenda oficial.

    Eu fico tentando entender como pode uma pessoa que é pública fazer isso com dinheiro público. E ainda tem que colocar sigilo. "Ah, não, Cleitinho, mas tem que ter sigilo porque é uma questão de segurança". Espera aí, já foi lá, já voltou, voltou para casa. Qual é o sentido de continuar em sigilo? Por que o que é público tem que ficar em sigilo? Nada da administração pública – pode ser para os três Poderes, Legislativo, Judiciário ou Executivo – tem que ter isso. Tem que ser público. Tem que acabar com isso de colocar sigilo. Não existe dinheiro público ter sigilo, não existe qualquer ação de uma pessoa pública ter sigilo, gente! Tem que ser tudo transparente. Esses R$900 mil aqui de agenda não oficial não é o Barroso que está pagando, não. Quem está pagando isso aqui é a população brasileira, quem está pagando isso aqui é o povo! E por que o povo não tem o direito de saber? Por quê, se é ele que paga? Uma coisa é o privado. Se o Barroso tivesse feito isso aqui, quase R$1 milhão, com o seu dinheiro, que se dane o que ele fez ou deixou de fazer, seria problema dele. Mas, a partir do momento que faz isso aqui com dinheiro público, quase R$1 milhão, e ainda em tudo coloca sigilo...

    Vocês estão vendo, a toda hora, matérias dizendo que os aviões da FAB não têm gasolina, que não tem dinheiro para poder voar, para subir. E colocar isso em sigilo? Vocês querem fazer uma com a cara do povo, sacanear o povo. Pelo amor de Deus! Onde nós vamos parar com isso aqui, gente? A gente está falando de corte de gastos o tempo inteiro aqui, e é só a população que tem que pagar a conta? Só o povo brasileiro tem que pagar a conta? Até quando os três Poderes não vão começar a cortar gastos? Aí, eu mostro aqui uma licitação de quase R$100 milhões para a mídia digital do Governo. Aí, eu mostro aqui gasto de quase R$1 milhão do Presidente do STF com voo sem agenda oficial. Que hora que o Congresso Nacional, que os três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário – vão pagar a conta? Que hora nós vamos sentar aqui e falar: "Espera aí, qual é a parcela de contribuição que a gente vai deixar para a sociedade?"? Ou a gente só vai apontar o dedo para o Governo, só vai falar: "Governo, corte gastos"? Não, a gente tem que fazer a nossa parte aqui também, o Poder Legislativo tem que fazer sua parte. Não faz sentido uma situação dessas, não. A população brasileira é que paga isso tudo, e isso aqui fica caro.

    E é bom lembrar, população brasileira, que esta semana, até quinta-feira... acredito que quinta-feira... Na semana passada foi assim: na quarta-feira, à noite, ligaram para a gente e falaram: "Cleitinho, a reunião de quinta-feira já foi cancelada". Então, se for, é hoje, amanhã, e eu acredito que lá para quarta-feira, à noite, amanhã, já ligam para a gente ou mandam mensagem falando assim: "A reunião de quinta foi cancelada". Aí, sabe que privilégio que a gente tem, gente? Duas semanas de recesso.

    Eu faço uma pergunta para você que está vendo este pronunciamento meu aqui: trabalhador brasileiro, da escala 6x1, ganhando R$1,5 mil, sem nenhum benefício, trabalhando igual a um condenado, você consegue ter um recesso? Não. E a gente tem esse recesso, agora, maravilhoso. O mundo acabando, essa situação do Brasil com a questão do tarifaço, e a gente vai ter esse recesso em vez de a gente estar debatendo isso aqui.

    Inclusive, pode entrar a qualquer momento como extrapauta – eu vou votar contra e peço a mobilização de todo o povo brasileiro aqui e dos Senadores – o aumento de cargos comissionados para o STF, quase 200 cargos, o que vai dar um impacto de milhões de reais. E nós o tempo inteiro aqui apontando o dedo para o Governo Federal: "Governo Federal, vamos cortar gastos!". Cadê a coerência e a prudência de nós Parlamentares, que apontam o dedo, principalmente da oposição? Aí eu quero falar da oposição, porque eu sou oposição, aí eu pego e aponto o dedo para o Governo: "Governo, corta gastos", aí vem aqui um projeto agora para aumentar gastos para o STF, 200 cargos comissionados?

    Agora eu vou fazer uma pergunta, viu, gente? Deixa Deus descer, porque é só Deus descendo que vai abrir o livro de cada um.

(Soa a campainha.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Depois vocês olham quem vai indicar esses cargos comissionados. Depois, só Deus sabe quem é que vai indicar os cargos comissionados; só Deus sabe quem é que vai indicar os cargos comissionados. É só ver o que tem dentro de Tribunal de Justiça, dentro do STJ, dentro de todo o Poder Judiciário, quem indica esses cargos comissionados. Então é por isso que votam isso aqui para aprovar; quer dizer, é quase legislando em causa própria.

    Mas eu espero, com todo o respeito a cada Senador que está aqui, porque eu tenho respeito por todos, que a gente possa mostrar que realmente a gente quer cortar gastos. E não tem momento melhor para a gente mostrar, para cortar gastos que agora. Fazendo o quê? É, com esse projeto do STF, pegar e barrar esse projeto. A gente tem que parar de se ajoelhar para o STF, a gente tem que parar de ter medo do STF. Eu não tenho medo, eu tenho respeito; medo eu não tenho, porque eu não devo nada para o STF. O STF não me colocou aqui. Quem me colocou aqui foi o povo, quem me banca e paga meu salário rigorosamente em dia é o povo. Eu devo satisfação para o povo, eu não devo satisfação para ministro, com todo o respeito às vossas excelências.

(Soa a campainha.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Mas, se hoje ou amanhã colocarem esse projeto com regime de urgência e tivermos que votar essa patifaria desse projeto, quando a gente fala o tempo inteiro "Vamos cortar gastos", e tiver que aumentar gastos aqui, eu vou votar, com o maior prazer... na minha digital é "não". E eu espero que cada Senador da República aqui também, para dar um recado ao STF, vote "não" a esse projeto. Se a gente tem que cortar gastos, tem que começar por agora.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/07/2025 - Página 30