Pela Liderança durante a 96ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Necessidade de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher, com destaque para a campanha Agosto Lilás, de conscientização sobre essa questão. Defesa de proposições legislativas, de autoria de S.Exa., que tratam do tema.

Autor
Jayme Campos (UNIÃO - União Brasil/MT)
Nome completo: Jayme Veríssimo de Campos
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
Mulheres:
  • Necessidade de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher, com destaque para a campanha Agosto Lilás, de conscientização sobre essa questão. Defesa de proposições legislativas, de autoria de S.Exa., que tratam do tema.
Aparteantes
Margareth Buzetti.
Publicação
Publicação no DSF de 21/08/2025 - Página 86
Assunto
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Matérias referenciadas
Indexação
  • NECESSIDADE, COMBATE, VIOLENCIA DOMESTICA, MULHER, FEMINICIDIO, Campanha Agosto Lilás.
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, ALTERAÇÃO, LEI FEDERAL, LEI MARIA DA PENHA, POSSIBILIDADE, JUIZ, DETERMINAÇÃO, REMOÇÃO, LOTAÇÃO, SERVIDOR PUBLICO CIVIL, MULHER, MEDIDA CAUTELAR, PROCESSO PENAL, PROTEÇÃO, INTEGRIDADE, MANUTENÇÃO, DIREITOS, REMUNERAÇÃO.
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, ALTERAÇÃO, LEI FEDERAL, LEI MARIA DA PENHA, PROIBIÇÃO, NOMEAÇÃO, CARGO PUBLICO, EMPREGO PUBLICO, CONDENADO, CRIME, VIOLENCIA, MULHER.
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI DO SENADO (PLS), CRIAÇÃO, NORMA JURIDICA, LEI FEDERAL, FUNDO NACIONAL, AUXILIO FINANCEIRO, MULHER, AGRESSÃO, QUALIFICAÇÃO, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, VIOLENCIA, PARENTE, SEPARAÇÃO JUDICIAL, DIVORCIO, CONCESSÃO, PRAZO, VALOR MONETARIO, REAJUSTE, SECRETARIA, DEDUÇÃO, IMPOSTO DE RENDA, DOAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO, EXECUTIVO, MERCADO DE TRABALHO, FAMILIA, RECURSOS FINANCEIROS, MULTA, PENA, CONTRIBUIÇÃO, GOVERNO, ENTIDADE INTERNACIONAL.

    O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - MT. Pela Liderança.) – Sr. Presidente, querido amigo Senador Davi Alcolumbre, Sras. e Srs. Senadores, serei rápido.

    O mês de agosto, Sr. Presidente, traz consigo uma campanha de extrema relevância...

(Soa a campainha.)

    O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - MT) – ... para a sociedade brasileira: o Agosto Lilás, dedicado à conscientização, ao enfrentamento da violência contra a mulher e ao fortalecimento da rede de proteção feminina.

    A vida das mulheres depende de ações concretas, de políticas públicas sérias e de uma comunicação que as acolha, as oriente e as proteja. O feminicídio, essa chaga que assola o nosso país, precisa ser enfrentado com pulso firme e determinação pelo poder público.

    Segundo o Mapa da Segurança Pública, em média, quatro mulheres são assassinadas por dia no Brasil. É um dado alarmante e que envergonha a todos nós. Pior ainda, pelo segundo ano consecutivo, o estado de Mato Grosso lidera o ranking nacional de feminicídios. Essa realidade é inadmissível, não podemos naturalizar a violência contra as mulheres.

    Sras. e Srs. Senadores, o Parlamento tem buscado caminhos legislativos em defesa de medidas capazes de endurecer a legislação e para ampliar a proteção às brasileiras. É o caso do Projeto, Sr. Presidente, de Lei nº 808, de 2025, que altera a Lei Maria da Penha para permitir que servidoras públicas vítimas de violência doméstica sejam transferidas de seu local de trabalho de forma imediata, quando isso se mostrar necessário à sua integridade física e psicológica.

    A proposta elimina a burocracia excessiva, garante a manutenção de direitos e impede que mulheres continuem expostas ao agressor em seu ambiente de trabalho.

    Como ressaltou a revista Anfip Nacional, dos servidores da Receita Federal, trata-se de um avanço para que o Estado ofereça proteção efetiva às vítimas, sem que elas percam os seus empregos ou a dignidade diante das situações de risco.

    Quero ressaltar também, Sr. Presidente, que, em março deste ano, encaminhei ao gabinete da Liderança Feminina do Senado Federal ofício com a lista de projetos de minha autoria relacionados à defesa das mulheres. Entre eles, o PL 1.729, de 2019, que veda nomeações a cargos públicos de condenados por violência contra a mulher; e o PL 5.019, de 2013, que cria o Fundo Nacional de Amparo a Mulheres Agredidas (FNAMA), destinado a garantir renda para capacitação para as vítimas de violência.

    De cada quatro mulheres agredidas, uma não denuncia o seu agressor porque depende financeiramente dele. Superar essa barreira é uma das maiores dificuldades, Senadora Soraya, Senadora Margareth, Senadora Jussara. A tortura psicológica, a violência, as ameaças e a falta de oportunidades são fatores que agravam a situação da mulher agredida.

    Este último projeto, que cria o FNAMA, aguarda votação na Câmara dos Deputados há mais de 13 anos, um atraso inexplicável de uma matéria tão urgente.

    Sras. e Srs. Senadores, precisamos avançar com essas propostas, precisamos transformar o compromisso com a vida das mulheres em prioridade inadiável. Conclamo a Bancada Feminina aqui do Senado Federal para que realize um trabalho exitoso nesta Casa, bem como todos os meus pares a priorizar essas matérias da pauta legislativa.

    Tratar mulheres com o devido reconhecimento que merecem é uma agenda urgente, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Que o Agosto Lilás, Sras. Senadoras que aqui eu vejo presentes no Plenário desta Casa...

(Soa a campainha.)

    O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - MT) – ... Senadora Soraya, querida amiga Tereza, querida amiga Magareth, Jussara e outras que porventura estejam presentes aqui, que o Agosto Lilás seja cada vez mais divulgado, fortalecido e valorizado, não como um mês simbólico apenas, mas como um chamado à ação permanente capaz de salvar vidas, de restaurar dignidades e construir uma sociedade mais justa e mais segura para todas as nossas mulheres.

    Um abraço e muito obrigado, Sr. Presidente.

    A Sra. Margareth Buzetti (S/Partido - MT) – Um aparte, por favor, Senador.

    O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - MT) – Com muito prazer, Senadora Margareth, com a devida vênia do Sr. Presidente.

    A Sra. Margareth Buzetti (S/Partido - MT. Para apartear.) – Senador Jayme Campos, fico feliz de ver o senhor fazendo defesa dessa pauta, porque nós só vamos evoluir como sociedade quando nós tivermos os homens também discutindo essa pauta, porque nós temos que começar a falar já na educação, na escola, na família, porque nós falhamos. E aí resta a punição.

    Eu tenho o pacote antifeminicídio que ataca todas as leis, endurece penas em todas as fases que antecedem o feminicídio, mas, Senador, o que me choca quando eu posto alguma coisa é quando vem um homem no meu Instagram, em minha rede social e diz: "A vida do homem vale menos do que a vida da mulher?". Não, ela vale igualmente.

    Portanto, se uma mulher matar um homem porque sentiu ciúmes dele ou porque ele a largou, que é o que acontece com as mulheres, eu acho que deveria ter a mesma pena também. Mas aí é uma questão de os homens lutarem por essa pena...

(Soa a campainha.)

    A Sra. Margareth Buzetti (S/Partido - MT) – ... porque nós temos 1.492 mulheres mortas só em 2024. Só em 2024. Fora os estupros.

    É uma selvageria o que acontece com as mulheres. Eu vi o vídeo de que o Cleitinho falou. É algo assustador ver o que um camarada pode fazer com uma mulher. A gente nunca vai ter a mesma força, Senador.

    Meus parabéns! Fico feliz de ver o senhor defendendo essa pauta.

    Obrigada, Presidente.

    O SR. JAYME CAMPOS (Bloco Parlamentar Democracia/UNIÃO - MT) – Eu é que agradeço o aparte de V. Exa., que enriquece, com certeza, a minha fala nesta tarde-noite aqui no Plenário do Senado Federal.

    Muito obrigado, Senadora Margareth.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/08/2025 - Página 86