Discurso durante a 131ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil, com crítica às resistências quanto a medidas de compensação fiscal. Proposta de aumento de tributos sobre bancos, casas de apostas, bilionários e altos salários dos três Poderes para custear a medida.

Rejeição ao uso de recursos públicos em campanhas eleitorais e apelo por corte de privilégios e despesas excessivas.

Apoio a medidas de desburocratização, como a redução de exigências para obtenção da CNH.

Autor
Cleitinho (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/MG)
Nome completo: Cleiton Gontijo de Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Imposto de Renda (IR):
  • Defesa da isenção do Imposto de Renda para trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil, com crítica às resistências quanto a medidas de compensação fiscal. Proposta de aumento de tributos sobre bancos, casas de apostas, bilionários e altos salários dos três Poderes para custear a medida.
Eleições:
  • Rejeição ao uso de recursos públicos em campanhas eleitorais e apelo por corte de privilégios e despesas excessivas.
Direito de Trânsito:
  • Apoio a medidas de desburocratização, como a redução de exigências para obtenção da CNH.
Publicação
Publicação no DSF de 02/10/2025 - Página 48
Assuntos
Economia e Desenvolvimento > Tributos > Imposto de Renda (IR)
Jurídico > Direito Eleitoral > Eleições
Jurídico > Direito de Trânsito
Matérias referenciadas
Indexação
  • DEFESA, PROJETO DE LEI, CRIAÇÃO, LEI FEDERAL, CRITERIOS, UNIÃO FEDERAL, AUMENTO, FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICIPIOS (FPM), FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL (FPE), COMPENSAÇÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL (DF), MUNICIPIOS, REDUÇÃO, IMPOSTO DE RENDA, PESSOA FISICA, ALTERAÇÃO, TABELA, ALIQUOTA PROGRESSIVA, TRIBUTAÇÃO, ALTA RENDA, INCIDENCIA, RESIDENCIA, PAIS ESTRANGEIRO, HIPOTESE, RECEBIMENTO, DIVIDENDOS, LUCRO, ORIGEM, PESSOA JURIDICA.
  • DEFESA, TRIBUTAÇÃO, CASA DE APOSTA ESPORTIVA, BANCOS, CUSTEIO, ISENÇÃO FISCAL, IMPOSTO DE RENDA, BAIXA RENDA.
  • APOIO, DESBUROCRATIZAÇÃO, EXIGENCIA, CARTEIRA NACIONAL DE HABILITAÇÃO.
  • CRITICA, UTILIZAÇÃO, RECURSOS PUBLICOS, CUSTEIO, CAMPANHA ELEITORAL, ELEIÇÕES, NECESSIDADE, CORTE, PRIVILEGIO, DESPESA.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG. Para discursar.) – Sr. Presidente, uma boa tarde! Uma boa tarde a todos os Senadores e Senadoras, à população que acompanha a gente pela TV Senado, e também a todos os servidores desta Casa aqui.

    Eu venho aqui para poder ajudar sempre a população brasileira. Como eu sempre falei para todo mundo: eu entrei aqui para poder ajudar quem precisa. Eu sei da minha origem, da que vim, trabalhador, e o que eu pude fazer sempre para defender o trabalhador aqui, independentemente do Governo que está no momento ou que fosse outro Governo, sempre a favor, 100% a favor do povo.

    Estou vendo essa questão da isenção de Imposto de Renda para até R$5 mil e esse mi-mi-mi de onde vai vir a compensação. Aí tem isto aqui, gente, que eu queria mostrar para vocês – eu vou ser bem didático aqui, para poder mostrar como é que tem que vir a compensação.

    Tem o BBB. Deixe-me falar para vocês o que é o BBB, onde pode dar uma taxada boa. Nas bets – isso aqui não deveria nem existir, porque não agrega nada para o Brasil –, então, deveria ser a 50%. Então, taxa essa porcaria das bets o quanto antes, taxa mais. É porque é igual eu falei: para mim, não deveria nem existir. A gente ainda aqui... Eu votei contra regulamentar essa porcaria aqui.

    E esta turma aqui, ó: bancos. Ninguém fala dos bancos. Olhem a taxa de juros que eles fazem com o povo. Olha como é que eles fazem o povo de escravo, os bancos. Ninguém tem coragem de tocar nessa ferida, mas eu tenho coragem de tocar nessa ferida aqui. Bancos, tem que taxar mais um pouquinho. Está bilionária essa turma aqui. Não tem problema nenhum pagar um pouco a mais, até porque rouba legalizado, o tempo inteiro, do trabalhador.

    Vai lá no banco, vai achar que eles são bonzinhos com vocês. Eles são iguais ao diabo: atendem bem, conversam bem. O que eles tomam, meu irmão, não adianta depois, não. Depois que vendeu a alma, vai azucrinar vocês o tempo inteiro e vai acabar com a raça de vocês.

    Os outros também, gente, são os bilionários. Os bilionários também podem pagar a conta.

    Inclusive, um bilionário lá de Minas Gerais, que vai ser até candidato a Presidente, fez uma entrevista dizendo, o Governador Romeu Zema, que também é a favor de que se taxem os bilionários.

    Aí, gente, eu tenho aqui o mais importante de todos: os três "p", os três Poderes. Essa turma aqui também dos três Poderes tem que ser taxada o mais rápido possível.

    Eles estão falando agora, lá na Comissão Mista de Orçamento, Girão, que querem aprovar novamente a questão do fundo eleitoral, do fundo partidário, mais uma vez, para políticos, no ano que vem, fazerem a festa da democracia usando o dinheiro de vocês. Não sei quantos por cento, vai dar mais de 300% por cento, vai chegar a R$5 bilhões.

    Por que não taxa essa turma?

    Aí eu faço uma pergunta: se tem dinheiro para político fazer campanha, não tem para poder ajudar o povo brasileiro a isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$5 mil?

    Eu falei para vocês aqui, eu mostrei: R$312. Vocês acham mesmo que um trabalhador vai pegar R$312 no mês e vai guardar, vai enterrar esse dinheiro, vai guardar debaixo da cama, vai guardar debaixo do travesseiro, vai pegar e vai colocar em paraíso fiscal? Trezentos e doze reais? Trabalhador? Quem gosta de colocar dinheiro em paraíso fiscal, vocês sabem quem que é, muito bem. Eu não vou falar aqui para não ser processado.

    Esse dinheiro ele vai gastar. O trabalhador vai gastar mais no supermercado ou vai financiar alguma coisa para ele. Ele vai fomentar o dinheiro, que vai voltar para o Governo do mesmo jeito. É isso que vai acontecer.

    Aí eu fico impressionado de ver, gente: quando é uma coisa que é boa para o povo, ficam no mi-mi-mi danado. É engraçado, Girão.

    Na questão para isentar o trabalhador que ganha até R$5 mil, tem que fazer impacto, mas, para poder aprovar R$5 bilhões – eu vou repetir: R$5 bilhões! – para fazer campanha, não existe impacto nenhum, muito menos moral. Mas, para o trabalhador, tem que ter impacto; para o trabalhador, tem que conversar, tem que dialogar, tem que negociar. Mas, para poder, no ano que vem, um político gastar R$5 bilhões...

    Graças a Deus, em três políticas que eu fiz, gente... Eu falo para vocês que tem jeito de fazer: eu nunca usei R$1 de fundo eleitoral e nunca vou usar.

    Eu faço uma pergunta para você, trabalhador: quando você vai fazer o seu currículo, quem paga o currículo? Você tem que pegar um ônibus para poder ir à entrevista, quem paga esse ônibus? E se você tem que pegar um Uber? E se você tem que pegar um táxi? É você.

    Por que você tem que pagar para mim, para eu pedir a você o voto? Na maioria das vezes, além de o político pedir o voto, você dá dinheiro para ele, você vai lá votar nele ainda, obrigado, e, depois, sabe o que faz a maioria? Com todo o respeito a V. Exas. – a carapuça serve para quem acha que tem que servir –, ainda tem que roubar você.

    Então, você tem que dar dinheiro ainda? Você tem que dar dinheiro para o político fazer campanha? Pelo amor de Deus, gente! E tem que aumentar esse valor ainda?

    Aí é que está: a comparação é simples. Vocês veem que eu não estou errado. Isso aqui não tem lado ideológico, não. É só ser justo.

    Se tem impacto para quem vai poder ter R$300 no bolso a mais, que é a isenção de Imposto de Renda, e vocês não fazem impacto nenhum, nem moral, para perguntar à população brasileira se tem que ter R$5 bilhões para, no ano que vem, gastar com a festa da democracia? É brincadeira uma situação dessa.

    Então, eu quero aqui falar para vocês que está fácil de resolver. Não é só o BBB, não. Tem os três "p", os três Poderes. Os três Poderes têm que estar...

    Inclusive, já falei para vocês aqui sobre o fim dos supersalários. Enquanto não vota isso, Girão, sabe o que deveria fazer com o penduricalho? Taxar o penduricalho também; colocar lá 27% no penduricalho. Essa turma tem que pagar a conta.

    E até acho, aqui, que poderíamos, também, os três Poderes, já que o nosso é 27% – eu não vejo problema nenhum, porque a gente tem alguns benefícios também –, aumentar uns 5%, a gente pagar 32%. Eu não acho ruim, não.

    Vou falar para vocês aqui: eu, Cleitinho, lá no varejão do meu pai, para trabalhar numa escala quase 7x7 – meu pai trabalhava 7x7, de segunda a segunda, nos feriados, o que tinha; eu ainda era de segunda a sábado, ele me dava o domingo para descansar –, eu ganhava R$4 mil, R$4,5 mil. Hoje eu ganho R$40 mil. Se puder taxar mais um pouquinho, eu não acho ruim, não, gente. Eu estou aqui é no paraíso. A verdade, para vocês, é que isso aqui é um paraíso.

    Vai para a realidade. Vai para a iniciativa privada. Vai acordar cedo, trabalhar, pegar o busão, que falam que é transporte público, e não tem nada de público. Vai trabalhar numa escala 6x1 para ganhar R$1,5 mil, e ainda para ser roubado.

    Então, eu ainda defendo aqui, para não ter mi-mi-mi, para não ter problema: vamos cortar da própria carne, se quiser, sem hipocrisia e sem demagogia. Se vier uma proposta aqui de que os três Poderes também têm que ser taxados – de 27%, aumentar mais 5% para cada um aqui, 32%... E esses penduricalhos dessa turma aí, que tem coragem de comprar iPhone, dar iPhone para juiz, para desembargador... Será que um juiz, um desembargador não tem condição, pelo salário que S. Exas. ganham, de poder comprar um iPhone? Tem que vir do povo? O povo trabalhador financia o iPhone. Eles vão lá e compram parcelado em até 12 vezes. Vocês não têm condição de... Vocês não precisam nem parcelar pelo salário que vocês ganham. Vocês têm que ganhar do povo ainda? Ô, gente, vamos parar com isso aqui.

    Eu não sou... Eu não tenho mestrado e nem doutorado, mas o que estou falando aqui é uma pura verdade. Estou sendo aqui é justo. Pelo amor de Deus! Eu vou defender até o fim. Não quero saber de que governo que veio não – se é do Governo Lula, não. Pode ser o governo que for. Inclusive, há alguns que ficam aí me criticando na hora em que eu falo, dizendo: "Você está defendendo o Governo". Ô, gente, eu estou defendendo é o povo. Inclusive, na campanha do Bolsonaro, o próprio Bolsonaro, também, defendia que, se fosse reeleito, ia isentar quem ganha R$5 mil. Então, uma coisa que eu tento ser aqui, gente, é menos hipócrita e menos demagogo, sabendo que às vezes eu vou ser.

    Então, venho aqui sendo menos, porque essa proposta aí todos os candidatos a Presidente disseram que, se fossem eleitos, iria passar, porque beneficia o povo. E vamos falar a verdade aqui. O que mais a direita luta todos os dias aqui, gente? Não é para reduzir imposto? O que a gente está fazendo aqui? Reduzindo imposto. "Ah, mas veio do Lula!" E daí? A minha função aqui é trabalhar para toda a população brasileira, que paga meu salário rigorosamente em dia.

    E eu tenho a obrigação de defender todos.

    Eu queria aqui...

    Você quer um aparte, Girão? Está tranquilo? (Pausa.)

    Você está contra o fundo eleitoral, não é, Girão?

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Fora do microfone.) – Contra total. Sempre votei contra.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Está contra, né? Pode contar com você, para a gente derrubar isso amanhã, né? Então é isso aí, pessoal.

    Queria só finalizar aqui, também, falando que eu vi uma proposta agora que pode vir, até o Governo está autorizando o Ministro de Infraestrutura, o Renan Filho – é um Ministro que eu respeito muito, já tive várias reuniões com ele aqui para poder ajudar Minas Gerais –, que é a questão, também, da CNH, para poder reduzir essa questão da CNH. Tem uma proposta dessa do Kim Kataguiri, que é Deputado Federal. E eu acho que, assim, em tudo que for a favor do povo contem comigo. Então, que isso possa vir o mais rápido possível. Se for medida provisória ou projeto de lei, o que vier, independentemente de qual Governo que seja, eu vou apoiar. Em tudo que for para ajudar a população brasileira, para desburocratizar, e o povo brasileiro ter que pagar menos, contem comigo, podem ter certeza de que eu vou apoiar e vou defender.

    Quem vai ganhar com isso é, novamente, quem é de esquerda, quem é de direita, quem não é nada, quem é eleitor do Lula, quem é eleitor do Bolsonaro, quem vai ganhar com isso é a população brasileira.

    Então, tragam rápido, porque tudo que for a favor do povo aqui eu faço questão de apoiar e defender. Contem sempre comigo.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/10/2025 - Página 48