A SRA. DAMARES ALVES (REPUBLICANOS - DF. Para discursar. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Senadora Leila, por ainda me permitir falar. Todos viram que eu estava aqui no início e tive que sair correndo. Eu fui abrir a reunião da Comissão da qual sou Presidente.

    Havia um item muito importante na pauta da Comissão, o seu projeto de lei, Senadora Leila. Eu tive que abrir a Comissão e encontrar alguém para presidi-la no meu lugar, para eu ler o voto. Conseguimos aprovar o seu projeto — era o item 13 da pauta —, no qual V.Exa. trouxe uma inovação para tipificar como crime a indução, instigação ou auxílio a desafios que representam risco à saúde ou à segurança das crianças, esses desafios malucos que há na Internet. Conseguimos aprová-lo por unanimidade. Parabéns! (Palmas.)

    A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT - DF) - Muito obrigada.

    A SRA. DAMARES ALVES (REPUBLICANOS - DF) - Gente, ela é a autora do projeto, e eu sou a Relatora. Às vezes, as pessoas se perguntam como duas Senadoras de espectros políticos diferentes podem trabalhar juntas. Gente, quando tratamos do nosso DF, quando a questão envolve crianças, quando envolve vidas, a gente se une. E eu tenho um amor tão grande por essa Senadora! Eu não me canso de expressar isso. Eu era fã, agora sou colega.

    A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT - DF) - A gente dá um exemplo de grande civilidade.

    A SRA. DAMARES ALVES (REPUBLICANOS - DF) - Sim.

    A SRA. PRESIDENTE (Leila Barros. PDT - DF) - Na verdade, eu tenho muito orgulho de dizer isso. Quando as pessoas me perguntam sobre a Senadora Damares, eu digo que a minha relação com a Senadora Damares é de uma parceria que eu não tinha tido até a chegada dela à Casa, por incrível que pareça. A Senadora Damares é Presidente da Comissão de Direitos Humanos. Então, toda vez que nós precisamos agir, seja para tratar do caso do Banco Master, seja para tratar do reajuste das forças de segurança, seja para tratar de algo relacionado ao SUS, tudo em que necessariamente eu precise do apoio da bancada do DF — e tenho certeza de que ela também vê isso em mim —, primeiramente, conversamos entre nós, para depois tomarmos as decisões.

    Então, independentemente dos campos ideológicos, nós somos o maior exemplo dentro desta Casa de civilidade, e esse é um exemplo que levamos para fora, porque isso está faltando muito no nosso País.

    A SRA. DAMARES ALVES (REPUBLICANOS - DF) - O DF tem uma grande Senadora. (Palmas.)

    Senadora Leila, eu quero cumprimentá-la também por esta sessão. Que alegria! Eu não poderia faltar a ela jamais.

    Gente, só quem veio do interior do Nordeste, de família muito humilde, como eu, sabe como era o Brasil antes do SUS e como é o Brasil depois do SUS. Como não se emocionar ao estar num sessão para homenagear o SUS?

    Eu fui usuária do SUS por muitos anos, mas, quando ainda não tínhamos o SUS, naquele Sertão do Nordeste, vocês não têm ideia como era. Há muita gente jovem aqui que não tem ideia do que era o Brasil sem o SUS, comparado ao que é o Brasil com o SUS hoje.

    Recentemente, eu assisti a uma palestra da querida Santusa, do Instituto DNA Brasil, e ela começou a palestra mostrando a foto de uma missa que aconteceu no dia que o SUS chegou a uma cidade, 35 anos atrás. A cidade parou! Quem vê uma foto como aquela consegue entender a emoção dos mais vulneráveis, aguardando a chegada do primeiro médico do SUS à cidade.

    Quando fui Ministra, fui a todos os fóruns internacionais. Vocês não têm ideia do orgulho que é encher o peito e falar para o mundo o que é o nosso SUS.

    Esta sessão é mais do que merecida. Ela é justa, é oportuna. Parabéns a todos os atores que estão envolvidos com o SUS! Parabéns!

    Nesta sessão também homenageamos o HUB. E eu não poderia deixar de subir a esta tribuna para esta homenagem ao HUB, Diretora.

    Eu queria muito que o Ministro Alexandre ainda estivesse aqui para eu dizer: "Ministro Alexandre, dê mais dinheiro para o HUB. Segure a mão da nossa diretora!"

    Eu sou uma entusiasta e uma apaixonada por esse hospital. Que os diretores dos outros hospitais não me escutem, mas o HUB é o hospital do meu coração no DF. Eu tenho uma história com esse hospital. Acho que todos nós do DF temos uma história com ele. Porém, a minha história é muito peculiar.

    Eu trabalho com crianças indígenas, e era para esse hospital que eu corria para salvar a vida de minhas crianças. Quantas noites e dias eu passei ali? Eu tenho histórias incríveis de fatos acontecidos até na portaria. Eu olhava para o porteiro com uma criança indígena gritando em febre, em dor, e a gente conseguia... Eu não furava a fila não, gente. É que os porteiros sentiam a angústia de estar com uma criança doente, de uma cultura diferente, cuja família não fala a nossa língua. Há sensibilidade e empatia nesse hospital, que é referência na saúde indígena.

    Naquele momento, eu estava levantando uma discussão no Brasil sobre direito à vida e manifestação cultural com crianças destinadas à morte. Vocês se lembram dessa fase? A antropologia dizia uma coisa, a política indígena dizia outra, e o HUB sempre disse: "Primeiro, a vida". Foi nesse hospital que eu encontrei respostas, inclusive, para uma grande causa. Sou apaixonada pelo HUB.

    Eu sou da base de apoio do Governo local, mas tenho que dizer que a saúde está precisando ser curada no DF. Quando a gente está em desespero, a gente senta com a Diretora do HUB e vê uma mulher sonhando, com projetos arrojados para o nosso HUB.

    Quando vocês vierem conhecer Brasília, deem uma passadinha lá no HUB. Entrem lá para conhecer a relação daquele hospital com a sociedade civil. Ele fornece seu espaço para que instituições ali se encontrem, para que as diversas culturas interajam. Há dias em que a gente chega ao HUB, e naquele hospital se falam vinte línguas diferentes, trinta línguas diferentes. O Brasil tem 274 línguas indígenas. Para lá vão pacientes de diversas culturas. Quantas línguas se falam dentro daquele hospital no mesmo dia?

    Parabéns a esse hospital que é orgulho de Brasília, orgulho do DF! Parabéns a todos vocês que fazem desse hospital uma referência, que fazem desse hospital o que ele é!

    Já que o senhor ainda está aqui, doutor, diga ao Ministro Padilha que eu estou pedindo mais dinheiro para o HUB.

    Que Deus abençoe vocês! Continuem nessa missão!

    Esta sessão é merecida e oportuna, pois esse hospital enche todos nós do Distrito Federal de orgulho.

    Que Deus abençoe vocês todos os dias!

    Parabéns, Senadora Leila! (Palmas.)