Discurso durante a 161ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa do Projeto de Lei no.3830/2024, de autoria de S. Exa., que visa criar o Cadastro Brasileiro de Organizações Terroristas - CadTerror.

Exaltação ao ex-Presidente Jair Bolsonaro pelo apoio no início da vida política de S. Exa. Apoio à candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado Federal pelo Estado de Santa Catarina.

Autor
Jorge Seif (PL - Partido Liberal/SC)
Nome completo: Jorge Seif Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Agentes Políticos, Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }, Crime Contra a Administração Pública, Improbidade Administrativa e Crime de Responsabilidade, Poder Judiciário, Poder Legislativo, Remédios Constitucionais, Segurança Pública, Sistema Financeiro Nacional, Terrorismo:
  • Defesa do Projeto de Lei no.3830/2024, de autoria de S. Exa., que visa criar o Cadastro Brasileiro de Organizações Terroristas - CadTerror.
Atividade Política, Eleições e Partidos Políticos:
  • Exaltação ao ex-Presidente Jair Bolsonaro pelo apoio no início da vida política de S. Exa. Apoio à candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado Federal pelo Estado de Santa Catarina.
Publicação
Publicação no DSF de 05/11/2025 - Página 48
Assuntos
Administração Pública > Agentes Públicos > Agentes Políticos
Economia e Desenvolvimento > Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }
Outros > Crime Contra a Administração Pública, Improbidade Administrativa e Crime de Responsabilidade
Organização do Estado > Poder Judiciário
Organização do Estado > Poder Legislativo
Jurídico > Direitos e Garantias > Remédios Constitucionais
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas > Segurança Pública
Economia e Desenvolvimento > Sistema Financeiro Nacional
Outros > Terrorismo
Outros > Atividade Política
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Matérias referenciadas
Indexação
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, ALTERAÇÃO, LEI FEDERAL, DEFINIÇÃO, TERRORISMO, CRITERIOS, LOCAL, CRIME, TIPICIDADE, CRIME DOLOSO, RESPONSABILIDADE CIVIL, PESSOA JURIDICA, FINANCIAMENTO, CRIAÇÃO, CADASTRO, ORGANIZAÇÃO, GRUPO TERRORISTA, LAVAGEM DE DINHEIRO, SOLICITAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, MEDIDA CAUTELAR, BENS, DIREITOS, VALORES, ORIGEM, INCLUSÃO, PREVENÇÃO, COMBATE, ATIVIDADE, INTELIGENCIA, COMUNICAÇÕES, OPERAÇÃO FINANCEIRA, ORGÃO, CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS (COAF).
  • CRITICA, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO LIBERAL (PL), ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), RECUSA, APOIO, CANDIDATURA, CARLOS BOLSONARO, SENADO.

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC. Para discursar.) – Obrigado, Sr. Presidente.

    Senhoras e senhores, servidores da Casa, pessoal da TV Senado, espectadores da TV Senado, do YouTube do Senado, obrigado pela audiência.

    Sr. Presidente, hoje eu tenho dois assuntos e eu não quero nem me estender muito.

    Na verdade, eu quero falar primeiramente da violência no Brasil e que nós, no ano passado, em 2024, apresentamos o Projeto 3.830, que é um projeto que visa caracterizar organizações criminosas como grupo terrorista.

    Essa lei que nós propusemos, e eu já peço apoio das Sras. e dos Srs. Senadores, foi antes dessa crise que se instalou no Rio de Janeiro. Segundo o levantamento das pessoas que morreram, que perderam a vida naquele confronto entre polícia e marginais, a maioria dos marginais era de fora do Estado do Rio de Janeiro.

    Devido a uma resolução do Supremo Tribunal Federal, lá atrás, no tempo da covid, que perdurava até hoje, as comunidades do Rio de Janeiro viraram refúgio para traficantes de todo o Brasil, porque eles tinham certeza de que não haveria batidas policiais, que não haveria policiais subindo ali nas comunidades.

    Só que isso tem um outro problema, além de importar criminosos, que é quanto ao direito de ir e vir das pessoas, pagando pedágio para sair das suas ruas, com barricadas fechando, tendo que comprar gás dessas organizações criminosas, tendo que pagar luz, pagar "gatonet", que é a TV a cabo, tudo através dessas organizações criminosas, organizações essas que hoje expandiram o seu negócio para além do narcotráfico e hoje têm usinas de combustível, hoje têm postos de gasolina, hoje têm fintechs, hoje trabalham com o mercado financeiro, ou seja, esquemas sofisticados.

    Então, eu queria pedir aqui apoio das senhoras e dos senhores a este nosso Projeto de Lei 3.830, a exemplo, vejam bem, pessoal, dos Estados Unidos da América, que equipararam organizações criminosas a terroristas. A nossa vizinha Argentina, los hermanos argentinos transformaram organizações criminosas também em organizações terroristas. O Paraguai, um país muito menor comparativamente ao Brasil em PIB, em território, em população, equiparou organizações criminosas com terrorista.

    O que o terrorista faz que a organização criminosa não faz? Eles matam pessoas? Matam. Eles constrangem as pessoas? Constrangem. Eles ameaçam as pessoas? Ameaçam. Eles tiram a vida das pessoas? Tiram. Eles invadem. Eles impedem as pessoas de ir e vir? Impedem. Eles estupram a pessoa, matam a pessoa, sequestram a pessoa? Fazem exatamente a mesma coisa.

    E o que me espanta é que o Governo Lula, que foi comemorado nas cadeias quando se elegeu – foi comemorado nas cadeias, tem filmagens na internet –, tem essa resistência.

    O Ministro da Justiça tem resistência de equiparar PCC, CV, Terceiro Comando Puro e não sei mais o quê a organizações criminosas.

    Parem de colocar a mão e proteger marginais deste país! Vejam países que estão preocupados com a escalada do crime organizado!

    O PCC, hoje, é uma das maiores organizações criminosas do mundo, um produto genuinamente brasileiro, para a nossa desgraça, para a nossa vergonha. E sabem por que o PCC cresceu tanto? Por falha no combate ao crime organizado dos nossos governos, de todos eles.

    Então, eu peço a ajuda de vocês para nós equipararmos, Senador Izalci, que está presidindo a nossa sessão, organizações criminosas a organizações terroristas, para o bem do futuro e da segurança do Brasil.

    O segundo tema aqui, Sr. Presidente: eu queria falar aqui não de política, mas queria falar de gratidão, de lealdade e de memória.

    Lá atrás, Senador Izalci, em Santa Catarina e em todo o Brasil, ilustres desconhecidos começaram a procurar a família Bolsonaro para tirar foto, para fazer vídeo e para pedir para ser candidato pelo então PSL. Muitos naquela época se elegeram, inclusive Governadores de estado – foi o caso de Santa Catarina, Carlos Moisés era um ilustre desconhecido, virou Governador de estado do dia para a noite –, Deputados Federais, Estaduais, Vereadores, Prefeitos.

    Lá atrás, o PSL chegou a ser o maior fundo partidário do Brasil – e não é por causa do partido, mas por causa de uma pessoa que não é uma pessoa, é uma ideia. É uma pessoa que elucidou para o Brasil o que é direita e esquerda, um homem que foi corajoso, que é perseguido hoje pelo Judiciário; um homem que sangrou por nós, tomou uma facada pelo Brasil; um homem, hoje, que é preso na sua casa por um golpe irreal, surreal, inventado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo PGR para perseguir Jair Bolsonaro, porque a força de Bolsonaro é muito grande.

    E aonde eu quero chegar?

    Eu era um ilustre desconhecido, Izalci. Era peixeiro em Itajaí, barco de pesca era a minha realidade. Posto náutico, fábrica de gelo, manutenção de barco, construção de barco, desde garoto eu fazia isso. Conheci Bolsonaro e ele me fez Ministro, fiz um grande trabalho. Entre muitas coisas, combatemos o seguro-defeso, que economizou mais de R$1 bilhão das contas dos brasileiros, pela roubalheira.

    Aquele cara que estava lá ontem, o Abraão Lincoln, que saiu preso – e parabéns ao Presidente Carlos Viana –, aquele cara me cercava lá na Secretaria quando eu era Ministro: "Pô, libera meus seguros-defesos aí", e eu só cancelava, só cancelava seguro-defeso. Ele foi preso na Dilma e ele foi preso agora, de novo, porque no Governo Lula ele faz a festa.

    Eu deixei com 700 mil pescadores quando saí do ministério para concorrer ao Senado Federal. Já tem 2 milhões de pescadores, 1,3 milhão pescadores cadastrados pelo Governo Lula, e querem dizer que não tem o DNA dele no roubo do INSS.

    Mas, voltando à pauta: Jorge Seif, Senador da República, graças a Jair Bolsonaro; Tarcísio de Freitas, Governador de estado, graças a Jair Bolsonaro; Julia Zanatta, Deputada Federal, graças a Jair Bolsonaro; Zé Trovão, Deputado Federal, graças a Jair Bolsonaro; Daniel Freitas, mesma coisa; Carol de Toni, mesma coisa; Governador Jorginho Mello; e tantos outros. Todo mundo queria abraçar o velho Bolsonaro, queria o prestígio do velho Bolsonaro, queria a transferência de votos do velho Bolsonaro, e eu nunca vi... E quero fazer aqui um exercício com vocês: vocês já viram um soldado – um soldado – chegar para o general e falar assim, ó: "Eu não vou cumprir essa missão, me dê outra missão, essa missão eu não quero cumprir"? Ou ele tem que desertar, ou vai ser preso, ou vai acontecer alguma coisa com ele.

    Jair Bolsonaro, entendendo que Santa Catarina é o maior estado conservador da República, fez um pedido para mim, fez um pedido para Jorginho Mello, fez um pedido aos catarinenses: "Acolham o meu filho, Carlos Bolsonaro. Vocês são o estado que mais me apoiou em 2018 e 2022, acolham o meu filho! Eu não posso fazer campanha para ele". Santa Catarina elegeu... A maioria de sua bancada é do PL, o Senador é do PL, o Governador é do PL. "Abrace meu filho, Santa Catarina". Foi o pedido do Presidente, que é meu líder ainda.

    Aí agora vem uma Deputada Estadual, que não era nada até ontem, era professora, se achando que é a líder da direita de Santa Catarina...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – ... falando mal, contra o filho do Presidente Bolsonaro.

    "Mas, Seif, Carlos não nasceu em Santa Catarina." Ah, e Tarcísio nasceu em São Paulo? E Bolsonaro nasceu no Rio? E Marina Silva nasceu em São Paulo? E Jorge Seif nasceu em Santa Catarina? E Jorge Bornhausen nasceu em Santa Catarina? E quantos outros? E Lindbergh Farias nasceu no Rio de Janeiro? E quantos políticos? Não existe carioca ou catarino ou paulista; existe brasileiro.

    Aqui a vaga é para o Senado. Vocês têm dúvida da conduta do filho do Presidente Bolsonaro aqui dentro desta Casa? Como é que nós vamos desobedecer, desrespeitar, desonrar e ser ingratos com Jair Bolsonaro, dizendo que nós não vamos apoiar? O Presidente nunca me pediu nada, ele só me pediu para apoiar o filho dele; e ele não pediu para mim, ele pediu para o povo catarinense: "Catarinenses, abracem meu filho. Catarinenses, conduzam o meu filho ao Senado".

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – "Ano que vem é importante. Nós precisamos tomar algumas iniciativas no Brasil. O Supremo está fora de controle. Eu confio no meu filho. Eu não posso fazer campanha para ele. Eu tenho certeza de que Santa Catarina não vai virar as costas para Carlos Bolsonaro."

    A imprensa catarinense está fazendo uma campanha para destruir Carlos Bolsonaro, mas não é Carlos Bolsonaro, é Jair Bolsonaro. E o que me espanta é que pessoas que até hoje iam tirar fotinho no PL com Bolsonaro agora viram as costas para ele e se rebelam contra ele. Saiam do Partido Liberal! Fundem o seu partido! Uma cambada de ingratos! Uma cambada de oportunistas! Uma gente que esquece quem é Jair Bolsonaro. Jair Bolsonaro é mito por tudo que ele representa. Até poucos anos atrás, todo mundo achava que PSDB era a direita no Brasil. O brasileiro de bem de direita deve muito a Jair Bolsonaro.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Eu não tomei facada pelo Brasil, não; Bolsonaro tomou. Santa Catarina foi o pedido do Presidente Bolsonaro. Como é que gente, hoje, do Partido Liberal, que foi eleito graças ao prestígio de Jair Bolsonaro, vem se rebelar contra um pedido, um desejo do meu Presidente? Funde o seu partido!

    Olavo de Carvalho, que é o mentor de muitas dessas pessoas, falou que Carlos Bolsonaro é um herói nacional. Vocês não são olavistas? Por que estão se esquecendo dessa menção do Prof. Olavo a Carlos Bolsonaro? Por que estão se rebelando contra o nosso líder? Ou Bolsonaro não é mais o líder de vocês? Quem é o líder de vocês agora? Não sejam ingratos! Elegeram-se graças a Bolsonaro, como eu me elegi graças a Bolsonaro, porque ele me abençoou, ele me abraçou...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – ... ele falou: "Catarinenses, esse aqui é meu garoto de confiança para o Senado". E agora vocês estão se rebelando contra ele, no momento em que ele está mais fragilizado, mais perseguido, com a sua voz calada, sem falar com os filhos, numa prisão domiciliar, com Polícia Federal dentro da casa dele. Vocês fazem a traição no pior momento. Vocês são ingratos!

    Vocês são ingratos. Eu não vou pagar honra, não vou pagar confiança com ingratidão. Meu candidato é Carlos Bolsonaro. É pedido do meu Presidente, eu tenho líder: meu líder é Jair Bolsonaro. Ponto final. E Carol de Toni? Apoio ela também, grande mulher. E Esperidião Amin, patrimônio desta Casa? Apoio também. Que venham os três e que o catarinense escolha.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Não precisamos preterir um ao outro.

    Agora, um parlamentar da direita, do partido de Jair Bolsonaro, falar contra o filho do nosso líder? Cambada de traidor, de oportunista, de covarde. Eu não me presto a esse papel. Não foi pedido de Carlos Bolsonaro, foi pedido de Jair Bolsonaro, foi missão do general, do líder, do Presidente do PL, Jair Bolsonaro. Eu vou desrespeitar, vou desonrar, vou desobedecer, vou ser ingrato? Meu candidato é Carlos Bolsonaro, minha candidata é Carol de Toni e meu candidato é Esperidião Amin.

    Mas como três candidatos se só tem duas vagas? São três excelentes nomes.

    O SR. PRESIDENTE (Izalci Lucas. Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - DF) – Para encerrar, Senador.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE SEIF (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - SC) – Então, Sr. Presidente: gratidão, lealdade e memória, não se pode perder isso na vida pública. Não esqueçam quem foi Bolsonaro para vocês, ou apaguem as fotos de vocês nas redes sociais com Bolsonaro pedindo voto e fazendo o número de vocês, cambada de ingrato, traidor.

    O povo não perdoa ingratidão e traição. Não sejam ingratos, ou saiam do Partido Liberal, que é o partido do meu Presidente. O PL não era nada sem Jair Bolsonaro, assim como o PSL não era nada sem Jair Bolsonaro. Aí, agora que o cara está preso, não pode pedir voto para o filho dele, dá uma missão para nós, pede para Santa Catarina abraçar o filho dele... Aí começa a vir quem pensa que é líder, vêm aí uns líderes fakes que esquecem quem eram e quem foram depois do apoio de Jair Bolsonaro.

    Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/11/2025 - Página 48