Discurso durante a 166ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Em fase de revisão e indexação
Autor
Esperidião Amin (PP - Progressistas/SC)
Nome completo: Esperidião Amin Helou Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC. Para discursar.) – Prezado amigo Senador Confúcio Moura, quero saudar as Sras. Senadoras, os Srs. Senadores, e especialmente o Senador Eduardo Girão, e é a ele que eu dirijo as minhas primeiras palavras. Como grande desportista que é, cartola inclusive, no bom sentido da palavra, cartola bem-sucedido, vitorioso, já foi lá nos visitar para secar o meu time, e, o que é pior, foi bem-sucedido...

    Hoje eu quero celebrar um acontecimento em que eu gostaria muito de estar presente. O querido amigo, um jornalista desportivo que faz do esporte uma crônica verdadeira, correta e deliciosa, o jornalista Roberto Alves, do alto dos seus 84 anos de idade, absolutamente lúcido, só não vou dizer que é bonitão porque seria um exagero, grande galã e 68 anos de crônica esportiva, 68 anos ininterruptos, e já teve parceiros os mais talentosos também, e vou citar um deles, além dos atuais parceiros dele de todos os dias, não posso deixar de mencionar o seu grande parceiro inesquecível Miguel Livramento, um homem de grande talento também, mas hoje é o Roberto Alves, hoje é dia do Roberto Alves. Que bom que é o dia 11/11. Ele vai lançar um livro intitulado Arrombassi!

    O que quer dizer isso? Poderá perguntar alguém que não conhece o nosso dialeto, dialeto catarinense e da Ilha de Santa Catarina em especial. "Arrombassi!" é uma expressão de admiração que teria nascido quando uma moça muito bonita, muito bem-educada pediu a um garçom da lanchonete Cristal Lanche: "Traga-me algo cítrico". E ele respondeu: "Arrombassi, Laila!". Laila era o nome dela. "Arrombassi" quer dizer: você deu um banho com essa expressão.

    A outra vez que eu lembro eu mesmo mandei fazer umas camisetas "Arrombassi, Guga!", quando o nosso Guga Kuerten – fui amigo do pai dele, sou amigo da mãe dele, da família –, quando o Guga ganhou o primeiro Roland-Garros. O primeiro Roland-Garros foi uma história para o Brasil. Como é que eu vou dizer isso? Arrombassi, Guga! Ou seja, você extrapolou em vitória, em sucesso e em alegria para todos nós.

    Hoje, então, Roberto Alves lança... Eu não posso estar presente, mas fiz um apelo à Angela para lá estar, pelo menos para que o João Antônio também fosse prestigiar. Somos todos amigos, admiradores.

    Eu só lamento não poder estar e, através desse modesto registro, quero expressar toda a minha alegria e o meu orgulho, como seu amigo, por esta contribuição extraordinária ao bom humor, ao esporte e ao espírito de Florianópolis e de Santa Catarina. Roberto Alves, vale para você também: "Arrombassi"!

    E aproveito o ensejo para solicitar à Mesa, pedindo atenção especial à Secretaria da Mesa, que promova uma reparação por erro material no texto da PEC 22, de que eu sou Relator.

    Nós aceitamos a emenda do Senador Rogério Carvalho, portanto, pacificamos o texto, só que houve um erro material na proposta: em vez de ser o §6º, trata-se do §7º, no caso, do mesmo artigo do Ato das Disposições Transitórias que nós estamos alterando nessa proposta, que vai dar compatibilidade entre o nosso desejo, segurança, um pouco de conforto para esses heróis caminhoneiros do Brasil, e a realidade que nós temos – a falta de pontos de parada e descanso para motoristas, e a necessidade de darmos uma certa flexibilidade, não ao total de horas de descanso, mas aos tempos parciais desta pausa para descanso, que é fundamental até para a segurança pública, além da saúde do motorista, seja ele de carga, seja ele de transporte e passageiros. Vale para os caminhoneiros avulsos, como se diz, ou para o trabalhador empregado.

    E, finalmente, quero fazer aqui minhas, em parte, as palavras do Senador Eduardo Girão. Eu tomei conhecimento – através de uma informação do Senador Jorge Seif de que eu ainda estou recolhendo detalhes – que o Sr. Eduardo Tagliaferro tem audiência na Justiça italiana a cumprir em face do pedido de extradição, como se criminoso fosse, pela condição de denunciante de algumas das barbaridades que fundamentam o requerimento da "vaza toga", que tem 29 assinaturas.

    Portanto, a CPI já tem mais do que o número mínimo necessário. E, estranhamente, Presidente, o nosso Presidente Davi Alcolumbre – apesar de várias solicitações que eu agora sou obrigado a multiplicar e quero pedir que todos que desejam a apuração da verdade peçam –, até onde eu sabia, não tinha nem numerado o pedido de CPI, e, portanto, ela não deve ter sido submetida ainda ao crivo da nossa Consultoria Jurídica, ou da Advocacia do Senado.

    Então, eu quero dizer o seguinte, os que querem abafar esse escândalo, a denúncia é de um escândalo, o que nós queremos é esclarecer, se alguém não quer esclarecer é porque quer abafar, não tem meio termo. Ou eu não tenho medo da verdade, ou eu quero evitar a verdade.

    Pedido de extradição, como se bandido fora, sem condenação, porque vazou coisas inconvenientes para os que investigaram o 8 de janeiro?

    Uma das denúncias, Senador Confúcio, uma das denúncias é fantástica! O senhor lembra dessa expressão? "Use da sua criatividade". Isso foi dito pelo ministro ao seu juiz auxiliar: "Eu não estou encontrando nada que incrimine a pessoa". "Use da sua criatividade". Isso é uma frase compatível à inquisição. "Olha, eu não achei o pecado na pessoa". Pôncio Pilatos, lembra? Pôncio Pilatos lavou as mãos, aqui não, levaram adiante mesmo sem o fato, bastou a narrativa.

    Então, apurar, eu repito, não as decisões judiciais, mas apurar os procedimentos para chegar à apuração da verdade. E, eu repito, agora dizendo o que é, não se tratava de saber se fulano de tal, que está detido desde o dia 8 de janeiro, por exemplo, dois meses depois, vai continuar preso, mas por quê?

(Soa a campainha.)

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC) – Qual é o motivo? Não tem motivo? Usa a criatividade?

    Mas usou-se a criatividade. Foi um programa para investigar o que nos últimos seis, sete anos aquele detido falou, escreveu no seu WhatsApp, no seu aplicativo de mensagem. Se ele falou mal de um lado, ou seja, se ele falou mal da direita, ele é positivado, vai ficar; e se ele falou mal da esquerda, é negativado, pode soltar. Essa é uma das denúncias, com documentação.

    Ora, se isso aconteceu ou não aconteceu, nós só queremos apurar a verdade, nós não vamos inventar. Os fatos estão apresentados, o Sr. Tagliaferro já deu proteção a eles lá fora.

(Soa a campainha.)

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC) – Eu não conheço o Sr. Tagliaferro, mas ele fez denúncias que tem pé e cabeça, tem cabeça, tronco e membros, ou seja, tem organicidade, tem que ser investigado. E o Senado diz que quer investigar através dos 29 signatários.

    Então, eu gostaria, de antes dessa audiência que está prevista para o dia 17 de dezembro, que nós tivéssemos uma deliberação: "Olha, a CPI vai ser instalada ou não pode ser instalada por essa razão, falta algum fato concreto".

    O que nós não vamos aceitar é ir levando de barriga para passar o ano e daqui a pouco o sujeito é extraditado, vem para cá e aí, sim, num esforço pessoal para silenciá-lo, num típico gesto de inquisição, traz o sujeito aqui que eu vou convencê-lo de que ele estava errado.

(Soa a campainha.)

    O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco Parlamentar Aliança/PP - SC) – Então, faço aqui um apelo, Presidente Confúcio, vou fazer de novo ao Senador Davi Alcolumbre e peço que todos aqueles que querem a verdade não esperem até o dia 17 de dezembro, que é a data dessa audiência na Itália. Ele pode até ser extraditado, mas nós temos que saber que nós estamos deixando que isso aconteça sem decidirmos sobre algo que já requeremos, que é a instalação da CPI da "vaza toga".

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/11/2025 - Página 40