Discurso durante a 36ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apoio à leitura do requerimento e instauração da CPMI que busca investigar os atos do dia 8 de janeiro de 2023.

Defesa do Projeto de Lei nº. 2049/2023, de autoria de S. Exª., que altera a legislação penal para prever esbulho possessório com fins políticos e enquadrá-lo no rol dos crimes hediondos.

Defesa de projeto de lei a ser apresentado por S. Exª. que prevê a taxação dos partidos políticos.

Autor
Cleitinho (REPUBLICANOS - REPUBLICANOS/MG)
Nome completo: Cleiton Gontijo de Azevedo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas:
  • Apoio à leitura do requerimento e instauração da CPMI que busca investigar os atos do dia 8 de janeiro de 2023.
Direito Penal e Penitenciário:
  • Defesa do Projeto de Lei nº. 2049/2023, de autoria de S. Exª., que altera a legislação penal para prever esbulho possessório com fins políticos e enquadrá-lo no rol dos crimes hediondos.
Fundos Públicos, Partidos Políticos:
  • Defesa de projeto de lei a ser apresentado por S. Exª. que prevê a taxação dos partidos políticos.
Aparteantes
Eduardo Girão, Magno Malta.
Publicação
Publicação no DSF de 26/04/2023 - Página 22
Assuntos
Soberania, Defesa Nacional e Ordem Pública > Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
Jurídico > Direito Penal e Penitenciário
Economia e Desenvolvimento > Finanças Públicas > Fundos Públicos
Jurídico > Direito Eleitoral > Partidos Políticos
Matérias referenciadas
Indexação
  • DEFESA, INSTAURAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, CONGRESSO NACIONAL, DEMOCRACIA, ESTADO DEMOCRATICO.
  • DISCURSO, PROJETO DE LEI, ALTERAÇÃO, LEI FEDERAL, CODIGO PENAL, TIPICIDADE, ESBULHO, POSSE, MOTIVO, MANIFESTAÇÃO, NATUREZA POLITICA, QUALIFICAÇÃO, CRIME HEDIONDO.
  • DISCURSO, PROJETO DE LEI, ALTERAÇÃO, LEI FEDERAL, LEI ORGANICA DOS PARTIDOS POLITICOS, PROIBIÇÃO, PARTIDO POLITICO, RECEBIMENTO, RECURSOS FINANCEIROS, FUNDO PARTIDARIO, Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), HIPOTESE, INSCRIÇÃO, DIVIDA ATIVA, UNIÃO FEDERAL.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/REPUBLICANOS - MG. Para discursar.) – Está ligado? Sr. Presidente, boa tarde a todos Senadores e Senadoras presentes, ao público presente aqui, aos servidores da Casa, à TV Senado – quem acompanha a gente pela TV Senado –, a toda a população brasileira.

    Eu queria começar a minha fala sobre o que pode acontecer amanhã, aqui no Senado, para gente poder instaurar, ser lido o requerimento, a CPMI. Eu acho que é de suma importância a gente tratar este assunto com muita responsabilidade, sem revanchismo, sem circo, sem bagunça. O que está errado está errado. Eu aprendi isso desde pequeno, Sr. Presidente: o que está errado está errado, e o que está certo está certo. Então quem foi errado aqui tem que pagar por isso.

    O que a gente quer investigar aqui e o que a gente precisa esclarecer é alguns inocentes pagando pelos pecadores – isso, para mim, é o mais importante – e se teve omissão. Está aqui o Marcos do Val, e eu quero aqui poder relatar isto: desde o dia 8 que isso aconteceu, e o Marcos do Val sempre lutando por essa situação. O Marcos do Val esteve lá quando prenderam o pessoal, esteve com o pessoal. Marcos do Val vem relatando várias situações para a gente. Está bem antenado e bem embasado sobre o que pode acontecer.

    Então, Marcos do Val, o que a gente quer aqui é que você possa estar nessa CPMI. Se pudesse estar como Relator, acho que é de suma importância por tudo que você fez, por tudo que você esclareceu para a gente, por tudo que você estudou e averiguou. Então, você tem meu total apoio nisso, e eu espero que você esteja presente nessa CPMI e que a gente possa mostrar o que está errado aqui.

    E uma das coisas que mais me chama atenção e que eu queria falar para vocês aqui é sobre a questão da omissão. E eu queria aqui falar de Davi, do Rei Davi, quando Davi errou. Quando Davi errou, ele estava de olho na esposa de um amigo, Girão, pegou e fez o seguinte. Ele queria ficar com a esposa do amigo, o que ele fez com esse amigo? "Vai para a guerra, vai para a guerra", sabendo que a hora em que ele fosse para a guerra ele iria morrer na guerra. Davi sabia disso.

    E o que mais me chama a atenção nessa situação do dia 8 é saber se as autoridades, como o próprio Ministro da Justiça, como tem documento falando que ele sabia... Porque é isso que a gente tem que investigar. Porque parece que é o seguinte: "Não, vai para lá, quebra tudo, não vou chamar mais policial, não; não vou chamar mais segurança, não! Deixa o pau quebrar lá para a gente se vitimizar e desmoralizar, no caso, o pessoal da direita".

    Então, essa, para mim, é a parte principal da CPMI. Tem muita coisa que a gente está vendo dentro do WhatsApp. Gente, vamos ter um pouco de responsabilidade, com um monte de mentiras, um monte de fake news. Eu estou fora disso! Eu estou aqui para mostrar o que está certo, o que está errado. Eu queria contar com o apoio de todos os Senadores aqui, porque o que eu estou falando para vocês aqui: eu ver um trabalhador com seu ônibus parado, ele sem poder trabalhar... E muitos já me relataram e me provaram – a CPMI vai mostrar isso – que teve cidadão que simplesmente recebeu uma ligação: "Eu preciso do seu ônibus para poder me levar para Brasília". Quando que ele ia achar que ia chegar aqui e ia ter essa quebradeira? Que culpa esse dono do ônibus que está impedido de trabalhar tem? Se tem cem ônibus que vieram para cá e noventa não sabiam de nada, que dez paguem por isso. Eu sou sempre assim, aqueles dez que sabiam têm que pagar. Aqueles dez que foram patrocinados por alguém têm que pagar por isso. Agora, se tiverem 90, 91, 92 que não sabiam de nada, que simplesmente alugaram o seu ônibus... Como teve gente que falou para mim: "Cleitinho, eu nem votei no Bolsonaro, eu votei foi no Lula, mas eu vivo disso, eu trabalho com isso. Quando alguém me chama para ir para um especial de time, se não é meu time, eu tenho que levar, é meu ganha-pão". Então, nessa situação aqui é o ganha-pão do cara. Ele veio para cá sem saber de nada.

    Então, tem inocentes pagando por isso. Tem gente que estava no QG, que nem participou de nada; tem gente que chegou depois e foi preso. É com relação a essas situações que a gente tem que ser justo aqui. Em quem fez coisa errada aqui, eu vou falar de coração mesmo, eu não vou passar a mão na cabeça. Eu faço isso até com meus filhos. Tem hora que dói no meu coração ter que fazer alguma coisa, ter que falar com meu filho: "Botei de castigo, errou, está errado". Então, quem estiver errado aqui tem que pagar por isso, que seja de esquerda, que seja de direita. E se teve omissão, gente – é aí o ponto principal –, é como eu falei, a omissão é que vai fazer com que a gente descubra aqui se teve coisa errada.

    Então, eu quero muito aqui, a partir de amanhã, que essa CPMI seja instaurada, para a gente resolver isso, Girão, o mais rápido possível. A gente precisa tirar pessoas para que não sejam julgadas como os que entraram aqui dentro e quebraram. Não! Estão todos na mesma vala, e não pode. Quem não teve nada com isso segue a vida. Agora, quem errou tem que pagar.

    Eu queria falar aqui de outro tema, gente. Eu vou para cima do MST e não tenho medo de MST, não tenho medo, eu quero ser sempre justo aqui. Dentro da lei tem uma brecha pela qual eles podem pegar e invadir uma terra produtiva. E sabe o que essa brecha diz? É um movimento político, gente, é uma manifestação política. Então, não acontece nada com eles. Eu estou só protocolando o projeto que vai acabar com essa brecha. Essas manifestações políticas que não são nem manifestações, são quebradeiras. O que aconteceu aqui também, a invasão do dia 8, foi tratada como terrorismo. Esse MST entra em terra produtiva e pode fazer o que ele faz, que é a quebradeira, invadir, quebrar tudo, o que é isso? O que é isso? Isso é manifestação política? Isso nunca foi manifestação política. E o que me chama a atenção: invade uma terra, fica lá, não faz nada, não produz nada e fica lá enchendo o saco. E, depois, quem tem que pagar os impostos dessa terra? É o dono ou é o MST? Quem paga é o dono. Então, está tudo errado neste país.

    Esse projeto de lei que estou fazendo é para acabar com essa brecha, que de manifestação política não tem nada. É crime o que eles fazem, de invadir, de quebrar. E a gente vai acabar com isso aí, o que a gente vai fazer aqui é dar justiça.

    Então, conto com o apoio de todos os Senadores para que possam apoiar esse meu projeto para poder colocar o MST no lugar dele.

    Há outro projeto também que eu estou protocolando aqui e que me chamou a atenção e para o qual eu queria muito o apoio de todos os políticos. Eu acho que dos partidos eu não vou ter apoio, não, mas não estou nem aí.

    Mas eu queria chamar a atenção aqui, porque a gente tem que dar a César o que é de César. O que me chama atenção agora, aqui, é que tem um Parlamentar, se eu não me engano do PT, ou junto com o Governo também, fazendo projeto, Girão, para poder colocar imposto nas armas, com alíquota de 20%, como se fosse o IPVA das armas. Você paga o IPVA do seu carro e agora para a arma também vai pagar esse imposto. Ele está fazendo esse projeto para que quem tem arma possa pagar esse imposto de 20%.

    Então, o que eu estou fazendo aqui – dai a César o que é de César, já que todo mundo tem que pagar imposto –, eu estou fazendo um projeto, que está sendo protocolado, gente, em que vou colocar 50% para que todos os partidos do Brasil paguem imposto também. Porque nenhum partido aqui paga imposto.

    Agora eu faço uma pergunta para vocês aqui, população brasileira: para que é que serve partido? Que utilidade tem um partido no Brasil a não ser para políticos? O que é que um cidadão que paga seu imposto rigorosamente em dia tem de benefício com partido a não ser os políticos? Porque a gente viu na campanha aí, gente, até mulher que foi candidata usando para estética o dinheiro do fundo eleitoral, do fundo partidário. A gente vê aí viagens, restaurantes, comida, almoço, isso, aquilo, com dinheiro público, com dinheiro de partido, e eles não pagam imposto. Olha que lindo! Isso vale para o meu partido, para todos os partidos.

    Porque eu já cansei de falar isso aqui e falo novamente. Eu quero que todos os partidos se explodam! Partido já fala "partir". Se eu pudesse ter uma candidatura avulsa, eu queria ser independente, mas, como eu sou obrigado a estar em um partido, eu escolhi o Republicanos e estou no Republicanos.

    Eu queria fazer esse projeto agora. Já que o brasileiro, o cidadão brasileiro tem que pagar imposto, rigorosamente em dia, pagar imposto para poder colocar político para fazer campanha... Porque pensa comigo: o cidadão brasileiro, trabalhador, quando vai fazer até o currículo dele, é ele quem paga. No Brasil, é diferente. O cara vai fazer campanha, você paga para ele fazer campanha. Você paga o seu imposto e dá dinheiro para ele fazer campanha. E, muitas vezes, esse que usou o seu dinheiro é eleito e, depois, vai lá e rouba você. Faz sentido uma situação dessas?

    Então, o que a gente tem que fazer aqui é o seguinte: para mim, tinha que acabar com o fundo eleitoral, o fundo partidário. Você quer fazer campanha? Você faz do seu bolso. Você quer ter investimento? Você vai fazer o seu próprio investimento. Você não vai fazer a população brasileira investir em você. Porque, muitas das vezes, você não gosta daquele candidato, mas você está pagando do seu dinheiro, investindo para ele ser candidato. Está tudo errado!

    Então, o que eu estou fazendo aqui? Já que eu não consigo acabar com o fundo eleitoral, o fundo partidário, para que político nenhum tenha dinheiro para fazer campanha, eu estou fazendo aqui, que é mais do que justo, com que os partidos também paguem 50% de imposto. Vão ter que pagar imposto também. É mais do que justo e mais do que necessário para os partidos, que não têm utilidade nenhuma no país.

    Se alguém quiser, se algum Parlamentar quiser me fazer um questionamento, fique à vontade para falar assim: "Cleitinho, não, eu vou discordar de você, eu acho que os partidos dão um grande benefício para a sociedade". Se quiserem me questionar, fiquem à vontade!

    Fique à vontade, Girão.

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Eu quero sim, Senador Cleitinho.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Mas eu quero o seu apoio, viu?

    O Sr. Eduardo Girão (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para apartear.) – Em primeiro lugar, eu quero dizer que você tem o meu apoio integral, porque eu sou um defensor, desde que cheguei aqui – aliás, antes de chegar aqui, eu defendia a candidatura avulsa, a candidatura independente, independentemente de você ter partido ou não. Por que é que você não pode colocar o seu nome, como em outros países? Mas o Brasil não, ele é uma espécie de um cartório, com raríssimas exceções e com todo o respeito a quem pensa diferente. Eu vejo que estou muito bem no partido que hoje me acolhe, que é o Novo, que eu sempre admirei. Vejo um partido diferente pelos ideais, pela proposta, pela coerência do pensar, do falar e do agir. Mas eu continuo – e já deixei claro para o pessoal do Novo – sendo a favor da candidatura avulsa, independente, e eu vou lutar por isso.

    E essa sua ideia é muito boa, porque realmente são 5 bilhões, na última campanha eleitoral, contra os quais eu votei aqui. Votei contra, de forma pública, porque é para financiamento de campanha.

    Então, para as pessoas, poxa, já não basta o que pagam de imposto, ainda vão ter que financiar campanha de político? Não tem cabimento! Eu quero que o senhor conte com o meu apoio nessa iniciativa e também quero lhe dizer que essa CPMI, assim como o senhor está aguardando, eu estou muito confiante. Por mais que o Governo, agora, que, na semana passada, não queria de jeito nenhum investigação sobre o que aconteceu no dia 8 de janeiro, com Parlamentares dizendo que estavam recebendo proposta de dezenas de milhões de reais, com cargos, no Governo Federal, para retirar assinatura, ou seja, sabotar, boicotar... O Governo tentou, segundo os Parlamentares.

    E, do dia para a noite, o Governo, agora, não quer só o braço não, quer o corpo todo, quer o apoio integral à CPMI, mas quer a relatoria e a presidência! É muita cara de pau! Aqui para nós, é muita cara de pau. Quem estava, um dia desses, contra, dando entrevista, fazendo debate e dizendo que já estava sendo investigado, que não precisava...

    Agora, sabe o que foi que aconteceu de lá para cá? Essas imagens mostrando o General do Lula, mostrando o GSI, junto com a sua equipe, praticamente, recebendo – como disse o Senador Esperidião Amin –, como se fosse uma visita! Uma visita de cortesia ali dos invasores, distribuindo até água!

    Agora, o que mais me chocou, Senador Cleitinho, Senador Styvenson, Senador Marcos do Val, o que mais me chocou, naquelas imagens... E olha que a gente só viu a ponta do iceberg, viu? Ainda tem as imagens do Senado, tem as imagens da Câmara, tem as imagens do STF que nós queremos ver, o povo brasileiro quer ver! O que mais me chocou, até agora, não sei o Senador Marcos, que estuda muito isso, mas, para mim, foi aquela imagem que dá a ideia clara de algo que foi orquestrado.

    Porque o fotógrafo é como se dissesse assim – não dá para ver a linguagem ali, a leitura labial, mas... – "Espera aí, espera aí! Vai, chuta agora!". O que é isso?! Aí, depois, vai ver a foto, se a foto ficou boa, se ficou ruim! Ia fazer de novo...

    Então, é uma coisa assim escandalosa, com direito a cinegrafista profissional, que nós temos que chamar para a CPMI também, para ouvir aquele repórter da Reuters.

    Muito obrigado. Que Deus te abençoe e te ilumine neste caminho, Senador.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Obrigado, Senador.

    Eu quero deixar bem clara essa questão de criar esse projeto para que partidos também possam pagar imposto – 50%. Igual eu falei, para mim, não deveria nem ter dinheiro para partido, porque eu sou totalmente contra aumentar mais imposto para a população. Mas o que eu estou fazendo aqui, gente, é o contrário, eu estou fazendo é a classe política pagar imposto, os partidos pagarem imposto, o que é mais do que justo.

    Chega de o povo pagar imposto, gente! Pelo amor de Deus! Muitas vezes, esse imposto é para poder dar dinheiro para político fazer campanha e, como eu expliquei para vocês, uma mulher pegar o dinheiro para fazer estética, para ter laranja, para ter rachadinha com esse dinheiro. Está tudo errado neste país aqui! Quer fazer campanha política? Faz com o seu dinheiro, faz com o seu próprio bolso!

    E eu queria dizer, só para terminar, sobre a questão da CPMI, que eu nunca vi isso na minha vida, viu? Nunca vi, Girão. É como um cara que acabou de ser vítima não pedir e não deixar. Eu nunca vi isso! É a mesma coisa de roubarem a minha casa, acabarem com a minha casa, roubarem tudo... A polícia: "Você quer que investigue?". "Não, não, não! Não quero, não. Pode deixar, não vai investigar nada, não! Deixa do jeito que está!" Entendeu?

    Aí eu vou poder inverter mais ainda, porque eu acho que quem não deve não teme. Para mim, o princípio da administração pública se chama transparência. Como é que você vai pegar e colocar sigilo em todas as questões das imagens? Você tem que soltar, gente. Se você for inocente, divulga quem foi que fez as coisas erradas aqui! Vamos mostrar para o Brasil quem que fez coisa errada, porque todo mundo aqui, eu tenho certeza, tanto a esquerda como a direita querem a punição dessas pessoas, quer que essas pessoas que fizeram coisa errada aqui sejam punidas. Eu posso falar por mim. Eu quero. Porque o que aconteceu aqui, essa quebradeira que teve aqui, todos, eu acredito que todo mundo, de esquerda, da direita, é contra.

    Então, o que a gente quer aqui é que possa haver transparência nessa situação da CPMI.

    Sobre essa questão do fotógrafo aí...

(Soa a campainha.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/REPUBLICANOS - MG) – ..., eu acho que...

    Eu queria até saber depois, Marcos do Val, e eu até estava conversando com você, se ele foi interrogado, se, nessa época toda aí que o Alexandre está chamando todo mundo, se ele foi convocado, se ele chegou a ser preso por estar aqui, porque a gente viu que até pessoas que não estavam aqui foram presas, que pessoas que estavam fazendo um vídeo na porta, que nem entraram aqui, foram presas. Ele estava fotografando todo mundo. "Ah, Cleitinho, ele é um jornalista investigativo". Mas eu acho que, pelo menos, ele tinha que ser interrogado. Ele estava aqui dentro. Ele tem que ser pelo menos interrogado. Ele tem que explicar tudo que aconteceu aqui dentro.

    Então, acho que esse é o caminho. E, como eu disse também, nessa situação, para mim, o mais importante, além dessa questão de ficar segurando as imagens, para mim, está tudo errado. Se você é a vítima, não vai querer que seja investigado o que aconteceu?

    Essa situação do Ministro da Justiça, Flávio Dino, como eu vou falar novamente aqui, eu vejo como a situação de Davi. Davi foi omisso, pagou por isso, Deus o fez pagar por isso.

(Soa a campainha.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/REPUBLICANOS - MG) – Davi, querendo a esposa do amigo, falou para ele: "Vai para a guerra! Vai para a guerra!", sabendo que, quando ele chegasse na guerra, quem estava com ele era pouco, e ele iria acabar morrendo lá... Para mim, o que pode ter acontecido aqui, que a CPI vai mostrar, é isto: "Ah, vai ter uma invasão lá no Congresso. Vamos fazer o seguinte: vamos diminuir o pessoal. Deixa o pau quebrar. Lá, se tiver morte também, deixa ter. Deixa o pau quebrar para a gente poder sair de vítima aqui".

    O Sr. Magno Malta (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Concede-me um aparte, Senador?

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Fique à vontade, Senador.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES. Para apartear.) – Muito obrigado, Senador Cleitinho.

    É pertinente à sua fala, muito importante neste momento da vida da nação.

    Domingo, o...

    A patente dele é de general, do Capelli?

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Fora do microfone.) – É jornalista.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Ele deu entrevista. Ele foi o interventor indicado pelo Ministro Flávio Dino, no lugar do Ibaneis, que foi eleito de forma majoritária pelo voto do povo de Brasília, e aí a gente não entende as razões pelas quais um país que tem democracia, Constituição e ordenamento jurídico, e ainda que esse ordenamento jurídico não seja o suprassumo daquilo que nós precisamos, mas ele deu uma entrevista e falou uma coisa engraçada, hilária, em sua entrevista. É que alguém, durante quatro anos, dirigiu esse carro, e não tem que cobrar de quem está dirigindo o carro apenas há quatro meses.

    Há uma coisa interessante em tudo isso, que todo governo tem passagem. Você tem aquela fase em que os governos trabalham, que quem está chegando recebe a pasta de quem está saindo. É a chamada transição. Nesse período de transição, o General Heleno, responsável, respeitado, digno, era o Ministro do GSI, e quem assumiu não era nenhum indouto, mas o sombra do Lula, o cordão umbilical do Lula, que assume... Não é indouto, não é tolo. E quando você tem uma passagem de governo, você está fazendo a transferência, e alguém diz: "Olha – ele usou a figura do carro, não é? –, esse carro está assim, o motor foi refeito agora, mas os pneus estão carecas, tem que trocar o volante; nós tentamos trocar, mas tem que passar pelo Plenário; foi difícil, mas o carro está andando dessa e dessa forma"... Se ele usou a figura de um carro, ele recebeu um carro. Se avariado ou não, quando o carro é pego com cinco ladrões dentro, um dirigindo, os outros lá dentro e armados... Aí você diz: "Ah, mas o problema é do carro". Não, mas o carro foi pego com pessoas cometendo transgressão. Quem passou o carro não te entregou com ninguém fazendo transgressão dentro do carro.

    Não tem o menor sentido, porque as pessoas que estão na filmagem não estão na Papuda – eu conheço a Papuda e os presos. Elas não estão na Colmeia. Nenhum deles está preso. Ora, se isso foi feito momentos antes, horas antes ou um dia antes, os inocentes presos foram presos com plena consciência de que eles sabiam que eles eram inocentes, e que foram levados para uma tocaia. Depois da tocaia, voz de prisão, assina-se um termo de culpa e "Esteja preso, esteja preso!". Eles sabiam quem eram os verdadeiros culpados, eles conheciam os verdadeiros culpados.

    E aí você tem uma série de falhas contraditórias. Nós tivemos um ato falho do Senador Randolfe discursando aqui, um ato falho, ele disse assim: "Nós prendemos mais de mil naquele dia". Nós quem, cara pálida? Nós? O Senador falar isso? O sistema prendeu? Então, o general... Aí eu escuto uma entrevista do Senador Lindbergh, ele diz: "Foi quebra de confiança, o Lula perguntou para ele, ele disse que não tinha imagem" – já tinha colocado cinco anos de segredo nas imagens, mas não tem imagem –, "não tem nada, quebra de confiança, quebra de cordão umbilical, ele precisa ser investigado". As palavras não são minhas, são do Senador Lindbergh – ex-Senador Lindbergh, hoje Deputado Federal. E aí ele contradiz o Lula.

    V. Exa. está absolutamente correto: há uma coisa programada, desenhada, nada foi feito por acaso e as imagens mostram. Eu vi... Senti até pena do Padilha quando ele deu essa entrevista tentando se fazer de inocente, para que as pessoas o tenham como inocente e acreditem naquela conversa fiada de que são imagens montadas. Suponhamos que sejam. Imagem montada não quer dizer imagem fabricada. Ninguém colocou o general lá dentro, ele estava lá. Se tem corte na imagem, o general estava lá. Se tem corte na imagem, tinham pessoas lá dentro, quebrando e recebendo águas e abraços. Não foi um computador...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Magno Malta (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – ... que criou um cara careca e o colocou ali.

    Então, V. Exa. está absolutamente correto, todos eles precisam ir às barras da justiça, mas a pergunta é: qual justiça? Onde está o nosso ordenamento jurídico? Então, se esta Casa não se levanta... Por muito menos, o Anderson Torres está preso, de uma forma vil, infame, acima de todo e qualquer limite de tortura.

    Quarenta e um Senadores... São 41?

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Fora do microfone.) – Está chegando lá.

    O Sr. Magno Malta (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – Chegando a 41 Senadores, para socorrer uma família sem energia, com criança chorando, e um pai às margens de uma mutilação pessoal. O que querem com isso se o ordenamento jurídico diz que, depois de 81 dias, se nada você provou, nada você pode fazer, tem que soltar? O que querem com isso agora?

(Soa a campainha.)

    O Sr. Magno Malta (Bloco Parlamentar Vanguarda/PL - ES) – A minha proposta é: nós não precisamos de autorização de ninguém, nós temos prerrogativas, e nós precisamos nos valer dessas prerrogativas, ninguém tem que nos autorizar. A prerrogativa é nós fiscalizarmos. Fez de uma forma educada o documento? Fez. Agora, se der uma negativa à minha proposta, vamos para a porta do quartel, todos nós Senadores na porta do quartel! Vamos fazer uma live de lá, vamos mostrar para o Brasil essa injustiça, porque se Anderson Torres ainda continua preso, o general já deveria estar preso há muito tempo.

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Sr. Presidente, só para finalizar.

    Eu até acho que não é só a questão do general não – viu, Senador? Eu acho que é como eu expliquei sobre a questão da omissão. Se o próprio Anderson Torres foi por questão de omissão, o próprio documento que tem que comprova que o próprio Marcos do Val já mostrou, o próprio Kim lá na Câmara já mostrou, que o Flávio Dino sabia de tudo, ele foi omisso também. Pau que dá em Chico tem que dar em Francisco, na minha humilde opinião. 

(Soa a campainha.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – E o que mais me chama a atenção é a vítima não querendo investigação e a aquele que está sendo condenado querendo ser investigado. É só neste país mesmo, não é? Este país é uma loucura!

    Então, assim, eu acho que a gente precisa muito dessa CPMI, principalmente para tirar inocentes, que não podem ter o mesmo julgamento e a mesma condenação de pessoas que vieram aqui e quebraram tudo aqui dentro – tem inocentes pagando pelos pecadores!

    Eu queria finalizar aqui, Sr. Presidente, porque faltou eu falar sobre a questão do projeto que estou fazendo, sobre a brecha que tem para o MST falar que é uma manifestação política. Eu queria só lembrar que, durante esses três meses agora do MST no Governo Lula, já teve mais invasão do que durante os quatro anos do Presidente Bolsonaro – é para vocês terem noção do que acontece com o MST!

    E outra coisa também: os pobres dos ministros já estão contra, tem ministro dando declaração – não sei se foi o Padilha ou o próprio Haddad – contra essas invasões. Então acredito que até o Governo vai ficar do meu lado nesse projeto, porque o Governo já está contra o MST, gente! O Governo está contra o MST! Olhem que beleza!

(Soa a campainha.)

    O SR. CLEITINHO (Bloco Parlamentar Aliança/REPUBLICANOS - MG) – Este projeto aqui que eu estou fazendo é simples. Tem uma brecha para eles falarem que é manifestação política. Não é nada, eles fazem é quebradeira e encheção de saco! O que a gente vai fazer é isso virar crime.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/04/2023 - Página 22