Pela ordem durante a 106ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Autor
Rogério Carvalho (PT - Partido dos Trabalhadores/SE)
Nome completo: Rogério Carvalho Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela ordem
Publicação
Publicação no DSF de 16/12/2020 - Página 64

    O SR. ROGÉRIO CARVALHO (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - SE. Pela ordem.) – Eu queria só, antes de o Senador Fernando Bezerra se manifestar – é óbvio que o Plenário deve aprovar os empréstimos –, mas eu queria chamar a atenção para esses empréstimos, que são para custear políticas públicas. Ou seja, não são empréstimos para investimentos, não são empréstimos para criar oportunidades de novos negócios, na verdade são para custeio.

    Veja, o Brasil se livrou da dívida externa, o Brasil tem reservas extraordinárias, o Brasil colocou, não tem nenhuma dificuldade em conseguir crédito em moeda nacional para honrar despesas correntes do Governo. O Governo colocou no mercado R$271 bilhões em títulos do Tesouro e não teve nenhuma dificuldade para arrecadar, em real, a uma taxa de juros de 2%.

    Agora nós estaremos aqui aprovando créditos para custeio em moeda estrangeira. Desse mal nós nos livramos no Governo do Presidente Lula. Nós acabamos com a dívida externa, nós diminuímos nossa vulnerabilidade, e agora a gente inicia um processo de retrocesso ao contrairmos empréstimos com a finalidade não de investimento, mas com a finalidade de custeio, o que poderia ser feito com a emissão de título da dívida pública brasileira, com uma taxa de juros que, projetada para o futuro, daria 2,19% ao ano.

    Portanto, seria a melhor opção, e não esta, com toda a vênia que eu tenho por este caso e por ser V. Exa. quem vai relatar. Mas eu queria deixar claro que nós não precisamos tomar empréstimo em moeda estrangeira para essa finalidade, bastava emitir título da dívida pública brasileira, porque os bancos querem emprestar e a gente tem lastro para isso.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Eu queria só deixar essa mensagem, porque, veja, é um retrocesso voltarmos a contrair dívida em moeda estrangeira.

    O Brasil se dá ao luxo de não ter dívida em moeda estrangeira, se dá ao luxo, e a gente vai retornar, voltar ao passado de uma forma muito triste e muito decadente.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/12/2020 - Página 64