Discurso durante a 23ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão Solene destinada ao encerramento do Outubro Rosa de 2021, campanha que objetiva a conscientização da população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

Autor
Wellington Fagundes (PL - Partido Liberal/MT)
Nome completo: Wellington Antonio Fagundes
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Mulheres, Saúde Pública:
  • Sessão Solene destinada ao encerramento do Outubro Rosa de 2021, campanha que objetiva a conscientização da população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Publicação
Publicação no DCN de 28/10/2021 - Página 10
Assuntos
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Política Social > Saúde > Saúde Pública
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, ENCERRAMENTO, CAMPANHA, OUTUBRO, CONSCIENTIZAÇÃO, PREVENÇÃO, DIAGNOSTICO, CANCER, MULHER, SAUDE PUBLICA.
  • COMENTARIO, APROVAÇÃO, COORDENADORIA DE ASSUNTOS ECONOMICOS (CAE), PLENARIO, SENADO, PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO, SUSTAÇÃO, EFEITO JURIDICO, ATO NORMATIVO, PORTARIA, EXECUTIVO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), SAUDE, EXAME, DIAGNOSTICO, DOENÇA, CANCER, MULHER.
  • COMENTARIO, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, POSSIBILIDADE, CARATER EXCEPCIONAL, ESTABELECIMENTO, VETERINARIO, PRODUÇÃO, VACINA, PANDEMIA, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19).
  • REGISTRO, APLICAÇÃO, VACINA, PRODUÇÃO, PRODUTO NACIONAL, NOVO CORONAVIRUS (COVID-19), SALVADOR (BA).

    O SR. WELLINGTON FAGUNDES (Bloco/PL - MT. Para discursar. Sem revisão do orador.) – Bom dia, Senadora Leila. Bom dia a todos que nos estão assistindo, à Dra. Carolina.

    Realmente, sobre um tema como esse, pela sua complexidade, não vou poder falar muito pouquinho.

    Mas eu quero dizer, nossa Senadora Leila e todos os que nos assistem, neste bom dia que começamos, que esta semana seja coroada de êxito para todos nós.

    Eu quero aqui deixar os meus cumprimentos também ao meu povo querido do Estado de Mato Grosso, que nos acompanha pelos canais de comunicação do Senado Federal.

    Em primeiro lugar, Senadora Leila, gostaria de me solidarizar e, ao mesmo tempo, de me associar a todas a mulheres que enfrentam o câncer de mama, que lutam contra ele, motivo pelo qual realizamos esta sessão especial como um dos atos da campanha Outubro Rosa.

    Sei que não é fácil enfrentar o câncer de mama. Aliás, não é fácil enfrentar qualquer tipo de câncer ou doença, seja aqui ou em qualquer país do mundo. Mas, neste caso, sobretudo envolvendo a mulher, o câncer de mama exige de todos uma atenção especial, primeiro pelos números, já que se apresenta como um dos três tipos de maior incidência. Em um universo de 158 países, estamos falando de algo em torno de 2,1 milhões de pessoas acometidas pelo câncer de mama. Uma a cada quatro mulheres que têm um caso de câncer diagnosticado tem câncer de mama, mais que 24% do total. Estamos falando de mais 67 mil óbitos, infelizmente. Para o Brasil, o Instituto Nacional de Câncer estima 66.280 casos novos de câncer de mama para cada ano do triênio 2020-2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 61 casos novos a cada 100 mil mulheres.

    Nesse sentido, também gostaria de enfatizar que o câncer de mama também acomete os homens. É um pouco mais raro, mas é possível que essa anomalia chegue até nós, os homens. Então, que fiquemos bastante atentos.

    O câncer de mama exige de todos nós uma dedicação especial, daí o mês de referência Outubro Rosa. Sabemos que, apesar da incidência elevada, se detectado precocemente, o tratamento pode ser mais eficaz, reduzindo de forma efetiva a mortalidade, que é o grande objetivo.

    Feitas essas advertências, Sra. Presidente, a partir dos números e estatísticas, é importante destacar o papel e a contribuição do Senado Federal. Nesse sentido, quero enfatizar a decisão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), da qual faço parte, em derrubar, ainda em 2019, a Portaria 61, de 2015, do Ministério da Saúde, que limitava o acesso de mulheres de 40 a 49 anos aos exames de mamografia para a detecção precoce do câncer de mama no Sistema Único de Saúde. A proposta foi apresentada pelo Senador Lasier Martins, do Rio Grande do Sul, acolhida, posteriormente, em Plenário, por todos nós Senadores e Senadoras. Infelizmente, Sra. Presidente, essa decisão ainda depende da Câmara dos Deputados. Até lá, somente mulheres de 50 a 59 anos de idade podem fazer o rastreamento mamográfico na rede pública.

    No grupo de projetos que tramitam pelo Parlamento brasileiro, creio que seja esse um dos mais relevantes e deve merecer a atenção de todos nós. Afinal de contas, está patente a necessidade de ampliar, cada vez mais, essa rede pública de atenção ao enfrentamento do câncer de mama.

    Lembro aqui, Sra. Presidente Leila, que a melhoria do acesso das mulheres ao SUS é uma das principais recomendações no documento intitulado Avaliação ética do rastreamento de câncer de mama no Brasil para fazer frente a estatísticas negativas.

    Portanto, é um apelo que faço e reforço ao nosso Presidente, Senador Rodrigo Pacheco. Casos de câncer devem aumentar em 42% nos próximos dez anos, aqui, no nosso País, subindo dos mais de 600 mil casos atuais para 888 mil pessoas com a doença, segundo perspectiva apresentada pela The Economist Intelligence Unit em parceria com a Varian Medical System. Dessa forma, temos que estar atentos cada vez mais e envolvidos nessa campanha.

    Eu gostaria, Sra. Presidente, nesta sessão especial, de cumprimentar ainda toda a classe médica e de profissionais de saúde que atuam no meu Estado – claro, no Brasil inteiro, mas, em especial, no meu Mato Grosso –, nessa frente específica de combate ao câncer, por intermédio de duas entidades fundamentais: o Hospital de Câncer, entidade filantrópica fundada em 1999, que ajuda os pacientes com câncer com serviço de altíssima complexidade, e ainda a Associação de Trabalhadores Voluntários contra o Câncer de Mama em Mato Grosso e também a Santa Casa de Misericórdia. Por isso, quero agradecer a todos.

    Quero ainda parabenizar as minhas colegas Senadoras: Daniella Ribeiro, Eliziane Gama, Leila Barros, Mailza Gomes, Mara Gabrilli, Soraya Thronicke, Zenaide Maia, Kátia Abreu, Maria do Carmo Alves, Simone Tebet, Eliane Nogueira Lima e também a minha querida Senadora Rose de Freitas, que é a Presidente da Comissão de Orçamento, na pessoa de quem também quero agradecer e cumprimentar a todos os Parlamentares do Congresso Nacional.

    Sra. Presidente Leila, quero dizer que, cada vez mais, o mundo se mobiliza em ações globais de interesse coletivo. A presente data, em seu simbolismo, não encerra a conscientização do Outubro Rosa como dever do Estado. O marco de referência temporal serve à delimitação de um movimento que teve início nos Estados Unidos, na década de 90, e, assim, tem se espalhado por todos os países, no sentido de promover ações preventivas e de diagnóstico precoce do câncer de mama. A campanha que assinala a iluminação e decoração de espaços públicos, prédios e monumentos, serve para trazer a real e cruel realidade dos dados inseridos quanto à doença, afinal, segundo esses números que nós já apresentamos, realmente é muito alarmante.

    A ainda temos que dizer que a prevenção tem sido a chave ao enfrentamento dessa realidade. Fatores genéticos, alimentação e rotinas sedentárias são também traços dessa estatística, mas, para além da campanha de prevenção e conscientização, compete-se trazer à memória milhares de mulheres que estão a transitar por essa realidade de enfrentamento nos postos e instituições de saúde, por vezes em estágio avançado da doença.

    Por isso, não podemos nos esquecer das outras lentes necessárias ao tema. É imprescindível, Sra. Presidente, assinalarmos o sofrimento humano, as difíceis realidades no tratamento, as limitações temporais e as psíquicas que as pacientes do câncer de mama enfrentam em sua rotina, inclusive no pós-cirúrgico. Portanto, a missão de todos nós tem um escopo: salvar vidas, acima de tudo.

    De igual forma, quero aqui dizer que acresço a minha voz a tantas outras conscientes das angústias e incertezas dessa batalha. Também ressalto o trabalho incansável dos profissionais da ciência, da Medicina e da pesquisa acadêmica, que dedicam suas existências ao estudo e ao cuidado com o objetivo de amenizar o sofrimento não somente de pacientes, mas de familiares que enfrentam a cruel realidade dessa doença, muitas vezes assistindo a uma prolongada e dolorosa despedida das pessoas que amam. A todos eles, o nosso reconhecimento.

    Minha cara Senadora, comprometido com a pauta social de direito à saúde de todas as mulheres, conclamo que o Outubro Rosa seja memória permanente, diária, de autocuidado, com ações de prevenção e também de políticas públicas efetivas para todo o nosso Brasil e também para o mundo.

    Quero ainda, ao encerrar, Sra. Presidente, dizer que eu tenho trabalhado muito na questão das vacinas contra o covid e, agora, aproveitando esse momento, inclusive, quero agradecer-lhe por ter aprovado o projeto que apresentei para que o Brasil possa fabricar vacinas contra o covid. Agora, no dia 5 de outubro, estaremos com o Ministro da Ciência e Tecnologia lá em Salvador, na Bahia, para aplicar, no braço de brasileiros, a primeira vacina com tecnologia 100% brasileira. Isso é uma esperança nova que nasce. Mas, no Brasil, nós ainda temos mais quatro variantes de vacinas já na fase final. Então, eu tenho certeza de que, no ano que vem, o Brasil será um grande fabricante e produtor de vacinas, para trazer também mais segurança à população brasileira. O ano que vem será o ano da retomada econômica.

    Como Relator da Comissão de Orçamento, no Ministério da Educação, quero fazer parceria com V. Exa., que tanto tem trabalhado pela educação do Brasil para que a gente faça um orçamento que garanta principalmente que as nossas crianças possam voltar com segurança às escolas e que a gente possa fazer a retomada econômica.

    Como o próprio Ministro disse, nesse ano da pandemia, aqueles que estiveram à frente – os médicos, os profissionais da saúde, os hospitais – foram extremamente importantes. O ano que vem será o ano da educação. Então, eu quero aqui também dizer que as nossas escolas, os nossos profissionais da educação e principalmente os nossos professores terão que ser também relevantes nesse trabalho e principalmente no reconhecimento por parte da população.

    Agradeço muito, Senadora Leila, e deixo aqui um abraço a todos. Com certeza, esse tema merece a nossa atenção, e V. Exa. é uma das pessoas que mais tem cuidado desse tema no Congresso Nacional e de outros temas tão importantes voltados para a mulher.

    Por isso, parabéns, parabéns, parabéns, Senadora Leila!


Este texto não substitui o publicado no DCN de 28/10/2021 - Página 10