Discurso durante a 14ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar os 90 anos da conquista do voto feminino.

Autor
Simone Tebet (MDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Simone Nassar Tebet
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Data Comemorativa, Direitos Políticos, Eleições e Partidos Políticos, Mulheres:
  • Sessão Especial destinada a comemorar os 90 anos da conquista do voto feminino.
Publicação
Publicação no DSF de 25/02/2022 - Página 23
Assuntos
Honorífico > Data Comemorativa
Jurídico > Direitos e Garantias > Direitos Políticos
Outros > Eleições e Partidos Políticos
Política Social > Proteção Social > Mulheres
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, DIREITOS POLITICOS, DIREITOS, VOTO, MULHER, DESTAQUE, IMPORTANCIA, PARTICIPAÇÃO, POLITICA.
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI DA CAMARA (PLC), IGUALDADE, SALARIO, MULHER.
  • DEFESA, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIA, ORADOR, ALTERAÇÃO, LEGISLAÇÃO, CRIAÇÃO, COTA, GENERO, PREVISÃO, RESERVA, PARTIDO POLITICO.

    A SRA. SIMONE TEBET (Bloco Parlamentar Unidos pelo Brasil/MDB - MS. Para discursar.) – Obrigada, Leila. Obrigada, companheiras que estão nos acompanhando.

    Vou ser muitíssimo breve. Eu tenho dois minutos para entrar em outra agenda.

    Eu sei que Zenaide aqui está desde o início. Se há uma Senadora que é companheira, que está sempre pronta a ceder seu espaço, é a Senadora Zenaide, que é uma grande companheira. Em homenagem a ela, que é a próxima, vou ser muito breve.

    Primeiro, para comemorarmos os 90 anos do voto feminino, é importantíssimo relembrarmos e sermos gratas a todas as sufragistas do mundo e do Brasil, que permitiram que nós chegássemos aonde chegamos, lembrando Bertha Lutz. Então, lembrando Bertha Lutz, eu rendo minhas homenagens às mulheres que deram o sangue. Muitas realmente foram para o embate físico para que pudéssemos ter o direito de votar e ser votadas. Esse é um ponto fundamental.

    Quero dizer que, sim, avançamos muito, não no ritmo que gostaríamos, mas avançamos muito. Agora, é hora de abrirmos novas portas, um pouco no sentido do que Eliziane falou. Nós já mostramos nossa contribuição positiva na política, que sabemos fazer política, que temos prioridades, que sabemos falar do social, mas que entendemos de economia. Não podemos aceitar, num Brasil tão desigual como o nosso, com tanta miséria, com tanta fome, com tanto desemprego, que precisa tanto do social, termos apenas 15% de mulheres no Congresso Nacional. Se avançamos, avançamos pouco comparando com a média mundial.

    Acho que duas coisas precisam ser deixadas muito claras neste encontro de hoje. Hoje, estamos comemorando o avanço e o protagonismo na pauta política, e sobre ela temos que nos debruçar. E temos que fazer um corte. Hoje, nós temos quase que a unanimidade do Congresso Nacional aprovando nossos projetos relacionados ao combate à violência contra a mulher, mas, quando estamos falando de política, de protagonismo, de participação da mulher na política e mesmo do combate à violência política institucional, esse é um assunto em que ainda não conseguimos o apoio maciço dos nossos companheiros na classe política e fora dela.

    Deixo aqui, na minha fala final – sei que Zenaide vai complementar com muita maestria a nossa fala –, que eu acho fundamental nós termos sempre um olhar para pauta do empoderamento da mulher, seja na iniciativa privada... Vamos fazer um esforço concentrado na Câmara dos Deputados para que nós possamos aprovar o projeto lá que iguale homens e mulheres em salários na iniciativa privada – que o senado já aprovou –, porque esse é o ponto mais importante no projeto da pauta política institucional.

    E aí eu faço um pedido às minhas colegas: que reforcem na reunião de Líderes junto ao Presidente Pacheco para que nós possamos pautar aquele projeto – que é um projeto da minha iniciativa, mas, na realidade, é um projeto nosso da Bancada Feminina – que coloca 30% de mulheres nas executivas partidárias (nas executivas municipais, nas executivas estaduais e na executiva nacional). Por quê? Se nós não tivermos mulheres onde tudo começa, como disse a Eliziane – porque é lá no diretório que, a quatro paredes, está sendo formulado e projetado como é que vai ser a eleição, com fundo partidário, com fundo eleitoral, com tempo de televisão, com tempo de rádio –, se não tivermos mulheres nos representando lá, eles vão buscar normalmente mulheres sem voto, mulheres-laranja, mulheres que muitas vezes não querem participar da vida pública. E nós não: estando as mulheres nas executivas do partido, nós vamos buscar recursos para fazer curso para mulheres que querem entrar na vida pública junto às fundações partidárias; nós vamos lá no bairro buscar mulheres que são lideranças do chão da fábrica, professoras, servidoras públicas; enfim, trabalhadoras que têm aptidão e vontade de servir através da política.

    Então é fundamental esse projeto. Eu reputo esse projeto um dos mais importantes da bancada. Então, deixo esse apelo aqui, mais uma vez dizendo que hoje é dia de comemorar, de celebrar. Então viva os 90 anos do voto feminino no Brasil!

    Um grande abraço.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/02/2022 - Página 23