Discurso proferido da Presidência durante a 117ª Sessão de Debates Temáticos, no Senado Federal

Sessão de Debates Temáticos destinada a debater a Reforma Tributária.

Autor
Rodrigo Pacheco (PSD - Partido Social Democrático/MG)
Nome completo: Rodrigo Otavio Soares Pacheco
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso proferido da Presidência
Resumo por assunto
Tributos:
  • Sessão de Debates Temáticos destinada a debater a Reforma Tributária.
Publicação
Publicação no DSF de 30/08/2023 - Página 12
Assunto
Economia e Desenvolvimento > Tributos
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO DE DEBATES TEMATICOS, REFORMA TRIBUTARIA, PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO (PEC), ALTERAÇÃO, DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITORIAS, DESVINCULAÇÃO, RECEITA, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL (DF), MUNICIPIOS, EXTINÇÃO, IMPOSTOS, CONTRIBUIÇÃO, SUBSTITUIÇÃO, ALIQUOTA, DISTRIBUIÇÃO, ARRECADAÇÃO, APROVEITAMENTO, SALDO CREDOR, NORMAS, PERIODO, AUSENCIA, LEI COMPLEMENTAR, LEGISLAÇÃO, UNIÃO FEDERAL, CRITERIOS, COMPENSAÇÃO, VALOR, RECEITA TRIBUTARIA, CRIAÇÃO, CESTA DE ALIMENTOS BASICOS, DEFINIÇÃO, BENS, SERVIÇO, REDUÇÃO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL, PROCESSO LEGISLATIVO, COMPETENCIA, Conselho Federativo do Imposto sobre Bens e Serviços, INICIATIVA, PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR (PLP), Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), RESSALVA, PRINCIPIO JURIDICO, ANTERIORIDADE, EFEITO, AUMENTO, TRIBUTOS, MEDIDA PROVISORIA (MPV), INICIO, TRAMITAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ), JULGAMENTO, CONFLITO, NORMAS GERAIS, SISTEMA TRIBUTARIO NACIONAL, COOPERATIVA, MICROEMPRESA, PEQUENA EMPRESA, INCIDENCIA, FATO GERADOR, BASE DE CALCULO, ESPECIFICAÇÃO, REGIME JURIDICO, PRODUTO, COORDENAÇÃO, UNIFORMIZAÇÃO, FUNCIONAMENTO, DIVISÃO, FUNDO NACIONAL, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS), FINANCIAMENTO, SEGURIDADE SOCIAL, COMPOSIÇÃO, FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BASICA E DE VALORIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO (FUNDEB), GARANTIA, MEIO AMBIENTE, EQUILIBRIO ECOLOGICO, REGIME FISCAL, Biocombustível.

    O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Pacheco. Bloco Parlamentar PSD/Republicanos/PSD - MG. Para discursar - Presidente.) – Sras. Senadoras, Srs. Senadores, Srs. Governadores e Sra. Governadora, Vice-Governadores, Vice-Governadora, senhoras e senhores, estamos, sem a menor sombra de dúvida, vivenciando um momento histórico. É um momento do qual se orgulhariam grandes nomes da política brasileira, como Ulysses Guimarães, Juscelino Kubitschek, Teotônio Vilela, Mário Covas – apenas citar alguns nomes entre os muitos homens públicos que foram mestres na arte de dialogar e de fazer política em nosso país.

    Este é um momento histórico, porque o Congresso Nacional reúne sob seu teto, num único evento, os 27 Governadores de todas as unidades federativas de nosso país, assim como os Vice-Governadores. E, ao fazê-lo, estamos abrindo as nossas portas para um diálogo franco sobre a reforma tributária que tanto desejamos e da qual tanto necessitamos.

    De fato, essa reforma vem sendo discutida, sonhada e buscada há muito tempo.

    Na verdade, desde a época da Assembleia Nacional Constituinte, já havia acalorada discussão acerca da adoção de um imposto único e que fosse recolhido no local de consumo dos bens e serviços. De lá para cá, houve diversas tentativas de retomar as discussões, com o objetivo de fazer uma reforma profunda no sistema tributário nacional. Podemos relembrar, a título de exemplo, a PEC 175, de 1995, de iniciativa do Governo Fernando Henrique Cardoso. Essa PEC chegou até a ser aprovada em Comissão especial do Congresso, em 1999, mas o Governo acabou desistindo dela, devido às dificuldades de se conseguir um consenso à época.

    É justamente este o ponto em que esta Presidência queria chegar: a importância do consenso.

    Estamos hoje com um texto abrangente, que foi alvo de inúmeros debates e de um exaustivo trabalho feito na Câmara dos Deputados, no Senado Federal, no Congresso Nacional, inclusive a partir de uma Comissão Mista de Deputados e Senadores. Isso constitui uma grande vitória, e agora nos cabe a próxima etapa de discussão e votação. Mas, para isso, é absolutamente necessário que cada um dos atores envolvidos nesse processo esteja munido de um sentimento de coletividade que enxergue todo o Brasil, e não apenas um interesse local.

    Tenho repetido que precisamos usar muito mais a lógica de ceder do que a de conquistar, porque, obviamente, sem isso, não será possível chegarmos a um texto que contemple, da forma mais abrangente possível, os anseios e as necessidades de toda a nação.

    Todos queremos um sistema tributário mais unificado, mais transparente, mais claro. Para que cheguemos a esse objetivo, União, estados, municípios – grandes ou pequenos –, o setor de serviços, o setor do agronegócio, o setor da indústria ou do comércio, os profissionais liberais, as profissões regulamentadas, precisam todos estar munidos desse sentimento de que é necessário ceder em algum ponto.

    É importante ressaltar que, ainda que haja uma previsão de votação do texto para o início de outubro, nossa prioridade é fazer uma discussão ampla e profunda. Nada será feito de modo açodado. Vamos esgotar a possibilidade de discussão que nos cabe nesta Casa da Federação.

    Neste evento, ouviremos atentamente as Sras. Governadoras e os Srs. Governadores e estados também representados por Vice-Governadores, e assim, em breve, faremos um outro evento para também ouvir os municípios brasileiros, naturalmente respeitada a proporcionalidade e a amostragem dos municípios brasileiros, que aqui também estarão no Senado Federal.

    Além disso, usaremos todo o mês de setembro para realizar diversas audiências públicas, quando teremos a oportunidade de ouvir os setores da sociedade, os setores produtivos, bem como especialistas no assunto. Essa missão está a cargo não só do Plenário do Senado Federal, mas a cargo da Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, presidida pelo ex-Presidente desta Casa, Senador Davi Alcolumbre, a quem cabe – à CCJ – a atribuição de apreciar a reforma tributária no âmbito das Comissões; e também a cargo da Comissão de Assuntos Econômicos, que, embora não tenha a atribuição de deliberação, tem a função de discussão e de amadurecimento da proposta.

    Ambas as Comissões, portanto, dedicadas a esse tema de maneira prioritária nos próximos dias, nas próximas semanas, e sob a coordenação e sob a batuta de um grande e preparado Senador da República, Relator dessa matéria, o Senador Eduardo Braga, a quem se incumbe sintetizar as proposições, as ideias e transformar as iniciativas de todo o Brasil num parecer a ser apresentado na Comissão de Constituição e Justiça e, depois, no Plenário do Senado Federal.

    Nós esperamos, com isso, estarmos aptos, em breve, a votar esse texto tão aguardado e tão importante para o desenvolvimento econômico e social da nossa nação.

    Eu gostaria de agradecer muito a deferência dos Srs. Governadores, das Sras. Governadoras, dos Srs. Vice-Governadores, das Sras. Vice-Governadoras, por estarem presentes no Senado Federal para o debate, para o diálogo, para a busca do consenso. Terão o tempo para poderem fazer os seus pronunciamentos, serão arguidos pelos Senadores da República, e nós, então, poderemos retirar desta sessão o extrato do sentimento dos estados da Federação e do Distrito Federal em relação à reforma tributária, já aprovada na Câmara dos Deputados e à qual se incumbe o dever do Senado Federal de apreciar.

    Portanto, agradeço uma vez mais a presença de todos os representantes dos estados.

    Eu encerro este meu pronunciamento desejando um profícuo e proveitoso trabalho a todos, nesta sessão muito importante para a reforma tributária.

    Eu concedo, neste momento, a palavra ao eminente Senador Eduardo Braga, Relator da Proposta de Emenda à Constituição nº 45, de 2019, que altera o Sistema Tributário Nacional, para as suas considerações iniciais.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/08/2023 - Página 12