Pronunciamento de Paulo Paim em 12/08/2024
Discurso durante a 112ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal
Comentários sobre a edição 2024 do Programa Jovem Senador. Destaque para três projetos de lei apresentados pelos Jovens Senadores, sobre agrotóxicos, avaliação seriada para ingresso na universidade, e proibição de anonimato nas redes sociais.
Cumprimentos aos atletas brasileiros pela participação nos Jogos Olímpicos, com destaque para a delegação feminina. Congratulações aos atletas que conquistaram medalhas olímpicas. Relato pessoal sobre o envolvimento de S. Exa. com o esporte. Importância do esporte na formação social do indivíduo e na promoção dos direitos humanos. Apelo para que o Brasil priorize mais investimentos em esportes, com planejamento contínuo.
- Autor
- Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
- Nome completo: Paulo Renato Paim
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
Atuação do Senado Federal,
Crianças e Adolescentes:
- Comentários sobre a edição 2024 do Programa Jovem Senador. Destaque para três projetos de lei apresentados pelos Jovens Senadores, sobre agrotóxicos, avaliação seriada para ingresso na universidade, e proibição de anonimato nas redes sociais.
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Desporto e Lazer,
Direitos Humanos e Minorias,
Mulheres:
- Cumprimentos aos atletas brasileiros pela participação nos Jogos Olímpicos, com destaque para a delegação feminina. Congratulações aos atletas que conquistaram medalhas olímpicas. Relato pessoal sobre o envolvimento de S. Exa. com o esporte. Importância do esporte na formação social do indivíduo e na promoção dos direitos humanos. Apelo para que o Brasil priorize mais investimentos em esportes, com planejamento contínuo.
- Publicação
- Publicação no DSF de 13/08/2024 - Página 11
- Assuntos
- Outros > Atuação do Estado > Atuação do Senado Federal
- Política Social > Proteção Social > Crianças e Adolescentes
- Política Social > Desporto e Lazer
- Política Social > Proteção Social > Direitos Humanos e Minorias
- Política Social > Proteção Social > Mulheres
- Matérias referenciadas
- Indexação
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- COMENTARIO, PROGRAMA JOVEM SENADOR, ESTUDANTE, ENSINO MEDIO, DISTRITO FEDERAL (DF), APRESENTAÇÃO, PROJETO DE LEI, EXAME, AMBITO NACIONAL, AVALIAÇÃO, ALUNO, ACESSO, ENSINO SUPERIOR, REQUISITOS, PROIBIÇÃO, APLICAÇÃO, AGROTOXICO, VIA AEREA, DISCIPLINA, ANONIMATO, MANIFESTAÇÃO, PENSAMENTO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, MIDIA SOCIAL.
- CUMPRIMENTO, ATLETA PROFISSIONAL, OLIMPIADAS, PARIS, FRANÇA, PARTICIPAÇÃO, DESTAQUE, MULHER, CONGRATULAÇÕES, MEDALHA.
- COMENTARIO, EXPERIENCIA, SENADOR, ESPORTE, IMPORTANCIA, FORMAÇÃO, PESSOAS, SAUDE, DIREITOS HUMANOS, INCLUSÃO SOCIAL, IGUALDADE, COMBATE, DROGA, ENTORPECENTE.
- SOLICITAÇÃO, BRASIL, INVESTIMENTO, ESPORTE.
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para discursar.) – Presidente Girão, vou dividir o meu pronunciamento em duas partes.
Quero começar – e ele terminou na sexta – falando sobre o programa Jovem Senador.
Sr. Presidente Girão, Sras. e Srs. Senadores e Senadoras, telespectadores, e quem nos ouve também pela rádio Senado, sexta-feira passada houve o encerramento do programa Jovem Senador e Jovem Senadora.
Eles fizeram aqui neste Plenário discursos emocionados.
Foram 27 falas do mais alto valor. Muitos choraram, muitos gaguejaram, mas de emoção, pela experiência que tiveram aqui, ficando uma semana como se fossem Senadores.
Vocês podem estar neste momento me vendo e ouvindo nos seus estados, mas podem saber que o que eu disse aqui é que eu vi 27 oradores fazendo pronunciamentos da mais alta qualidade.
E hoje eu repito aqui. Vocês apresentaram três projetos de lei, que foram amplamente debatidos, e eu acompanhei os debates, elaborados e aprovados por vocês com os seguintes temas – vejam vocês, senhoras e senhores que estão me ouvindo nesse momento: agrotóxicos, avaliação seriada para ingresso na universidade e proibição de anonimato nas redes sociais.
Essas proposições seguirão agora para a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa – eu indicarei, naturalmente, porque estou na Presidência da Comissão, sou o Presidente durante esses últimos dois anos, o Relator – e, se aceitas pelo Relator e pelo Plenário, passarão a tramitar como projeto de lei dos Jovens Senadores aqui no Senado.
O Programa Jovem Senador e Jovem Senadora é voltado para estudantes com até 19 anos do ensino médio das escolas públicas dos estados e do DF. O objetivo é estimular os jovens estudantes a refletirem sobre política, democracia e o exercício da cidadania, além de conhecer a estrutura e o funcionamento do Congresso, do Poder Legislativo Federal. Não foi apenas uma jornada de conhecimento que os Jovens Senadores e as Jovens Senadoras tiveram aqui percorrendo as Comissões, os corredores e este Plenário, mas também uma jornada interior de autoconhecimento.
O zen-budista sul-coreano Haemin Sunim, com sua sabedoria de verdades universais, disse, numa situação histórica: "O coração dos jovens e sensível à situação dos oprimidos. Seu espírito se ergue contra a injustiça e luta por aqueles que não têm voz. Agarre-se a esse espírito jovem, não importa a idade que tenha".
Que cada um desses meninos e meninas, adolescentes, que aqui estiveram sejam exemplos apaixonados pela vida e se mantenham com as suas ideias jovens para sempre; que não percam a capacidade de ser rebeldes, de se indignar na busca de fazer o bem sem olhar a quem; que façam as coisas com amor e dedicação, como eu vi aqui durante essa semana, e permitam que a fluidez da alma guie cada passo no dia a dia de vocês. Conhecer a existência humana, as experiências, os acertos e os erros, os desafios e as conquistas. Buscar sempre o conhecimento, pois é em tudo isso, nesse cenário de ser rio e buscar o mar, que se cresce e evolui.
Os jovens são nossa primavera que se anuncia no horizonte, trazendo consigo o florescer das flores e a promessa de um futuro de cores vivas. Os jovens são como as águas das chuvas que molham a terra para que as sementes germinem e cresçam.
A boa luta e as grandes causas alimentam os sonhos daqueles que mais precisam de ajuda – e vocês assim se portaram –, e, se houver feridas no coração, que eles busquem o caminho da luz em novas trilhas, deixando para trás as antigas armadilhas e desassossegos.
Que os jovens façam história, repartam o conhecimento adquirido, não só aqui nesta semana, mas que adquiriram ao longo das suas vidas e que vão continuar adquirindo.
Aqui, no Congresso, vocês viram o processo legislativo, a criação de projetos de leis e o funcionamento da Casa.
O Brasil está passando por um processo de reconstrução, e os nossos jovens são parte fundamental desse processo.
Governar para todos é descobrir a magia incalculável que a democracia nos oferece.
Quero também expressar o meu carinho aos professores orientadores e a minha sincera gratidão a todos que organizaram o Programa Jovem Senador e Jovem Senadora, àqueles que organizaram lá nos seus estados, àqueles que organizaram aqui, com toda aquela equipe, do mais alto nível, do Senado da República, aos familiares, àqueles 172 mil que disputaram, com a redação, mas só puderam vir 27. Somos todos parceiros. Sei que houve muita dedicação e comprometimento.
Eu termino dizendo uma frase que falei muito, toda vez que tive a possibilidade não de discursar, mas de dialogar com vocês: vida longa, vida longa; que seja eterno o Programa Jovem Senador e Senadora. Que estejamos sempre nessa bela caminhada, com a força, a coragem, a inteligência, a rebeldia natural dos jovens. Estamos juntos.
Abraço a todos vocês.
Presidente, eu vou para a minha segunda fala, que vai ficar em torno, no máximo também, de oito minutos.
Vou falar de um tema de que V. Exa. também tratou, que é a questão das Olimpíadas.
Sr. Presidente Girão, Sras. e Srs. Senadores e Senadoras, quero saudar a equipe brasileira nas Olimpíadas de Paris. Como sindicalista, estive uma vez lá. De fato, Paris é um encanto só.
Pela primeira vez, o grupo de atletas foi composto por um número maior de mulheres: 153 mulheres, 124 homens. Vocês todos são vencedores: atletas, técnicos, profissionais, dirigentes. Estou me referindo a todos, às 153 da delegação – mulheres, no caso – e aos 124 homens.
Representaram o nosso país com altivez, com orgulho, e isso nos enche também de alegria, por ver a fibra, a raça, a coragem e o preparo de vocês nessas boas disputas; como a gente fala: a boa luta.
Sabemos das dificuldades que todos enfrentaram até chegar à França.
Terminamos com 20 medalhas: três de ouro, sete de prata e dez de bronze; conquistas inéditas em diversas modalidades. Foi a segunda melhor participação do Brasil nas Olimpíadas.
Medalha de ouro: Bia Souza, no judô; Rebeca Andrade, no solo da ginástica, que se tornou a melhor e maior medalhista olímpica do Brasil; e a dupla de vôlei de praia – eu torci com todos e com todas –, Duda e Ana Patrícia.
Medalha de prata: Rebeca Andrade, que conquistou duas pratas, uma no individual geral e outra no salto; Willian Lima, no judô; Caio Bonfim, na marcha atlética; Isaquias Queiroz, na canoagem; Tati Weston-Webb, no surfe; e aquela seleção feminina de futebol, que deu um show, deu um show. Foi muito bom, eu acompanhei todos os jogos das meninas, e seria bom que os homens se espelhassem na história delas. Foram para a final e, por detalhe – tivemos um gol anulado –, nós não ganhamos a medalha de ouro. Parabéns a toda a delegação do futebol feminino, desde o técnico aos titulares e suplentes.
Medalha de bronze: equipe de ginástica artística, Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane dos Santos e Júlia Soares; Rayssa Leal, no skate; Gabriel Medina, no surfe; e a equipe de judocas, Rafaela Silva, Bia Souza, Ketleyn Quadros, Larissa Pimenta, Daniel Cargnin, Willian Lima, Guilherme Schmidt, Rafael Macedo, Leonardo Gonçalves e Rafael Silva.
Parabéns, parabéns a todos os atletas da equipe olímpica brasileira. Vocês são motivo de orgulho para o nosso país!
Eu sei que já foi aprovado um requerimento para que, neste Plenário, a gente faça a justa e merecida homenagem aos atletas brasileiros, pela bela jornada que fizeram lá em Paris.
Senhoras e senhores, o esporte exerce um papel fundamental na promoção dos direitos humanos. Ele é um poderoso instrumento de inclusão e igualdade, educação e desenvolvimento, saúde e bem-estar, paz e reconciliação.
Eu, quando era jovem, adorava o esporte. Corria rústica, joguei futebol de salão, joguei basquete, mas quis ser jogador de futebol. Não passei do juvenil. (Risos.)
Quando eu vi que não daria certo, acabei indo para presidência de grêmio estudantil, depois sindicato, e Parlamento, neste momento em que estamos aqui, juntos com todos vocês.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Era torcedor do Grêmio, ou é ainda? Você falou do Grêmio, do Grêmio juvenil, do Academia...
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Não, não. Eu joguei no juvenil do Flamengo e do Juventude.
Eu conto sempre a história de que o Juventude e o Flamengo se fundiram num só, e aí surgiu o Caxias. Daí, o Juventude volta, e o Caxias continua. Eu, como nasci em Caxias, sou Caxias, sou caxias até aqui no trabalho, porque só nós estamos presentes aqui (Risos.), como o senhor falou há pouco tempo. Mas sou torcedor do Caxias, que não está nada bem, viu? O Juventude está bem melhor, tem que ser dito isso. Mas, enfim...
Senhoras e senhores, o esporte exerce um papel fundamental na promoção dos direitos humanos. Ele é um poderoso instrumento de inclusão e igualdade, educação e desenvolvimento, saúde e bem-estar social, porque ele ajuda no avanço.
Eu, quando estava no Senai, primeiro fui jogador futebol de salão, mas, quando eu fui para o Eberle, eu fiquei um tempo jogando futebol, era disputa entre empresas, mas, um belo dia, me convidaram. “Paim, você é tão bom, mas tão bom mesmo, que você vai deixar de ser centromédio e vai ser treinador”, ou seja, botaram-me ao lado do gramado, elegantemente. (Risos.)
Claro, dez em discurso para mim, não é? Eu digo: “Pronto”. Senti que eu perdi meu posto de centromédio e virei treinador do time do Eberle – uma grande metalúrgica daquele tempo em Caxias.
Mas, enfim, Presidente, eu diria que o esporte é um poderoso instrumento de inclusão e igualdade, educação, desenvolvimento, saúde, bem-estar social, paz e reconciliação – como eu havia dito antes.
O esporte nos empodera, nos coloca na linha de frente. E não importa só ganhar, ou perder, ou empatar, o importante é participar. Claro que alguém disse que o bom é ganhar, não é?
O esporte nos empodera – pessoas e comunidades –, permitindo que elas expressem suas preocupações e lutem por seus direitos. Esporte é, sim, direitos humanos e estão conectados: combate ao racismo, promoção da igualdade de gênero, defesa de direitos dos LGBTQIA+, direitos das pessoas com deficiência, de jovens, de grupos marginalizados, de idosos e de vulneráveis, de refugiado e de pessoas de diferentes origens.
O esporte combate a violência, o ódio e as drogas, sendo uma força para o bem social. Ele é um palco iluminado, sim, ele é um palco iluminado, onde vozes se levantam por mudanças sociais e políticas, superando as barreiras de discriminação, e estão também evoluindo na questão da saúde e do conhecimento.
Esporte e direitos humanos são interligados e fundamentais, assim como a saúde, a educação, a alimentação, o lazer, o emprego, o salário decente e a aposentadoria digna.
Destaco que as Nações Unidas utilizam o esporte para promover agendas de direitos humanos e apoiar campanhas educacionais.
As Olimpíadas, as Paraolimpíadas, as Copas do Mundo de Futebol e outros grandes eventos esportivos destacam e impulsionam campanhas pela paz. Nós todos temos que lutar pela paz mundial.
O Estado brasileiro precisa priorizar cada vez mais investimento no esporte, não como exceção, mas como regra, com grandes aportes, investimentos contínuos e planejamento a curto, médio e longo prazo avançaremos.
Viva a equipe olímpica do Brasil!
Vivam as Olimpíadas!
Viva o esporte!
Era isso, Presidente.
Fiquei no meu tempo previsto.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – Muitíssimo obrigado, Senador Paulo Paim.
Eu também quero cumprimentar a delegação brasileira, que fez um trabalho fantástico, especialmente as meninas – como o senhor falou –, as mulheres que conseguiram se superar, vitórias que emocionaram o país e que demonstram esse espírito esportivo.
Acho importantíssimo que ocorram as Olimpíadas, como a Copa do Mundo, pois é uma celebração para a integração, para a cultura da paz. Infelizmente, nesse aspecto dessas Olimpíadas, especificamente, de Paris, a gente viu foi ataque e uma inversão de valores na comissão organizadora. Os atletas não têm nada a ver com isso, o povo não tem nada a ver com isso, mas, no meu modo de entender, houve certo prejuízo nos sinais dos tempos nessas Olimpíadas.
O senhor falou do esporte, que o senhor começou no Caxias, que torce para o Caxias. Olha a coincidência que aconteceu neste final de semana! O seu time, Caxias, estava perdendo por 1 a 0 para um time cearense chamado Ferroviário, porque jogam na série, estão lá participando da divisão, mas virou. Olha só que interessante!
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Fora do microfone.) – Uma boa notícia.
O SR. PRESIDENTE (Eduardo Girão. Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – O Caxias virou a partida lá no Estádio Centenário, se eu não me engano, e o Juventude, ontem, pela manhã, lá no estádio do Juventude, que é o...
O SR. PAULO PAIM (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Alfredo Jaconi.