Comunicação inadiável durante a 105ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem aos policiais militares do estado do Rio de Janeiro, e registro de participação o orador em cerimônia de homenagem no 22º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro (RJ).

Autor
Eduardo Lopes (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Eduardo Benedito Lopes
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Homenagem aos policiais militares do estado do Rio de Janeiro, e registro de participação o orador em cerimônia de homenagem no 22º Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro (RJ).
Aparteantes
José Medeiros, Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 29/06/2016 - Página 13
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • HOMENAGEM, POLICIA MILITAR, ENTE FEDERADO, RIO DE JANEIRO (RJ), REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CERIMONIA, LOCAL, BATALHÃO.

    O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Eu agradeço o cumprimento. Com certeza, vamos trabalhar para que possamos representar o Estado do Rio de Janeiro e o Brasil com o nosso mandato.

    Por falar em Rio de Janeiro, quero, neste momento, homenagear, vamos assim dizer, os policiais militares do Estado do Rio de Janeiro. Na sexta-feira, dia 24, eu estive no 22º Batalhão da Polícia Militar, conhecido como Batalhão da Maré. Ali nós fizemos uma homenagem aos policiais que obtiveram êxito em missões e obtiveram êxito no seu trabalho. Cumprimento o Comandante do 22º Batalhão, que é o Tenente Coronel Arlem, e também o Coronel do CPA, Cândido, que ali estiveram presentes junto conosco. O momento foi de alegria, de emoção, com policiais sendo homenageados, como eu disse, no êxito de missões, em participação no combate ao crime e à violência.

    Quando eu fui convidado, de pronto atendi a esse convite. Aconteceu no dia 24, como eu disse, mas infelizmente, no dia 23, na quinta-feira, houve, ali próximo à comunidade do Jacarezinho, o assassinato de um policial de 33 anos. Ele foi alvejado dentro do veículo, atingido com um tiro na cabeça, que se acredita foi proveniente de uma laje, ou seja, o bandido estava na laje de uma residência, e o carro, quando passava com o policial, foi atingido e o policial foi, então, morto. Eu penso na seguinte cena: daquela laje, podemos dizer que ali estava um sniper do tráfico, ali montado, esperando que a polícia passasse para, então, executar esse crime. Então, o dia 24, como eu falei, foi um momento de emoção, de alegria, de homenagem aos policiais que obtiveram êxito nas suas missões, mas estávamos ali um pouco tristes por causa da perda de mais um policial no Estado do Rio de Janeiro. Quer dizer, a violência é crescente, assustando cada vez mais.

    Eu quero aqui trazer os pêsames à família a quem esse policial deixou, mas aproveito também para, mais uma vez, cumprimentar e parabenizar aqueles que receberam ali seu diploma, o reconhecimento pelo êxito nas missões para as quais foram acionados, em que prenderam pessoas com cocaína, com drogas, pessoas que haviam roubado automóveis, motos. Parabenizo aqueles policiais do 22º Batalhão, com quem estive junto na última sexta-feira. Como eu disse e reafirmo, não faltou a eles e tenho certeza de que nunca vai faltar aos policiais militares de todo o Brasil, mas me refiro especialmente aos do Rio de Janeiro...

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - ... a coragem, a bravura necessária para enfrentar o crime, para enfrentar a violência, o que, muitas vezes, lhes custa a própria vida.

    Eu dizia ao Tenente Coronel, ao Comandante do Batalhão, ao Coronel e a alguns soldados e oficiais que ali estavam presentes que o que leva um homem a ser um policial, a enfrentar o crime da forma como enfrenta no Rio de Janeiro, onde a vida está em constante risco, seja em abordagem numa esquina, seja em abordagem numa rua, onde só de se saber que é um policial, ele é executado sem misericórdia nenhuma, sem compaixão nenhuma, não tenho dúvidas, é a vocação de dar a vida, de colocar a vida em risco para defender a sociedade. Então, parabéns aos policiais militares do Rio de Janeiro...

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - Concede-me um aparte, Senador Eduardo?

    O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - ... e os meus pêsames à família que perdeu o seu ente querido.

    Pois não.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - Primeiro, quero parabenizá-lo pela justa homenagem que faz a esse policial que tombou e também me somar a V. Exª neste pronunciamento, porque nós temos uma relação diferente com a nossa polícia aqui, no Brasil. Enquanto em outros países - e você pode verificar isso, por exemplo, nos filmes de Hollywood - a população torce pela polícia, aqui geralmente se torce pelo bandido. Aqui, desde pequenos, já é ensinado para as crianças que não façam nada de errado, senão vão chamar a polícia. Então, as crianças aprendem a ter medo da polícia. Obviamente que não temos a polícia perfeita, mas temos a polícia possível. E essa relação precisa ser mudada, porque é impossível que, ao mesmo tempo em que agredimos, queiramos ser bem tratados por eles. Ouço muita gente dizer que policial tem nariz em pé, que é arrogante, isso ou aquilo...

(Soa a campainha.)

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - ...mas nós temos de ver que os nossos regulamentos, principalmente o da PM, são do tempo do ronca, do início do século passado. E o que acontece? Hoje, por exemplo, só para dar uma ideia, embora V. Exª saiba muito bem, para dar uma ideia a quem nos assiste, um policial raso, um soldado, quando comete alguma falha, vai preso, vai em cana, por falta administrativa. O coronel, se cometer uma falha, se for uma falta grave, ele pode até ficar em detenção, mas ele ficará em casa ou quando muito no quartel, numa sala com ar condicionado. Então, essas relações precisam ser mudadas. Nós precisamos modernizar essa polícia para que possamos ter uma melhor prestação de serviços, mas obviamente servidores que não fiquem doentes, por exemplo. Boa parte da nossa polícia tem problemas de saúde mental. Ninguém fala muito, no Brasil, em sanidade policial.

(Soa a campainha.)

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - E aí V. Exª trouxe, fechando muito bem, o quanto de policiais tombam neste País. Muito obrigado pelo aparte.

    O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Obrigado pelo aparte, Senador.

    O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - AC) - Desculpe. É claro que eu estava num grupo ainda pequeno, mas já aumentou. Alguns colegas já me advertem de que não caberia aparte, mas eu acho que o tema que V. Exª traz, assim como o aparte do Senador José Medeiros, ajuda. V. Exª tem ainda um tempinho para concluir.

    O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Agradeço pela compreensão.

    O Sr. José Medeiros (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - Isso foi a Vanessa que fuxicou.

    O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Concedo um aparte, extraordinariamente, ao Senador Paulo Paim.

    O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - AC) - Eu peço a compreensão, porque todos estão com comissão para ir. Pedimos a compreensão dos colegas, porque nem poderia ser concedido aparte numa comunicação inadiável. É tão somente isso, nada mais. Tento conciliar, pois é o meu papel aqui, quando possível.

    Senador Paim.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Senador Eduardo Lopes, fiz questão de fazer um aparte, uma vez que sou Presidente da Comissão de Direitos Humanos e como recentemente fui à tribuna e falei da prisão de um jornalista, quando empenhei a ele toda a minha solidariedade, quero fazer o mesmo gesto neste momento, dizendo que V. Exª está coberto de razão. V. Exª tem sido um defensor na vida de todos aqueles que atuam na vida pública ou privada. Não importa se é um policial ou se é um cidadão de uma favela. Quero me somar a V. Exª...

(Soa a campainha.)

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - ...neste momento, pelo crime hediondo cometido contra esse policial. Eu acompanhei todo o noticiário desse fim de semana e fiquei chocado. Que fique muito claro que nós, que somos militantes dos direitos humanos, sabemos defender os policiais, como também sabemos defender quando há algum tipo de agressão, de violência ou exagero da força policial, como foi a prisão do jornalista em Porto Alegre. Mas estou ligando para dar total solidariedade à polícia militar e ao pronunciamento de V. Exª.

    O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ) - Muito obrigado, Senador Paim.

    Então, fica aqui o registro e a homenagem. E, claro, falamos aqui no caso específico dessas comunidades, mas sabemos que ali existem trabalhadores, pessoas honestas, e estamos falando não dessas pessoas, mas daquele que fica atocaiado numa laje para atingir um policial que passa na rua. Então, essa pessoa tem que ser tratada da maneira...

(Interrupção do som.)

    O SR. EDUARDO LOPES (Bloco Moderador/PRB - RJ. Fora do microfone.) - ...como tem que ser tratada.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/06/2016 - Página 13