Discurso durante a 82ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários acerca das diversas oportunidades de investimento presentes em vários setores da economia do Estado do Tocantins.

Autor
Ataídes Oliveira (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/TO)
Nome completo: Ataídes de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Comentários acerca das diversas oportunidades de investimento presentes em vários setores da economia do Estado do Tocantins.
Aparteantes
Alvaro Dias, Demóstenes Torres.
Publicação
Publicação no DSF de 26/05/2011 - Página 18668
Assunto
Outros > DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • ANALISE, OPORTUNIDADE, INVESTIMENTO, ESTADO DO TOCANTINS (TO), RELEVANCIA, VOCAÇÃO, REGIÃO, PRODUÇÃO, AGRICULTURA, MINERAÇÃO, Biodiesel, DESENVOLVIMENTO, TURISMO, CAPACIDADE, CONCILIAÇÃO, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ATAÍDES OLIVEIRA (Bloco/PSDB - TO. Pronuncia o seguinte discurso. Com revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, é com imensa satisfação que assumo a Tribuna para falar sobre o meu querido Estado do Tocantins.

            Como todos sabem, represento perante esta República o mais novo Estado da Federação, o Tocantins. Um Estado jovem, pleno de oportunidades e com vasto potencial de crescimento.

            Criado pela Constituição de 1988 e instalado em janeiro do ano seguinte, o Estado de Tocantins, que corresponde à parte norte do antigo Estado de Goiás, foi criado em virtude das profundas diferenças sócioeconômicas que existiam entre o então norte e o sul goianos.

            A partir dos anos 40 o sul de Goiás já apresentava um ritmo de desenvolvimento forte, que foi intensificado ainda mais a partir de 1960, com a fundação de Brasília. Mas, o norte de Goiás, que sofria com a falta de investimentos públicos, em boa parte, não foi contemplado com os frutos do desenvolvimento que a nova capital federal trouxe para o Centro-Oeste.

            Apesar de localizada exatamente no centro do país e servir, por vocação de corredor para a ligação dos eixos de desenvolvimento brasileiro, a região não conseguia despertar o interesse dos responsáveis pela formulação e execução das políticas públicas, o que relegava o norte do antigo Estado de Goiás à situação de quase abandono pelo poder público.

            Mas se essa não foi a maior razão, certamente a ausência do interesse do Poder Executivo Federal se juntou à histórica luta dos filhos do Nortão goiano - como era chamada a região - e fortaleceu ainda mais, na então futura população tocantinense, o anseio de alcançar a autonomia política e o desejo de buscar o desenvolvimento social e o crescimento econômico a partir de seus próprios esforços.

            O Estado do Tocantins é, antes de tudo, o resultado da vontade e da aspiração de um povo trabalhador que ajudou e ajuda efetivamente o País a levar para o interior o desenvolvimento brasileiro.

            A sua breve, porém rica, história mostra que a criação do Tocantins foi decisão das mais acertadas já tomadas no Congresso Nacional brasileiro.

            O Tocantins está pronto para o seu investimento, está pronto para o seu crescimento, está pronto para realizar as suas potencialidades.

            Nesse sentido, Srª Presidenta, considero oportuno ocupar esta tribuna para discorrer sobre o meu Estado e demonstrar as diversas oportunidades de investimento presentes em vários setores da nossa economia tocantinense, como a energia, o transporte, a logística, o agronegócio e o turismo.

            Em todas essas e noutras áreas, Tocantins tem-se destacado e oferece diversas opções para quem queria investir e obter grandes resultados.

            A produção da bioenergia, por exemplo, é uma das principais vocações do Estado. Tocantins conta com duas usinas de biodiesel em funcionamento e mais três em instalação, cuja matéria-prima é fornecida por milhares de propriedades produtoras de soja e outras plantas similares.

            Srª Presidenta, nosso Estado tem 14 milhões de hectares disponíveis ao cultivo. Desse total, pelo menos cinco milhões de hectares correspondem a pastagens degradadas, prontas para serem redestinadas à produção.

            Isso, Srªs e Srs. Senadores, sem a necessidade de derrubar uma única, uma única árvore sequer e sem a desvantagem de desvirtuar as terras que hoje produzem alimentos.

            Hoje, a projeção do governo do Estado é de que, nos próximos dez anos, 24 usinas de etanol e 20 usinas de biodiesel sejam instaladas numa área de quase um milhão de hectares, sem contar outros investimentos associados à atividade que certamente serão realizados nesse período.

            É claro que a produção da matéria-prima para o biocombustível é apenas uma parcela do total da produção agrícola do Estado de Tocantins.

            O setor agrícola é o carro-forte da economia tocantinense e corresponde a mais de 80% da riqueza produzida no nosso Estado. E não poderia ser diferente, dadas as características naturais do Estado de Tocantins, que são soberbas para a agricultura e a pecuária. Metade do nosso território é composto por terras férteis. A água é farta, pois o Tocantins é banhado pela maior bacia hidrográfica inteiramente brasileira, formada que é pelos rios Araguaia e Tocantins, que cortam o Estado de norte a sul.

            Essa situação geográfica dá também ao Estado a condição de constituir o maior modal logístico de transporte do País, ao abrigar o maior eixo ferroviário brasileiro, fato sobre o qual falarei mais detalhadamente adiante.

            Os terrenos de plantio são planos, na sua absoluta maioria. As estações climáticas são bem definidas, e a quantidade de hora de luz solar é abundante e superior à média nacional. Além do imenso potencial para o plantio das matérias-primas para o biocombustível, ao qual já me referi, o Tocantins já é uma realidade. O nosso Estado é referência para o agronegócio brasileiro.

            Somos os maiores produtores de grãos da Região Norte do País, com destaque para a soja, cuja produção na safra 2009/2010 foi de mais de um milhão de toneladas, além de outros produtos, como a mandioca, o arroz, a cana-de-açúcar, o milho, a melancia, o abacaxi e a banana.

            A pecuária é outra força do Estado. Tocantins exporta carne bovina para dez países, e a produção de 2010 mais que dobrou em relação à de 2009, registrando um aumento de 125%. Novas tecnologias e um controle sanitário mais rigoroso são os grandes responsáveis por esse crescimento substancial.

            A produção de minerais é outro ponto forte do Estado do Tocantins que quero destacar. Já temos uma forte indústria de matérias-primas voltada para a construção civil, o que se harmoniza com o crescimento que o Estado vem experimentando desde sua criação. Já é uma realidade, portanto, a produção de argila, areia, rochas britadas e cascalho, além de calcários, que são aplicados na fabricação de cimento e na correção do solo. A esmeralda, a granada e o quartzo são algumas das gemas que produzimos no Estado. Contudo, o que mais chama a atenção no momento, em relação à produção de minérios no Tocantins, é o imenso potencial a ser explorado nos próximos anos.

            A produção de rochas fosfáticas e de zirconita secundária está sendo implantada, assim como lavras de ouro e manganês. No próximo ano começará a produção industrial do fosfato, de Arraias, da zirconita, de Jaú do Tocantins, e de ouro, em Natividade e Almas. Já a produção de minério de ferro está sendo viabilizada no Município de Lagoa da Confusão.

            Com certeza, o Tocantins ainda produzirá mais, muito mais, nessa área. Firmo minha convicção, pois o DNPM está avaliando as promissoras reservas de fosfato, minério de ferro, níquel, cobre e rochas ornamentais.

            Noutro campo econômico, Srªs e Srs. Senadores, no que se refere à atividade turística, o Tocantins tem clara vocação para o turismo verde. Localiza-se no território do Estado, por exemplo, a Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. Localizada no rio Araguaia, tem cerca de 20 mil quilômetros quadrados e é um dos principais santuários ecológicos do nosso País. O rio Araguaia, por sua vez, é referência nacional quando o assunto é pesca esportiva. As praias que se formam tanto no rio Araguaia quanto no rio Tocantins durante o período das secas atraem milhares de turistas anualmente.

            Os parques estaduais do Cantão e do Jalapão, além de sua relevância ecológica e turística, também são verdadeiros polos econômicos e geram emprego e renda para os habitantes das cidades que os circundam.

            Estão à espera dos turistas centenas de cachoeiras no entorno da capital, Palmas, uma ocorrência geográfica relativamente rara e de grande beleza.

            O Tocantins teve a graça de herdar do antigo norte goiano localidades de inegável importância histórica. Os principais exemplos são as cidades de Porto Nacional, Natividade e Monte do Carmo. Nesse particular destaco Natividade, carinhosamente considerada pelos tocantinenses como a capital cultural.

            Srª Presidenta, o aspecto econômico de todas essas atividades que exponho seria absolutamente inócuo caso o Estado do Tocantins não estivesse tomando as devidas providências em dois campos sociais: infraestrutura e administração pública.

            A infraestrutura do Tocantins, no que diz respeito ao transporte, está estruturada sobre dois eixos imponentes: a Ferrovia Norte-Sul e a hidrovia do Tocantins. Praticamente concluídos, esses eixos já transformam o Estado do Tocantins em um grande corredor logístico, que passa a ligar o norte ao centro do Brasil e, o que é mais importante, por intermédio de meios de transporte baratos e minimamente poluentes.

            A Ferrovia Norte-Sul já opera com bastante eficiência e permite, por exemplo, o escoamento e a exportação de minério de ferro por intermédio do parque multimodal de Guaraí.

            Mas não nos situamos somente no eixo do desenvolvimento norte-sul. No sentido oeste-leste, o Tocantins, mais uma vez por sua posição geográfica, é engrenagem estratégica para o crescimento brasileiro.

            No extremo sul, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste está em construção e ligará Figueirópolis, no Tocantins, às cidades de Ilhéus, Caetité e Barreiras, na Bahia.

            Esta ligação, Srªs e Srs. Senadores, forma mais um corredor de transporte e, como prevê a Valec, tornará ótima a operação do porto de Ponta da Tulha e ainda abrirá nova alternativa de logística para portos no norte do País que já recebem cargas via ferrovia Norte-Sul e estrada de ferro Carajás.

            No outro extremo do Estado, na região do Bico do Papagaio, mais um projeto importante está em execução.

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Mais um minuto para encerrar, Senador Ataídes Oliveira.

            O SR. ATAÍDES OLIVEIRA (Bloco/PSDB - TO) - Ok, minha Presidenta. Muito obrigado. Sra Presidenta, muito mais eu poderia falar sobre do Tocantins e de sua economia, de sua infraestrutura, de seus serviços.

            Sofro, entretanto, a limitação do tempo, e por isso busquei traçar um panorama resumido das perspectivas e realizações do meu Estado em termos sociais e econômicos.

            A mensagem que quero deixar aos que ouvem e lêem este discurso é a de que o Estado do Tocantins é uma terra de oportunidades ímpares.

            É um Estado que, talvez por sua juventude, ainda não tenha uma imagem muito bem definida na mente dos brasileiros.

            Mas não se enganem aqueles que ainda não conhecem as terras tocantinenses.

            Trata-se de uma terra belíssima, fértil, com avanços infraestruturais que prometem impulsionar a produção do Estado, da região e do Brasil a níveis inéditos nos próximos anos.

            Um Estado que abriga uma população de brasileiros ávidos por serem reconhecidos por sua grande capacidade de trabalho e realização.

            Daí, o meu convite a todos. Conheçam o Tocantins. Invistam no Estado em que hoje, no País, se tem a melhor rentabilidade para qualquer iniciativa empresarial que se faça.

            Estamos hoje falando de uma gama de oportunidades que logo se extinguirá, Srªs e Srs. Senadores. Saibam todos os brasileiros que o crescimento que temos registrado só é superado pelo potencial que temos para crescer ainda mais. Muito Obrigado e peço à nossa Presidenta que faça constar, por favor, nos Anais, a íntegra deste meu discurso.

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Obrigada, Senador Ataídes Oliveira.

            O Sr. Alvaro Dias (Bloco/PSDB - PR) - Senador, eu só queria cumprimentá-lo pelo discurso. Estive recentemente em seu Estado e tive a oportunidade de conhecer não só um Estado emergente, mas extremamente promissor. A presença de V. Exª no Senado Federal, certamente, será uma grande contribuição para o desenvolvimento do Tocantins. Parabéns a V. Exª.

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Obrigada, Senador Ataídes Oliveira.

            O Sr. Demóstenes Torres (Bloco/DEM - GO) - Senadora, permita-me também só cumprimentar...

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Pois não.

            O Sr. Demóstenes Torres (Bloco/DEM - GO) - ... e parabenizar o nosso Senador Ataídes pela estreia na tribuna falando do seu Estado. Eu tive a honra de ser Promotor de Justiça no Estado do Tocantins e pude verificar tudo isso que V. Exª disse: a transformação do Estado, o progresso. Hoje, é uma terra com fronteira, que busca auspiciosamente brasileiros de todos os lugares e se transformou num foco de progresso intenso, graças a homens como V. Exª, que se dedicaram exclusivamente ao Estado do Tocantins, transformando-se, ali, num dos maiores empresários. Saindo, infelizmente, do meu Estado de Goiás, mas, com certeza, honrando aquele Estado. Parabéns a V. Exª. Parabéns por defender tão bem o seu Estado de hoje, o Estado do Tocantins.

            O SR. ATAÍDES OLIVEIRA (Bloco/PSDB - TO) - Muito obrigado, meu ilustre Senador Demóstenes Torres.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, DISCURSO DO SR. SENADOR ATAÍDES OLIVEIRA

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           O SR. ATAÍDES OLIVEIRA (Bloco/PSDB - TO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é com imensa satisfação que assumo a tribuna para falar sobre o meu querido Estado do Tocantins.

           Peço a atenção de todos, pois mostrarei que temos uma incomparável capacidade para nos colocar, muito em breve, entre as principais unidades da Federação.

           Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, represento perante a República, como todos sabem o mais novo Estado da Federação, o Tocantins.

           Um Estado jovem, pleno de oportunidades e com vasto potencial de crescimento.

           Criado pela Constituição de 1988 e instalado em 1º de janeiro do ano seguinte, o Estado do Tocantins, que corresponde à parte norte do antigo Estado de Goiás, foi criado em virtude das profundas diferenças socioeconômicas que existiam entre o então norte e o sul goianos.

           O sul de Goiás apresentava um ritmo de desenvolvimento forte, que foi intensificado ainda mais a partir de 1960, com a fundação de Brasília.

           Mas o norte de Goiás que sofria com a falta de investimentos públicos, em boa parte, não foi contemplado com os frutos do desenvolvimento que a nova capital federal trouxe para o Centro Oeste.

           Apesar da região se localizar exatamente no centro do País e servir, por vocação, de corredor para ligação dos eixos de desenvolvimento brasileiro, não conseguia despertar o interesse dos responsáveis pela formulação e execução das políticas públicas. O que relegava o norte do antigo Estado de Goiás a situação de quase abandono do poder público.

           Mas se essa não foi a maior razão, certamente se juntou a histórica luta dos filhos do Nortão goiano, como era chamada a região, e fortaleceu, ainda mais, na então futura população tocantinense, o anseio de alcançar a autonomia política e o desejo de buscar o desenvolvimento social e o crescimento econômico a partir dos seus próprios esforços.

           O Estado de Tocantins é, antes de tudo, o resultado da vontade e da aspiração de um povo trabalhador que ajudou e ajuda efetivamente o País a levar para o interior o desenvolvimento brasileiro.

           A sua breve, porém, rica história mostra que a criação do Tocantins foi decisão das mais acertadas já tomadas no Congresso Nacional brasileiro.

           O Tocantins está pronto para o investimento, pronto para o crescimento, pronto para realizar todas as suas potencialidades.

           Nesse sentido, Sr. Presidente, considero oportuno ocupar esta tribuna para discorrer sobre meu Estado e demonstrar as diversas oportunidades de investimentos presentes em vários setores da economia tocantinense: como a energia, o transporte, a logística, o agronegócio, e o turismo.

           Em todas estas e noutras áreas, Tocantins tem se destacado e oferece diversas opções para quem queira investir e obter grandes resultados.

           A produção da bioenergia, por exemplo, é uma das principais vocações do Estado. O Tocantins conta com duas usinas de biodiesel em funcionamento e mais três em instalação, cuja matéria-prima é fornecida por milhares de propriedades produtoras de soja e outras plantas similares.

           Sr. Presidente, nosso Estado tem 14 milhões de hectares disponíveis para cultivo.

           Desse total, pelo menos 5 milhões de hectares correspondem a pastagens degradadas, prontas para serem redestinados à produção.

           Isso, Srªs e Srs. Senadores, sem a necessidade de derrubar uma única árvore sequer e sem a desvantagem de desvirtuar as terras que hoje produzem alimentos.

           Hoje, a projeção do governo do Estado é que nos próximos dez anos, 24 usinas de etanol e 20 usinas de biodiesel sejam instaladas numa área de quase um milhão de hectares, sem contar outros investimentos associados à atividade que certamente serão realizados nesse período.

           É claro que a produção de matéria-prima para os biocombustíveis é apenas uma parcela do total da produção agrícola do Estado do Tocantins.

           O setor agrícola é o carro-forte da economia tocantinense e corresponde a mais de 80% da riqueza produzida no Estado.

           E não poderia ser diferente, dadas as características naturais do Estado do Tocantins, que são soberbas para a agricultura e a pecuária.

           Metade do nosso território é composto por terras férteis.

           A água é farta, pois o Tocantins é banhado pela maior bacia hidrográfica inteiramente brasileira, formada que é pelos rios Araguaia e Tocantins que cortam o Estado de norte a sul.

           Essa situação geográfica dá também ao Estado a condição de constituir o maior modal logístico de transporte do país, ao abrigar o, também, maior eixo ferroviário brasileiro, fato sobre o qual falarei mais detalhadamente adiante.

           Os terrenos de plantio são planos na sua absoluta maioria, as estações climáticas são bem definidas e a quantidade de horas de luz solar é abundante e superior à média nacional.

           Além do imenso potencial para o plantio de matérias-primas para biocombustíveis, ao qual já me referi, o Tocantins já é uma referência para o agronegócio brasileiro.

           Somos os maiores produtores de grãos da Região Norte do País, com destaque para a soja, cuja produção na safra 2009/2010 foi de mais de um milhão de toneladas, além de outros produtos como: a mandioca, o arroz, a cana-de-açúcar, o lho, a melancia, o abacaxi e a banana.

           A pecuária é outra força do Estado. O Tocantins exporta carne bovina para dez países, e a produção de 2010 mais que dobrou em relação à de 2009, registrando um aumento de 125%. Novas tecnologias e um controle sanitário mais rigoroso são os grandes responsáveis por esse crescimento substancial.

           A produção de minerais é outro ponto forte do Estado do Tocantins que quero destacar.

           Já temos uma forte indústria de matérias-primas voltadas para a construção civil, o que se harmoniza com o crescimento que o Estado vem experimentando desde sua criação.

           Já é uma realidade, portanto, a produção de: argila e areia, rochas britadas e cascalho, além de calcários que são aplicados na fabricação de cimento e na correção de solo.

           A esmeralda, a granada e o quartzo são algumas das gemas que produzimos no Estado.

           Contudo, o que mais chama a atenção, no momento, em relação à produção de minérios no Tocantins é o imenso potencial a ser explorado nos próximos anos.

           A produção de rochas fosfáticas e de zirconita secundária está sendo implantada, assim como lavras de ouro e manganês.

           No próximo ano começará a produção industrial do fosfato de Arraias, da zirconita de Jaú do Tocantins e de ouro em Natividade e Almas.

           Já a produção de minério de ferro está sendo viabilizada no município de Lagoa da Confusão.

           Com certeza o Tocantins ainda produzirá muito mais nessa área. Firmo minha convicção, pois o DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral), está avaliando as promissoras reservas de fosfato, minério de ferro, níquel, cobre e rochas ornamentais.

           Noutro campo econômico, Srªs e Srs. Senadores, no que se refere à atividade turística, o Tocantins tem clara vocação para o turismo verde.

           Localiza-se no território do Estado, por exemplo, a ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo.

           Localizada no rio Araguaia, tem cerca de 20.000 (mil) quilômetros quadrados e é um dos principais santuários ecológicos do nosso País.

           O rio Araguaia, por sua vez, é referência nacional quando o assunto é pesca esportiva.

           As praias que se formam tanto no rio Araguaia quanto no rio Tocantins, durante o período das secas, atrai milhares de turistas anualmente.

           Os parques estaduais do Cantão e do Jalapão, além de sua relevância ecológica e turística, também são verdadeiros pólos econômicos e geram emprego e renda para os habitantes das cidades que os circundam.

           Estão à espera dos turistas centenas de cachoeiras no entorno da capital Palmas. Uma ocorrência geográfica relativamente rara e de grande beleza.

           O Tocantins teve a graça de herdar do antigo norte goiano localidades de inegável importância histórica. Os principais exemplos são as cidades de Porto Nacional, Monte do Carmo e Natividade.

           Nesse particular destaco a cidade de Natividade, carinhosamente considerada pelos tocantinenses como a capital cultural do Estado. A cidade ganha tal título por manter ruas e casas construídas nos séculos XVIII e XIX com as mesmas características do ciclo do ouro daquela época. É em Natividade, aliás, que ocorre a tradicional romaria do Senhor do Bonfim, a festa popular mais importante do Tocantins.

           Sr. Presidente, o aspecto econômico de todas essas atividades que exponho, seria absolutamente inócuo caso o Estado do Tocantins não estivesse tomando as devidas providências em dois campos cruciais: a infraestrutura e a administração pública.

           A infraestrutura do Tocantins, no que diz respeito ao transporte, está estruturada sobre dois eixos imponentes: a Ferrovia Norte-Sul e a Hidrovia do Tocantins.

           Praticamente concluídos, esses eixos já transformaram o Estado do Tocantins em um grande corredor logístico, que passa a ligar o Norte ao Centro do Brasil e, o que é mais importante, por intermédio de meios de transportes baratos e minimamente poluentes.

           A Ferrovia Norte-Sul já opera com bastante eficiência e permite, por exemplo, o escoamento e a exportação de minério de ferro por intermédio do parque multimodal de Guaraí.

           Mas não nos situamos somente no eixo de desenvolvimento norte sul. No sentido Oeste-Leste o Tocantins, mais uma vez por sua posição geográfica, é engrenagem estratégica para o crescimento brasileiro.

           No extremo sul a Ferrovia de Integração Oeste-Leste está em construção e ligará Figueirópolis no Tocantins às cidades de Ilhéus, Caetité e Barreiras no estado da Bahia.

           A ligação, Srªs e Srs. Senadores, forma mais um corredor de transporte e, como prevê a Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias S.A) tornará ótima a operação do Porto de Ponta da Tulha e ainda abrirá nova alternativa de logística para portos no norte do país que já recebem cargas via Ferrovia Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás.

           No outro extremo do Estado, na região do Bico do Papagaio, mais um projeto importante está em execução.

           A região, hoje, se destaca pelo inquestionável potencial que detém para receber e escoar a produção industrial da Zona Franca de Manaus para as regiões Sul e Sudeste, bem como ser um centro de distribuição de alimentos para a região Amazônica e também para o exterior.

           Tamanha potencialidade fez projetar obras estratégicas que permitirão a integração do Porto de Praia Norte às rotas de três dos principais portos do País: o de Manaus, o de Belém e Itaqui.

           O Porto de Praia Norte, verdadeira rota alternativa de saída do corredor centro-norte recebe investimentos públicos e privados próximos de meio bilhão de reais que geram cerca de mil empregos diretos para os moradores do Bico do Papagaio.

           Na região mais central do Tocantins a Plataforma Multimodal de Porto Nacional/Palmas, o centro nervoso da Ferrovia Norte-Sul, é parte do complexo logístico que, atualmente, forma o maior modal de transporte do País, como já havia afirmado.

           São incalculáveis os benefícios gerados por essa obra em termos de: empregos diretos e indiretos, renda para a população, economia de tempo e no transporte de cargas e redução da emissão de poluentes.

           Também é incalculável o crescimento que essa e outras obras de infraestrutura, em andamento, trarão ao Estado do Tocantins.

           Finalmente, Srªs e Srs. Senadores, faço uma breve referência aos avanços que temos verificado na administração pública do Estado.

           Segundo o Censo 2010, Palmas é a capital brasileira que mais cresceu nos últimos dez anos.

           Na última década, nossa capital registrou um crescimento populacional de 61,4%, o que representa quase 85 mil habitantes a mais em relação aos números de 2000.

           Tal crescimento, evidentemente, significa uma pressão grande sobre os serviços públicos, que precisam acompanhar o crescimento da população.

           O fato de que os serviços públicos nas áreas da saúde, da educação e do transporte público não se degradaram nas últimas décadas é sinal firme da qualidade da administração pública da cidade.

           Na verdade, o que observamos foi uma sensível melhoria na prestação desses serviços, fato ainda mais relevante se levarmos em conta que, muitas vezes, os órgãos públicos precisam lidar com cortes orçamentários que limitam seu poder de ação.

           Com foco na prevenção - que envolve, por exemplo, a realização maciça de exames preventivos de câncer -, a saúde pública da capital tocantinense colhe os frutos de um bom trabalho, que se traduz claramente em números.

           Palmas, por exemplo, é a capital brasileira com o menor percentual de hipertensos, 13,8%; com o menor percentual de adultos com excesso de peso, 37%; e a segunda capital em percentual de habitantes que praticam atividade física regular, 20%.

           Esta situação avançará ainda mais, pois todos nós paralamentares que representamos o Tocantins no Congresso Nacional estamos nos movimentando incansavelmente no sentido de obter recursos do Governo Federal para melhorar a saúde pública. É o caso das negociações pela inclusão do Estado do Tocantins na Rede Nacional de Atenção a Saúde.

           A educação passa por uma completa reestruturação, com planos pela valorização dos professores, a inclusão digital dos alunos das escolas urbanas e rurais, a entrega de ônibus escolares aos municípios e firmes parcerias entre o Estado e as prefeituras.

           Sr. Presidente, muito mais eu poderia falar sobre do Tocantins e de sua economia, de sua infraestrutura, de seus serviços.

           Sofro, entretanto, a limitação do tempo, e por isso busquei traçar um panorama resumido das perspectivas e realizações do meu Estado em termos sociais e econômicos.

           A mensagem que quero deixar aos que ouvem e lêem este discurso é a de que o Estado do Tocantins é uma terra de oportunidades ímpares.

           É um Estado que, talvez por sua juventude, ainda não tenha uma imagem muito bem definida na mente dos brasileiros.

           Mas não se enganem aqueles que ainda não conhecem as terras tocantinenses.

           Trata-se de uma terra belíssima, fértil, com avanços infraestruturais que prometem impulsionar a produção do Estado, da região e do Brasil a níveis inéditos nos próximos anos.

           Um Estado que abriga uma população de brasileiros ávidos por serem reconhecidos por sua grande capacidade de trabalho e realização.

           Daí, o meu convite a todos:

           Conheçam o Tocantins!

           Invistam no Estado em que hoje, no País, se tem a melhor rentabilidade para qualquer iniciativa empresarial que se faça.

           Estamos hoje falando de uma gama de oportunidades que logo se extinguirá.

           Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, saibam todos os brasileiros que o crescimento que temos registrado só é superado pelo potencial que temos para crescer ainda mais.

           Muito obrigado!


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/05/2011 - Página 18668